segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Há silêncio...

Em mim.
As vozes calaram, poucas coisas ressonam na alma.
Interrogações furtivas.
Há espelhos quebrados, e os cacos de lembrança espalharam-se pelo chão.
Mas já não cortam, já... tanto faz...


Uma pergunta inquieta: "Haverá maior solidão, que a ausência de si mesmo?"



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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

27 do dezoito.

Espero que seja "a gosto."
Um brinde semi-silencioso.
"Parabéns!"





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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Beleza...

Quando era pequeno, comentei noutro post, fiz parte da casta dos feios.
E fiz mesmo (aliás, faço e assino embaixo), eu era um garotinho, que sempre cortava o cabelo no mesmo corte-cuia de sempre, um timido e medroso, e ainda por cima arrogante, brigão - e bem sabia - apanhar.
Eu era ridicularizado frequentemente, tentava compensar com desempenho escolar, mas na terceira série uma professora me desacreditou que valia realmente apena aquilo, aquela dedicação cega, aos mestres e aos pais - fruto da educação familiar , principalmente do meu pai.
Isso piorou um pouco as coisas, porque além de ser um derrotado na escolinha, era um derrotado em casa, e minha primeira recuperação foi o inicio de um longo ciclo de crises ansiosas de dar diarréias terriveis - que inclusive, em tempos de grande ansiedade, tenho até hoje.
Como goleiro do time "dos fracassados", eu era risivel, porém, e eu nunca baixei a cabeça.
Talvez fosse o amor de minha mãe, ou simples petulancia, orgulho ou arrogância da minha parte.
Eu era um goleiro, ruim, e brigão, "raçudo" (e no futebol sou o primeiro e o ultimo até hoje) - aos poucos no gol eu melhorei um pouco, mas foi fruto de uma irritação que eu já tinha começado a pegar desse "grupo dos melhores".
Esse "melhor" sempre existiu em quase todos os lugares - no RPG, na escola, no futsal, no Kumon, exceto no Kung Fu.
E ali foi meu templo.
De um garoto desorientado, sem auto-estima, com problemas de timidez , com angustias muito mal resolvidas, com um estranho circulo de amigos, com incertezas a respeito de tudo, com o mesmo cabelo de cuia, sem óculos apesar da miopia, com os dentes amarelados, pelos mals hábitos de escovação - que existem - não tão ruims como na época, até hoje - sem coragem, curvado, como que querendo se esconder.
Foi assim que eu cheguei ali.
No lugar onde, pela primeira vez, o esforço era a palavra de ordem, o mais velho era o mais respeitado, não por ser o melhor, mas por estar dentro do Kung Fu a mais tempo, como alguem que teria mais experiência a falar, por vivência e não por "sucesso ou fracasso", onde, aos poucos, eu entendi a dimensão pessoal do Kung Fu - e exatamente por isso a inexistencia dos melhores e piores - e o mais interessante foi perceber isso justamente na época em que acusavam: "você não vai dar conta, você não serve para isso, desista".
Sabe, eu demorei dois meses para aprender a "andar em arqueiro", eu paguei mais flexões do que a maioria dos novatos que ajudei, e ainda por indisciplina, eu cochilei no trieno algumas vezes, e me machuquei nas lutas dos meus olhos encherem d'agua, eu não sou o talentoso, e eu me orgulho disso.
Esse tempo me ensinou, foi a criar uma nova concepção de beleza na minha cabeça.
"Até quando você vai abaixar a cabeça pro mundo e deixar que ele pise em você?"
"Levanta a cabeça!" - Eu duvido que vou me esquecer dessas palavras.
O belo pra mim, não está relacionado a uma gama de valores puritanos que definem os "melhores da sociedade", longe disso, está marcado pelo suor na testa e pelo sorriso no rosto, está marcado pelas lagrimas de esforço e pelas horas despreendidas no trabalho sincero - Kung Fu - Trabalho Árduo, passou a ser, minha visão da beleza.
Eu acho belo quando vejo o espirito das pessoas nas coisas, quando eu vejo que há um fragmento delas ali, é uma expressão da própria identidade dela.
Eu me encanto, e assim como os olhos delas brilham quando estão nesse estado, eu também brilho e me maravilho, poucas coisas, pra mim são tão bonitas quanto isso - especialmente quando envolvem uma superação pessoal que a pessoa não se acreditava capaz - eu acabo vendo um pouco de mim, talvez presunsão, mas o bom é poder sentir também, ou achar sentir, um pouco do que sentem.
As vezes, nem sabe, mas eu fico ali de longe - só olhando e rindo.
Seja um jogo de volei, ou um poema, seja um texto, um livro, ou um personagem de rpg, seja um kati que conseguiu concluir, ou uma base que conseguiu fazer, seja um inglês que não acreditava saber.
E nessa beleza cabem, lágrimas, sangue, riso e suor.
Cabe o fedor dos vencedores de uma competição esportiva, cabe o sangue do nascimento de uma criança, cabe as lágrimas de uma conquista frente a um mar de descrença e pressão, cabe nela a vitória dos tristes sobre uma de suas tristezas, inclusive cabe eles além de serem tristes serem também outras coisas, inclusive eles mesmos e não "os tristes".
Cabe uma sinceridade da qual eu sinto falta.

