quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Divulgaçao parte II: 1° Forum de Literatura: Edgar Allan Poe

Pessoal, o link e o texto estão no Cultura & Arte Campinas, colocaram ontem.
Blog: http://culturaeartecampinas.blogspot.com/2009/09/1-forum-de-literatura-do-ccla-edgar.html

O Centro de Ciências Letras e Artes de Campinas convida:
1o Fórum de Literatura do CCLA - Edgar Allan Poe

Em comemoração aos 200 anos do nascimento de Edgar Allan Poe, estará aberta à visitação, no CCLA, de 5 a 15 de outubro, uma exposição de fotografias, livros,cartas e desenhos. Teremos também palestra, mesa-redonda, sessões de vídeos e declamações de poemas nas noites de 13 e 14 de outubro. As sessões de vídeos são em inglês. Todas as atividades são gratuitas.
Programação online: www.literaturaccla.blogspot.com

05/10
Abertura oficial com o músico Amyr Cantusio, tocando composição própria baseda no poema Annabel Lee. (horário a confirmar)
13/10
18h Vídeos: Poe no cinema . De Vincent Price às animações
19h Mesa Redonda: Poe na Psicanálise
20h30 Declamação de Poema

14/10
18h Vídeos: Poe na música
19h Palestra: O Detetive do Romance Policial: Do tradicional ao contemporâneo
20h30 Declamação de Poema (Luno Volpato)

SERVIÇO:
1º Fórum de Literatura do CCLA - Edgar Allan Poe
Dias: 05/10, 13/10 e 14/10
Local: CCLA - Campinas
Endereço: Rua Bernardino de Campos, 989 , Centro
Programação completa no blog do CCLA


Assim que tiver mais informações posto por aqui.


Até mais!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Divulgando: 1° Forum de Literatura: Edgar Allan Poe

Pessoal, pra quem não conhece o Centro de Ciência Letras e Arte de Campinas, eles estão organizando 1° Fórum de Literatura: Edgar Allan Poe , este ano é o bicentenário de nascimento do autor , informações sobre o forum estão no texto a seguir foi extraído do blog: http://www.literaturaccla.blogspot.com/

Exposição aberta à visitação de 5 a 15 de outubro (exceto fins de semana e feriado)
Participações confirmadas:

* Centro de Pesquisa OUTRARTE: estudos entre arte e psicanálise.
Com a mesa redonda "Poe na psicanálise"
* Fernanda Massi - mestranda da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP Araraquara
Com a palestra: "O Detetive do Romance Policial: Do tradicional ao contemporâneo"
* Academia de Letras
Com declamações de poemas
Teremos ainda sessões de pequenos vídeos com trailers de adaptações da obra para o cinema, versões declamadas, musicadas ou cd's inspirados nos poemas e contos de Poe!
Todas as atividades são gratuitas!
Breve o horário de toda a programação.


É uma boa oportunidade para conhecer mais sobra a obra do autor bem como
o próprio Centro de Ciências Letras e Artes de Campinas!

Peço aos companheiros bloggers e visitantes que ajudem a divulgar e repassem a mensagem!

Grato.


Thiago

domingo, 20 de setembro de 2009

domingo, 13 de setembro de 2009

Da Importância da Filosofia - parte 1

Falei sobre separações, me lembrei de um texto do livro "O Que é Filosofia Antiga" (Pierre Hadot) , li os capitulos 10 e 11 do livro pra aula de História Medieval e bom, deu muito o que pensar.

O texto fala sobre a apropriação, por parte da filosofia cristã, de elementos da filosofia "profana", para inclusive a "fixação" da idéia do cristianismo como filosofia - que , na época , envolvia não apenas um discurso teórico mas uma perspectiva de vida - e como a partir dessa apropriação durante a Idade Média você tem a desvinculação da idéia de filosofia como "modo de vida" como a Filosofia puramente como discurso teórico.

