terça-feira, 21 de julho de 2009

O Esquecido...

"Era dificil de perceber, parecia um poço de ausencia tão grande que sua existencia mal era notada.
E era a vontade de existir o que alimentava "aquilo".
Começamos a notar que algumas pequenas coisas oscilavam em sua presença, e nos indicavam com maior precisão sua localizaçao, não era invisivel, mas não tinha nenhum desejo de nada, de coisa alguma, e esse falta absoluta ocultava-o de nossos sentidos.
Ele abordava pessoas entristecidas, e dobrava-lhes o peso da tristeza, alimentava-se do sofrimento e da perda da vontade das pessoas, não matava nenhuma de suas vitimas, elas mesmas o faziam.
Quando o enfrentamos conseguimos ve-lo depois de feri-lo, parecia uma homem magro, com as feições deformadas e irreconheciveis de tantas feridas, sua face expressava dor , até por ter sido visto por nós, sua dor e sua confusão, sua tristeza era tão grande, sua vontade de um fim era tão intensa que não sabia mais de onde vinha, não sabia como havia chegado àquilo, então, não teriamos como voltar atrás.

Demos um fim a criatura, e em seus vestigios mortais encontramos seu nome, demos a ela um tumulo e esperamos que ela consiga descansar agora.

A dor tamanha dela me fez pensar sobre o esquecimento, e no medo de perder minhas memórias, ou de ser esquecido, nem sei o que dizer a respeito, ainda.

Espero que memoria me acompanhe: Nas lembranças e nos lembrares!"

- Registro de Viagem D'outras Terras

domingo, 19 de julho de 2009

Sem-sentidos...

As vezes esqueço os oculos por aí, noutras os olhos mesmo, nem me preocupo mais.
E há uma porção de cheiros no ar, que a cegueira habitual não me permitia sentir. E haviam luzes demais, coisas demais, tanto em excesso que era demaisado "muito" para que se conseguisse qualquer coisa, inclusive sentir (viver?).
E os gostos passaram a ser mais acentuados depois que se permite tatear, há paladares nunca imaginava antes poder sentir!
E tenho ouvido uns sonhos por aí, e entendi que boa parte dos meus pesadelos eram só meus mesmo.
Outros tempos? Sei lá... Pouco me importa, sinto as "cousas" com uma linearidade curva ultimamente.
E de passos tortos me guio por uma não-estrada que me levara há um lugar que não conheço.



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terça-feira, 7 de julho de 2009

Passaros

De incio, contemplou abismo, o céu e o horizonte, e sentiu medo.
E se caísse? E se falhasse? Se nao soubesse voltar de onde veio?
Da primeira vez não foi.
Contemplou tudo, mas não foi.
E demorou muito tempo pra que fosse.
Mas foi.
Da segunda vez, sentiu medo denovo,
E se caísse? E se falhasse? Se não soubesse voltar de onde veio?
E daí?
Foi.
E agora já não há pra onde voltar:
Não há lugar onde não sinta que não veio dele também.
Não há lugar que sinta que não possa ir.
Quer ir além.
Voa.



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domingo, 5 de julho de 2009

De paisagem

Deita a mochila ao chão e tira os tenis enlameados, sobe a barra da calça e mete os pés na água,
deita e passa a contemplar o céu, as nuvens, ouvir o rio que vai deixando as coisas passarem, apenas fica assim e deixa se levar por qualquer coisa que tome atenção dos seus sentidos.
Levanta-se e passa a contemplar a paisagem e deixa-se levar por qualquer coisa que chame a atenção de seus sentidos, desde o toque da brisa, ao som das aguas, a beleza das paisagens , o gosto das frutas, os cheiros que o ar traz e leva, já foi a muitos lugares assim... e assim vai.



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