Cabe um mundo que almejo com os olhinhos brilhantes de uma criança de seis anos.


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Feiura...

Universidade e sono não combinam. Estou aqui, a terminar um download de algo nem tão importante assim, porém que já está no final e o barulho do computador ligado me tirou da cama.
Então prefiro terminar isso logo, a ter que suportar o barulhinho incomodo.
Acho que as coisas por aqui estão limpas demais, minhas palavras estão sendo filtradas pela ditadura daquilo que é "belo".
É um vício, se escreve de uma forma que agrade à leitura, se escreve pra cima, de forma otimista, o que muitas vezes tolhe a sinceridade.
Eu detesto meu tom mais amargo, mas não sou feito de água com açucar.
Cabe aqui um exercício (para mim?) de sinceridade e uma reflexão.
Os espaços de mim, dos quais falei nas ultimas palavras que escrevi por aqui, foram forjadas no duro aço do tempo e da história, vários são frutos de cicatrizes.
Eu não compreendo o mundo da fantasia, de um belo quadro ou conto de fadas, eu sempre o entendi a partir do chão, a partir das coisas feias e sujas.
Essa é a minha representação no mundo, eu fui o garoto sujo, o menino feio, o desorganizado, o bagunceiro e o indisciplinado.
Quando mais velho, fui também, o monstro, o pessimista, o idealisa, o sonhador...
Hoje, se dependesse dos outros, eu já não saberia mais quem eu sou.
Da direita ou da esquerda? Um fascistinha autoritário? Um homem já formado?
Um idealista necessário? Um imaturo? Um fracassado? Um doente? "etecetera"? (seja lá o que for...)
O meu lado da moeda, é o lado dos camponeses, e não o lado da aristocracia, com seus principes, e princesas.
Nada do que fiz de primeira deu exatamente certo, nada, e eu não me sinto nessa hipócrita necessidade social de "dar certo de primeira", apesar de ainda sentir um pouco de vontade de "dar certo" - apesar de quando paro pra pensar - também acabo não querendo "dar certo".
Acho que a dimensão humana da vida comporta coisas que esse conceito de beleza, que eu "sinto" sem certeza se existe, não comporta.
Tudo é muito fechado dentro desse mundo de coisas belas.
No limite, acho que não existe moeda, mas esse mundo de fantasia, é mais real do que eu imagino para uns (com seus helicopteros por aí), é "realizado" na cabeça de outros, ainda que só na cabeça.
O que me irrita, além disso, é a dimensão desumana desse mundo.
Nele não cabem os doentes, os tristes e os pobres, não cabe a própria sujeira da vida, os bichos de pé, as noites sem banho, a roupa suja acumulada, não cabe a sujeira das unhas, tampouco os pés descalços pisando na lama.
Tudo é tão angustiantemente limitante, e o pior, tudo é tão hipocritamente colocado e contaminante, que várias das minhas próprias palavras, sobre as passagens humanas da minha vida, e que exatamente por isso tinham sua "sujeira", são floreadas ou amenizadas, de uma forma que hoje, me incomodou profundamente.
Se eu almejo a plenitude, não posso negar um pedaço de mim.
Minha postura e classe social, talvez deem a impressão de que eu sou mais um dos eupatridas da modernidade, porem, que bem lembro de minha infancia, não - eu detesto o mundo belo.
Que bem lembre do tempo todo, uma das coisas que mais me irrita é a estima das pessoas que eu gostava destruidas, por serem colocadas "no saco dos feios e derrotados" e um massacre pessoal diário recaia sobre os ombros delas.
E eu suspeito, que isso seja um trauma social com o qual vivemos - afinal, até hoje, pouquissimos são os que eu conheci com uma estrutura interna forte o suficiente para que tivessem uma auto estima, que fosse sustentavel.
Culturalizamos o culto à beleza, criamos os padrões, do tempo certo, do emprego certo, da vida certa, de consumo, de emprego, do corpo certo - o padrão das pessoas que são belas.
É uma xenofobia social - aquilo que é externo à classe dos belos, é repudiavel.
A questão é que a loucura mora aí:
Somos nós mesmos que criamos esses valores, os reproduzimos sem refletir.
Somos os que mais sofrem com isso.
Por que, no limite,