Penso que a visão da filosofia como apenas discurso teorico foi bastante difundida e penetrou niveis bem profundos da nossa sociedade, em nivel de sociedade brasileira mesmo, e que essa visão da filosofia é uma das mais propagadas , senão repetidas em nosso pais, pelo menos pelo "senso comum" da maioria das pessoas que conheço.
A primeira vez que eu ouvi alguem jogar no chão essa idéia, foi para os cantos do meu terceiro ano do ensino médio, Professor João Bosco Rios, primeira aula de filosofia reijeitou completamente a idéia de filosofia como simplesmente especulação teórica sobre o abstrato, e trouxe uma dimensão da filosofia que foi tão encantadora que quase optei por estudar filosofia ao ínvez de história. (mas continuo perdido nos seus encantos e , veja por esse post, o respeito a adimração que tenho pela mesma)
Que era a idéia da "construção das coisas" a partir das idéias, o questinoamento do meio em que estou e a partir disso da reflexão e construção de "modelos" melhores, seja de soceidade, seja do comportamento do individuo, desde á ética, ao modelo de organização social.
Esse contato com a Filosofia e a leitura do texto de Hadot me trouxeram as seguintes reflexões:
É preciso, pois, voltarmos a nos questionar sobre várias coisas , relativos à vida mesmo, e torna-las práticas, carecemos uma filosofia que una a reflexão e o cotidiano, a vida e às pessoas, questinar quanto "o que é a sociedade?" "O que quero para a sociedade?" "O que penso ser função dela?" "Por que nos organizamos em sociedade", há muitas perguntas a serem feitas e penso ser a Filosofia, como exercicio critico do pensamento sobre os aspectos da vida, e consequentemente da tomada de uma postura diante deles, uma base fundamental para as mudanças sociais das mais profundas.
O habito de inquirir , de questionar, próprio do exercicio da filosofia, é consequencia de uma Educação critica? Precisa ser exercitado de forma especifica?
Como tornar cultural o valor do questionamento?

É a falta de peguntar que nos leva a grande dificuldade de lidar com os problemas e um dos fatores fortes para a propagação de uma apatia política, assim como também para o estabelecimento de um tipo de relação social, construida ao longo de nossa História, que prioriza grupos sociais minoritários em detrimento das condições mais básicas de existência para a grande maioria - a "ideologia dominante" apropriada forçososamente (atráves da cultura e dentro da própria sociedade) pelos dominados.
Quem são os dominados senão nós mesmos?

Se tivessem a oportunidade de se organizar de outra forma, de receber outras influências para possibilidades de formação, abertos a esse exercicio da Filosofia , por exempo,
Será que se a maioria se questionasse quanto essas coisas, aceitariam de bom grado "esse" estado de coisas? Acho que não hein?

Acredito que a transformação vem da percepção das relações que estabelecem a sua volta e a sua inserção no meio delas, e a partir daí a mudança na forma de como você age em relação a elas, é um processo individual, mas que em larga escala mudará toda a estrutura de um sistema.



Então, um brinde , à Filosofia!
Aos estudantes, mestres e entusiastas dessa arte!


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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sobre as separações...