somos todos uns feios.






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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Impressões fragmentárias de um infinito interno.

De mundos, fiz um meu.

Onde a culpa é uma chatisse, culturalizada desde os tempos de nossa infancia.

Onde a plenitude pessoal, capacidade de escolher, de se auto-determinar, é a meta.

Onde o útil nem sempre se une as coisas, e muitas vezes, o "útil nem é útil" por aqui.

Onde eu deixo minhas perguntas sem respostas.

Pra onde eu fujo, admito, ou enfrento meus medos, a "bel-prazer" de minha vontade.

Onde Vontade, Espirito e Escolha, são palavras importantes.

Onde meus vilões e hérois se confundem - onde eu sou, ao mesmo passo, vilão e héroi.

Onde a chuva lava a alma.

Onde Educação soa bonito quando falado e eu nem sabia - Onde Educação faz os olhos brilhar, e alma também, e eu bem sabia.

Onde saudade é mar. Onde montanha é casa.

Onde as estrelas são fascinantes, e diferentes sem óculos, e tão fascinantes ainda assim.

Onde a lua me dá sorrios misteriosos, e o por do sol é sempre suspirante.

É o palco da píada interna, e de alguns choros tolhidos, é a morada da minha gargalhada-menino, e dos Sol dos meus olhos.

Onde tá escrito uma história que eu não sei ler, só fragmentos na frente do espelho.

Onde está meu tempo, meu caso e meu acaso, rumo e viagem.

Onde estão os que eu amo, os que amei e onde estarão os que eu amar.
É o meu maior presente.

Onde eu sei que tenho espaço, e onde estou...
Agora.





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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Sobre as pessoas...

E a criança fala pro pai, com convicção:

- Pai, eu vou mudar o mundo.

- Filha, lembre-se, não é o mundo, são mundos minha filha.


E essa história não é minha, mas é de alguem que hoje fica mudando mundos por aí.



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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

1º Olimpiada Nacional em História do Brasil.

Para acabar com a impressão de que eu possa ser um spam (e um insensivel), e aproveitando que divulguei a Olimpiada com o cadastro desse blog, deixo aqui uma mensagem para os blogueiros incomodados com minha repetitiva mensagem em suas postagens.
Olha, gostaria muito ter tempo para ler vários dos blogs que encontrei, mas no momento preciso continuar divulgando, e uma das maneiras que encontramos foi a divulgação nos blogs.
Agora isso também vale para os visitantes:
As informações mais precisas sobre a 1º Olimpiada Nacional em História do Brasil estão no site:
www.mc.unicamp.br
Em resumo, está é uma Olimpiada voltada para alunos de oitavo e nono anos do ensino fundamental e do I, II e III ano do ensino médio.
As inscrições vão de 1 de agosto a 15 de setembro de 2009, e a Olimpíada começa no dia 21 de setembro de 2009.

Qualquer dúvida também podem me mandar um email: tposhiro@yahoo.com.br

E na medida do que puderem comentem com os possiveis interessados.

Muito obrigado,


Thiago

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Reminiscências de 2008...

Sempre me perguntam, e sempre dou respostas diferentes.

Por que você foi mesmo para Belo Horizonte?
Por que Campinas? Uns vão além, por que História, por que longe? Pra que?

São muitas respostas e certamente alguns pensariam que isso é falta de convicção, confusão, as vezes até pé no chão. E eu concordo, sou cheio dos três: convicções fracas, confusões e muitas vezes sou um sonhador.
Mas por mim é isso mesmo.
Cheguei de Ouro Preto denovo, e não é fácil voltar pra cá, há um preço que esse lugar me cobra, que me doí demais que é não ver meus irmãos crescerem, reservo-me a oportunidade de ver, talvez e tomara, meus filhos crescendo, já que eles já não vai dar, não o tanto que gostaria.
E essa dor me reviveu esses pensamentos.
Por que mesmo eu saí de BH?
Não existem motivos mentirosos, existem motivos que mais ou menos eu entendo, outros que eu sei que são mais guardo pra mim mesmo, e outros que fazem sentido e influênciam em certa medida. No limite, nem eu entendo porque que é que eu fui pra BH, mas é algo que começa lá nos meus seis anos de idade, e segue, se aprofunda aos treze, complica-se a partir dos dezessete e que aos dezenove era insuportavel.
Eu não sei explicar, eu só senti que precisava ir.
O estágio, o emprego, o estudo e a experiência fazem até sentido e são em certa medida fatores que influenciaram, mas poucas pessoas foram capazes de perceber o que realmente me movia (move?), e menos ainda foram capazes de aceitar.
No fundo, lá no fundo, eu tinha uma voz dentro de mim que intuia que seria bom sair naquele momento, mas era coisa boa pro coração, não necessariamente "pras expectativas de outros".
E 2008 foi um ano de quebrar expectativas alheias.
Eu fui, então, pra Belo Horizonte, contraiando muitos, sendo apoiado por uns poucos, que nem sempre entendiam minhas reais razões, ou as mais profundas, que era o simples fato da minha alma "pensar ser uma boa idéia".
E o mesmo se aplica à história e à Unicamp.
Não fui nunca de me importar com o nome da instituição na qual se está, eu simplesmente não enxergo essas coisas direito. E também nunca fui algeum de me preocupar com "os estudos" intrisecamente ligado à academia, eu costumo me ligar mais a pessoas e lugares, então por mais interessante que fosse a grade do curso de História daqui, não seria motivo forte suficiente para me retirar de Ouro Preto. Oras então, o que faço aqui?
Sabe, novamente eu acho que ainda não descobri, me movi simplesmente pelo que me gritava alto por dentro, a ansia de sair, de arriscar, de outras coisas, sem dúvida a influência de uma grande amiga marcou forte minha vontade, mas não foi a coluna vertebral dessa decisão, na verdade, eu até acho que faça parte, como uma coisa toda junta, tudo isso que falo, de sentir, de interno, de mim, mais as coisas a volta, mais a influência dela, mais a grade e o lugar, tudo isso formou uma coisa grande, e me impeliu a ir.
Foi necessário romper com uma série de coisas e mais, foi necessário mergulhar profundo dentro de mim, para que eu fosse além dos meus próprios limites.
Um profundo que antes eu teria medo, que hoje eu coexisto com tranquilidade.


As coisas nem sempre são tão complicadas e cheias de motivos,
e podem me achar um irresponsável, mas sim, eu tomei duas enormes decisões na minha vida, simplesmente porque "me dizia muito a alma" seguir daquele jeito.


E sabe, eu tenho sido bem feliz assim.



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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Vidas cênicas...