Recentemente muitos paradigmas vieram ao chão e muita coisa precisou ser reorganizada da minha mente. Esse tem sido um periodo marcado por isso e uma das minhas reflexões , que quero compartilhar nesse texto, é sobre as dicotomias e separações.
Vou começar por uma que eu não acho simples de entender, nem fácil de aceitar e ainda mais complexa para lidar e muita coisa ainda estou organizando, mas algo que me chama bastante atenção é a forma como "separamos-nos" em razão e emoção, ora me diga quem pode agir assim tão separado!
Mas seria leviandade e simplismo meu considerar que para por aí, penso que nossa cultura ultra-valoriza o racional, talvez seja essa cultura "ocidentalizada" (ou "euro-americanizada"?), que impõe de forma velada um ritmo para as coisas: a hora de se estudar, de escolher o que vamos se pro resto da vida, de parar de trabalhar, de trabalhar e estudar, tudo em separado.
Separam-se também as pessoas, as classes, separa-se também a familia e o próprio individuo é separado. Separado de si mesmo por gostar de algo que a sociedade não consegue compreender, por ter um tempo próprio que não corresponde ao tempo imposto, por nem sempre querer trabalhar com algo que o "mercado gosta", por pensar coisas que saem do padrão, e ter uma percepção do mundo bem própria e de uma particularidade incrivel...
Somos separados da "possibilidade", à medida em que somos fechados a determinados meios sociais, ou fechados a um tipo de informação, a uma cultura hegemonica que se expressa em todos os cantos e apesar de ser sufocante, acabamos nos adaptando à asfixia constante, cria-se portanto um padrão de comportamento, um padrão de ser humano, que não comporta ninguem.
Aliás um padrão de comportamento humano desumanizador, fundado simplesmente nessa lógica de uma racionalidade ultra-valorizada, dentro de um pretexto de objetividade que é apenas o suporte para "o produto" , e o produto atende ao mercado, por isso precisa ser "objetivo", sólido e, acima de tudo, Vendavel.
É assim que suprimimos um pedaço de nós para nos adaptarmos às condições sobre as quais estamos, que nos perdemos de uma parte de nós.
A limitação do comportamento humano como produto dessa cultura(?) está estampado, nos abismos sociais, que são também abismos de cultura e letramento, abismos de educação, que serviriam acima de qualquer proposito, para "aumentar possibilidades", e não digo de sucesso, mas aumentar possibilidades DO HUMANO, do SER humano, do ser mais a si mesmo, possibilidade do (re)encontro de si.
Está no que abandomamos de nós, cotidianamente e para a vida , por medo, por vergonha, por culpa, todos os três culturalizados pela nossa sociedade.
Separamos as raças, as cores, os gostos e os sexos, separamos a terra e os nossos pedaços, nos despedaçamos separados por aí.
Será a Terra tão separada assim? Em hemisférios, meridianos, países, estados e cidades?
Será o fogo assim tão separado da água, e eu tão separado assim de meu irmão? De mim mesmo?
Será o branco é tão separado assim do negro? Ou o norte tão separado assim do sul?
Será que o azul é tão assim separado do vermelho, do verde, do amarelo e do marrom? Do roxo?
Será que o Sol é tão assim separado da Lua, ou o Universo de nós?
Seremos tão separados assim da Natureza?
Será a verdade tão separada assim da mentira? Da Dúvida?
Será a razão assim tão separada da emoção? Da loucura?
Serei eu tão separado assim daquilo que quero ser, daquilo que sou? Será o homem assim tão separado da mulher? Ou o homem do próprio homem e a mulher da própria mulher?


O problema não está na diferença visualizada pelo foco do que se separa, do que se distingue, mas da supressão do diferente.
Dificuldade de lidar com a idéia de coexistência.
Ainda é , na sociedade e nas pessoas, porque assim mantemos.

Até quando?




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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

"Seu Luiz"