Não consegue, não consigo, compreender tamanha resistência.
E é um tanto díficil quanto angustiante pensar que amar ainda que mutuamente não signifique poder estar junto.
Por que?
Se ainda existe amor!
Frente a fragilidade e ao acaso da vida!
Se tantas justificativas não se sustentam, se tantas coisas mudaram!
É muito díficil aceitar isso calado, e as vezes eu preciso falar, e as vezes eu tenho vontade de ouvir , de ouvi-la.
Pra que tanta resistência?
Eu não sei donde surgem as histórias, se me conhece tão bem, se compartilhou tanto de tantas coisas, não sei daonde vêem as acusações, muitas delas "ilogicas pela vivência", e como se sustentam em seu universo de "brumas e caraminholas".
As vezes culpo a culpa, e esse excesso de caraminholas.
Eu sinto uma extensão além do final nessa peça, as cortinas desceram e as luzes apagaram, mas se houvem os passos, suspiros e as batidas, dos pés, das mãos e dos corações, se ouvem os cochichs e vêem-se os olhares trocados, imaginação paira no ar, com um clima de tensão tão denso que se poderia cortar a faca.
Como isso pode ser o final? A cortina desceu, as luzes se foram, mas a cena continua, e a platéia também.
Ela acredita que já terminou, mas eu não creio, há sinais demais no palco, para simplesmente me curvar e esperar os aplausos, além do mais, joguei meu script fora.
Deve ser essa minha mania de achar, minha mania de ouvir minha intuição, e enquanto a intuição diz que ainda tem muitas paginas até o final do livro, eu não consigo fecha-lo, tampouco ler outros. É um tipo de Literatura que prende: não com as mãos, ou palavras, prende com a alma,
eu mesmo nunca deixei de ler suas palavras, mesmo que escondido ou apenas fingindo estar escondido, sou um leitor assiduo.
Como leitor falo pouco, mas quando faço ela se esquiva, e dissipa no ar.
Se pergunto por que, irrito, ressucito os mortos e sou taxado necromante!
Se a provoco, discutimos, mas ao menos, seu coração aparece, porque geralmente, ela transforma sua caixa toraxia em cofre toraxico, e eu só posso ouvir suas batidas no meu coração.
Se me aproximo suas palavras se alteram, voluveis, entre as rosas e seus espinhos.
Antes derrubava a marretadas os muros que erguiam o cofre toráxico, hoje em dia eu deixo ele lá.
É por isso que eu enxergo duvida, aonde vou, porque o ar tem cheiro de reticências, as luzes apagadas e as cortinas fechadas não me fazem crer no fim da peça.
Já ouço e procuro por novos sons no palco, e olhos na plateia que já me atraem,
mas não nego que a escritora, protagonista desse teatro, ainda me rouba: o ar , e a alma, até sem querer...



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A criação do mundo...

As vezes sentado olhando par o nada, me desespero com questões que não estão ali, dragões de tempo.
E o pior, os meus vem de um conto de fadas.
O afastamento me fez tão bem, sozinho por um tempo tive tempo pra pensar, e me (re)conhecer, longe dos velhos amigos, dos apoios, das sustentações, estava sentenciada à morte a minha dependencia das "coisas" e pessoas.
Se parar pra pensar meus momentos de maior força são os momentos onde a maior força é necessária, de resto eu sou um tanto quanto pacato e até preguiçoso, em alguma medida comodo e em várias, até aquele ponto, muito dependente.
Não tenho como medir até que ponto isso passou, e eu me reconstruir, me afastar doeu e muito, ainda mais quando se acredita ter "toda a culpa", mas , culpa é uma questão de referencial, e eu prefiri, depois de um tempo, joga-la no destino, ou no lixo mesmo, visto que não acredito em destino.
E eu fiz novas amizades e tenho feito, e meu coração anteriormente abalado e minha alma fatigada, mudaram, até que ponto? Nem sei dizer.
Pra melhor ou pra pior depende pra quem.
Pra mim eu apenas me tornei mais eu: tantas mudanças em tão pouco tempo, o afastamento me permitiu viver isso tudo sozinho, e esse é seu grande mérito. Terminar foi o meu grande começo.
Eu aprendi que as posso fazer muitas coisas por conta própria, e que , contra as expectativas ou os comentários de alguns, eu fui pra Campinas, eu enfrentei meus medos e meus próprios demonios, e fiz tudo isso sozinho.
Depois ainda, eu encontrei pessoas com quem sozinho já não mais estava, minha solidão, por horas uma mestra, por horas angustiante, passou a ser apenas uma tutora de ocasião, e eu passei a ter por perto novos amigos, pessoas de outros lugares e com muito menos ligações entre nossas histórias, exceto aquela História, e aquele lugar...
Eu recobrei um equilibrio e uma confiança em mim mesmo que foram dizimadas em outros tempos, e descobri perspectivas muito diferentes que daqueles tempos, joguei os fardos fora, joguei a culpa fora, e passei a me deparar com um jeito um tanto quanto diferente de ver o mundo e as coisas: difuso.
Mas este mundo que teve sua genese em uma série de mudanças entre elas o término, resgatou fim, e almejou o recomeço.