Voltando de Onibus BH-Ouro Preto , comecei a conversar, como de costume, com o senhor que vinha sentado ao meu lado, estava voltando pra casa depois de entregar um documento a um moço que precisava mas não vinha busca-los.
Seu Luiz disse-me que construiu suas coisas de pequeno, começou a trabalhar com quatro anos, vendendo leite pro pai, que não pegava o dinheiro dos garotos e deixava eles tomarem guaraná e comprar o que mais interessasse, o pai de seu Luiz, fazia com que ele e seus irmãos acordassem sempre cedo, e era indignado com o fato de estudarmos por tanto tempo, e da lei proibir o trabalho para "menores de idade", dizia: "18 Anos, só estudando? É isso que faz as más companhias se aproximarem: o menino vai pra casa, não tem nada pra fazer, acaba indo pra essas drogaiada que existe por aí, e se perde.".
Estudou muito pouco, mal letrado era, quando novo ainda veio pra Ouro Preto, não me lembro mas acho que trabalhava de cozinheiro, sei que mandava boa parte de sua renda pro seu pai e sua mãe "pra que eles não me mandasse voltar pra casa, mas ainda sim eu tinha um dinheirim pra tomar um guaraná".
Quando novo ainda quis ir pro exercito, mas logo desanimou e escapuliu-se para Sampa, trabalhar, primeiro com transporte e depois na area de Metalurgia, ele contava que toda semana morria um no serviço dele: "O ferro quente espirrava e pegava no peito dos peão, era preciso cortar rápido pra que o ferro não saisse enrolando dentro do homem", disse sempre tinham dois com um tesourão, pronto pra cortar o metal muito quente que de vez enquando respingava do alto forno - falava que quando não conseguiam fazer isso rápido o homem morria na hora, e mesmo quando conseguiam a maioria acabava morrendo, "o ferro furava tudo, e ficava aquele cheiro de carvão e carne queimada".
Disse que do dinheiro que juntou compro umas casas aqui em Ouro Preto, e lá em São Paulo Capital, construiu num terreno desses um prédio que dava pra umas 23 familias, cedeu o prédio pra umas familias que vinham do Nordeste, dentre as 23 familias que moravam no prédio morava uma filha dele, casada e com três ou quatro filhos, ele disse que por ele tudo bem, que não fazia falta, "negar seria pecado!". Disse que é ruim demais passar fome, que ele já tinha passado, no comecinho da mudança pra São Paulo: trabalhava de carregador, andando pra lá e pra cá em São Paulo, quando o caminhão falhava, ficavam na estrada, sem nada pra comer, e tinham que arrumar tudo, e também ganhava pouco e no final do mês sempre tinha que "apertar um pouco mais".
Seus filhos foram criados de um jeito parecido que ele, ele os pôs pra trabalhar novo, mas também estudavam, diferente dele, e ele não mechia no dinheiro dos filhos : "é bom que eles podiam comprar um guaraná, ter as coisas deles, bom que aprende a valorizar."
"Criei todos meus filhos assim e nunca tive problema com a lei".
Seus filhos são muitos, quatorze? Quinze? Tem um número muito grande de netos e bisnetos, tem parentes por toda Ouro Preto, e São Paulo também.
Ele agora , disse estava terminando de construiur um Hotel em Ouro Preto, Ouro Verde chama o Hotel, me chamou para ir lá depois que for inaugurado, acho que fica em um bairro que não conheço chamado Vila Itacolomy, ou algo parecido.
Falava-me que nossa vida, agora era muito fácil, que ele gastava três dias de São Paulo a Ouro Preto - de Maria Fumaça.
Cedeu várias casas que conseguiu, a parentes, amigos e aos que precisavam, falava que tudo o que tinha era porque respeitava isso: aquilo que não lhe fazia falta, repartia, e conseguia o que conseguia, para , além de garantir seu necessário, garantir o "necessário dos próximos."




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Antônio Português...

De outras terras , filho mais novo, sétimo, de uma familia de Portugueses que havia se mudado para o Paraná, primeiro e único filho da familia a nascer em solo brasileiro. Cresceu no campo, onde que com seu pai produziam vinho, depois vieram para o interior de São Paulo, Piracicaba nem devia ser um pouco mais que uma terrinha cheia de casinhas esparssadas num meio de muita terra cultivada (imaginação minha), "Tonim português" foi pra escola até um pouco mais que a quarta série, jovem começou a trabalhar como assitente de pedreiro e assim foi até se tornar um verdadeiro mestre de obras.
Antonio casou-se três vezes, viuvo uma vez, separado outra, e agora, casado denovo ia buscar sua atual esposa no Hospital das Clínicas da Unicamp, ela era bem mais jovem, uns 27 anos mais nova que os 86 de "Seu Antônio", ele conservava o bom humor e a preocupação em bons niveis. Ficou chateado porque a esposa adoeceu porque acreditou que tinham feito macumba para ela, então ficou a comer somente farinha e água, por bem umas duas semanas até seu corpo fraquejar.
Ele tinha dois filhos que estudaram e mais tantos outros que teve em seu primeiro e segundo casamento, Antonio, valorizava o estudo e o trabalho, suspeito que quase em mesma medida, e como não pode estudar, fazia o que podia para prover isso aos filhos, uma trabalha de pedagoga ou de assistente social, outro toca, e foi pra Espanha, tocar, há uns meses atrás - mas todo esforço dele era com gosto, construiu casas São Paulo tudo afora e pelo sul de Minas também, casas de pau-a-pique ou de pedra e concreto mesmo, Campinas, Sorocaba, Piracicaba, Vinhedo, Paulinia, Valinhos, e aos seus 86 anos e ele ainda trabalha, "arrumei os azulejo do chão da casa do meu vizinho outro dia" "e direto eles me chamam pra mais algum serviço e eu vou, é lógico" - e ria quando me contava isso.
Me disse para ir em Piracicaba, disse que vou gostar de lá, disse que lá tem uns lugares bons pra se pescar e que é bem bonita.

Me disse também que o homem precisa ter "aprumo" pra poder ter saúde, como uma casa: se não tem aprumo, em poucos anos, caí.




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