sábado, 8 de agosto de 2009

Musica que toca a vida...

"... a única maneira ainda, de imaginar a minha vida é ve-la como um musical..."

Estive pensando nisso hoje, não é raro eu ouvir uma música e tomar um banho de memórias, em várias fases da minha vida eu posso me lembrar de uma banda, musica, cantor que marcou mais ou menos.
Como não lembrar de eu e meu pai cantando musicas sertanejos de Leandro e Leonardo quando eu era bem pequenino, ou as musicas empolgantes dos jogos que jogava na época, como Shining Force II ou Final Fantasy III , sempre que ouço eu me sinto deslocado e deslocando no tempo, tanto é dificil eu manter o "hábito musical", se eu tiver gostado da musica muito no passado, vai ser dificil demais de voltar a escuta-la tão frequentemente ou "deixar que marque" outro periodo, não sei, só sei que não o faço, deve ser uma questão de preservar a memória mesmo.
De um dos primeiros CDs que eu pedi foi de uma banda que gosto muito até hoje: Skank, o nome do album era Siderado, e eu não fazia idéia do que significava, mas ouvia todo dia.
Como não me lembrar dos bloquinhos do Kumon, da mesa de plástico, sexta e setima série, e o Nirvana tocando altissimo, se duvidar eu variaria pro Offspring, ou Red Hot, que tempo mais louco , de músicas altas e grande confusão!
Me lembro depois, Angra, Avantasia, Rhapsody e o RPG, marcando fundo uma época onde eu ouvia, muito, além dessas bandas trilhas sonoras de filmes, e isso dura até hoje, um pouco, tudo para preparar uma boa aventura, com trlha sonora e tudo!
Capital Inicial, Legião Urbana, Dire Straits, vieram junto com o CEFET, O Vencedor? Não é Pri?
Como não me lembrar do meu primeiro ano lá, como não me lembrar do dia em que rasparam minha cabeça, ou dos primeiros dias de aula e das pessoas que conheci na mesma época?
Como não lembrar do meu namoro com a Olga e não lembrar de Zeca Baleiro, Skank, a MPB e o Samba, passando a integrar o quadro também das músicas que ouvia com frequencia!
Chega ao ponto de lembrar dias inteiros, cenas inteiras, momentos inteiros.
Como não lembrar do ano passado e não lembrar do Teatro Mágico, das noites Belorizontinas sem Jorge Drexler, The Corrs, as musicas de Naruto, O Senhor dos Anéis e Guerra nas estrelas? Sim, foi um ano bem doido para músicas tão variadas.
É, hoje em dia tenho ouvido Michael Jackson , U2, Skank, entre outras coisas que ouço por aí, nem sei dizer qual musica tem marcado mais, nunca sei, só depois, que ouço denovo e mergulho denovo num mar de lembranças inesperadas.



Minha memória toca melodias inesperadas!


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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

De escolhas...

"É tão novinho e acha que já pode ir escolhendo" -
Quem já não ouviu isso?

A falsa crença de que não escolhemos quando somos "pequeninos", e que se alastra vida afora, e que muitas vezes acabamos sentindo em relação as pessoas proximas: De que não deveriam estar escolhendo.
Eta arrogancia! Muitas vezes não sabemos lidar nem com nossas próprias escolhas, donde vem a crença de que podemos determinar as escolhas dos outros?

Quando eu for pai, aposto que me sentirei angustiado com o fato dos meus filhos crescerem, fazerem suas próprias escolhas, porque isso talvez signifique na minha cabeça, que eles terão de arcar com dores, e sofrer devido as escolhas.

Mas vou deixar registrado hoje , para que possa reler, amanhã e além, que eu não acredito nisso agora.
Acho um tremendo desrespeito e uma ingenuidade curiosa achar que as crianças não escolhem, ou acreditar que porque alguem é mais novo que "entende menos das coisas".
Se ninguem vive a mesma coisa, ou compreende o mundo do mesmo jeito, exsite um jeito mais certo de fazer as coisas?


Eu acredito que somos feitos de conjunto, e por isso acabamos sendo influenciados, as pessoas que nos rodeiam nos constituem também, mas isso não dá direito de nenhuma delas de determinarem por outras, porque , no limite, quem escolhe somos nós, e por isso a desobediência acaba fazendo parte da infância.
O problema é que isso não é tão simples, imagina o quão terrivel é se a descrença das crianças for tamanha, que quando crianças , jovens e adultos, acreditem que suas escolhas dependem de outros.
É conveniente errar assim, sempre acreditando que outras coisas determinam nossa vida, então é culpa delas, e ainda assim, é mais comum ainda, ter culpa assim: "nossa, tudo que eu faço tá errado".
Nem sei o que é pior, a irresponsabilidade de se esconder por trás da idéia de que os outros escolhem por você, ou a perda da capacidade de escolha, ou restrição, devido a um denso, pesadissimo, sentiment de culpa.
Pior não no sentido de certo ou errado, não sei qual é o mais "insuportavel de viver", só isso.
Insuportavel para mim.
Autodeterminação, mesmo que sejamos demasiadamente influenciados, dominados, ou que tenhamos "coisas demais" (pirilampos), somos nós quem somos responsáveis por elas, não existe autoridade tamanha que pode impedir as escolhas de uma pessoa.

Mais do que de pessoas somos feitos de escolhas, frente as coisas que acreditamos e buscando nos encontrar.
Que ninguem se obrigue a multilar um pedaço de dentro de si, porque há pedaços da alma, que multilados não regeneram, e seria uma tristeza se isso acontecesse.


As pessoas devem poder escolher, e as pessoas são pessoas, do dia que nascem ao dia que morrem, considerar com o mesmo respeito as idéias, dos novos e dos antigos: Isso te abre os olhos, pra mundos que você não viu, ou que já viu parecidos em outros tempos.

Eu particularmente acho divertido, e hoje, neste tempo, sou daqueles que acreditam, que amor e liberdade estão profundamente relacionados, e que quem ama, zela pelo que a pessoa é, compartilhar, até a existencia mais profunda, e respeitar, do fundo da alma, quem ela é e suas escolhas.

E que fique registrado, pra que eu me lembre bem, no dia em que cismar de mandar em alguem.
Hahahaha...

De leitores...

Sabe, faz tempo que já notei que não escrevo pra mim mesmo.
Há sempre vocês aí, meus leitores, pra quem eu sempre escrevo, imagino suas reações e pensamentos e frequentemente sinto como se meus textos fossem quase como se conversasse com vocês sobre idéias que inquietam meus pensamentos, inquietude boa e ruim ao mesmo tempo, que se torna só boa mesmo quando bem compartilhada.
Imagino as reações de alguns de vocês, que sei que costumam acompanhar, o que concordariam e discordariam, poderiam , talvez escrever algo também, e muito me agradaria ler, poderia comentar, conversar comigo sobre algo que leu aqui, e vocês podem não ter idéia de como é importante, mas fica aqui registrado, a importancia do tempo que empregam nessas "paginas e paginas" de pensamentos soltos e insoluveis - indispensavel.
É escrevendo pra vocês que eu vo aprendendo a escrever também, já é quase inconsciente, escrever com a presença de vocês por aqui.

Muito Obrigado,

Thiago