quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Embriagado...

Ah... tontura e confusão. Embriaguez controversa, de contradições.
Oras queria que parasse, noutras deleito-me com cada momento.

Como é possivel? É o que mais me pergunto, perdido nos encantos que me perdem.
Os olhos brilham hipnotizados, e o corpo congela por dentro, estou tomado, bebendo cada gota de cada momento - continuo confuso, e sigo cego. Apenas sinto.

Tão diferentes entre si, me impactam, quebram, seria capaz de admira-las por dias, semanas meses.

E como sou obvio. Meus silêncios são os arautos da minha confusão - da minha censura. A minha tontura, a marca da vivacidade do encanto, torpe e caminhante, com um sorriso de meia boca n rosto.

Com um mundo no peito, loucura em mim se constitui.
Palavras ao avesso. Desespero e me acalmo, pelo mesmo encanto que me causam.

Como é possível?


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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ela que voa...

Nas idas e vindas, encontramos. E frequentemente a vejo voar, nas palavras e nos passos. E congelo por dentro, me encanto, quase não consigo me mover - por dentro e por fora.
Nos meios momentos, minha mente turva insiste em pensar tolices impensaveis.
Nos meios momentos de sonhos silenciosos, sou tomado da febril felicidade da loucura.
Me divido por dentro, entre a parte que os olhos brilham e cala, cuja única vontade é seguir pra frente e encontrar. D'outro, me seguro, alegando excessos de passado em nossas vidas, e em silêncio me ponho - sou ambos, ao mesmo tempo.


Procuro e calo, e no meu silêncio demonstro meu encanto, proibido primeiramente, por mim mesmo.



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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

infernos sérios

Infernos do peso, palavras de aço, incontornaveis, são, os piores infernos.
Ah, falta da calma, daquela vontade de rir na pior hora. De trocar as palavras e de se confundir, falar bobagem, terrivel. Essas são as coisas essenciais, o resto, não sei o que são.
Infernal é levar palavras a sério demais.
Ando vendo isso demais, por isso peço, não levem minhas palavras muito a sério.
Sou capaz de amar e odiar com as palavras, num lapso de segundo que a seriedade não entenderia, mas que a contradição humana entende bem.

É sentir e boas.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

2010.

Ano complicado, mas finalmente, me suporto sozinho.

Apesar de todos os silêncios, e do que eu não falo.

E feliz que seja essas observanças internas.

Sem nunca perder de vista, os breves e bons , raios de Sol que me aparecem.

Espero belos dias em 2011.


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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A Celebração do Inferno.

Me poupo do trabalho de dizer que "tudo vai ficar bem".
Minha esperança deposito em outros lugares, esse excesso de luz que não compreende as contradições de anima, é mais fatal do que qualquer depressão, ansiedade ou angustia.
Infernos internos fazem parte, que não quero reuniciar jamais; Ao meu poder sentir-me injuriado, profundamente amargurado , angustiado, furioso ou triste, qualquer coisa de sombra em mim, enquanto houver sombra. E sempre haverá.

Não quero nunca amortalhar o sombrio, em mim, nem em ninguem.
Mas compreende-lo como parte, nem explica-lo.


Não silenciar os gritos no escuro, nem tolhir a sombra. Com essa claridade, ofuscante, desintegradora, e silenciosa. Essa claridade objetificante, esse racionalismo cego do mundo moderno.


Qualquer coisa de meio demonio, meio irracional, que há porque se brindar.

Porque somos também, da contradição que nos faz.


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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Gripar, melhorar e adoecer denovo...

Sempre que gripado, que nem hoje, suando, melhoro.


Gripo sempre, conforme meus estados de saudade e animo.
A minha gripe é sasonal e emotiva, excesso de saudade, ressentimento ou angustia não proferida.
Excesso de animo, expectativas... ou cansaço do mundo

E melhoro sempre quando me sinto mais vivo.
Mal adoeço quando estou apaixonado. Melhoro sempre que treino, ou puxo treinos.


A minha gripe de final de ano, é sempre um sinal que eu já deveria estar em Ouro Preto.
Essa esmagadora expectativa, que me abaixa as defesas do corpo, e me permite só pensar no retorno.

Males só meus mesmo.


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Se dependesse do Twitter...

Andariamos em circulos...

Um seguindo um outro.

Como um cachorro que corre atrás do próprio rabo.










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domingo, 12 de dezembro de 2010

Com Marx e pernilongos...

O pernilongo é alienado do sangue que sangra quando o esmagamos...
sangra um sangue que não é dele, do qual ele não se reconhece em sua produção.


Ou nós somos alienados do sangue que ele suga...



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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Uma boa primavera...

Muitos entusiasmados me cumprimentam, pela vitória nas eleições para o CA de Ciências Humanas da Unicamp, vitória da Independência Ou Marte. Que concorreu com duas outras chapas para gestão do CACH no ano que vem.
Mas eu não vim aqui falar das eleições nem da vitória, inclusive, porque não consigo compartilhar da mesma forma de entusiasmo das pessoas vieram me falar.
Não que não entenda, só que comigo é um pouco diferente.
Uma boa primavera não garante boa colheita, se não que com bom trabalho semeie a terra.
Tudo o que temos é potencia. Aqui todas as possibilidades podem existir - quanto mais o coletivo for menos nosso , menos dos "integrantes das chapas" e mais uma idéia, que pode ser abraçada, esticada, apropriada e reapropriada de diversas maneira.
Cultivar algo novo, produzir uma cultura - cultura essa existirá na e através das pessoas.
Possivel é cultiva-la, desde agora, no trato com todos, e na construção dos nossos tão almejados pontos de encontro e permitir que as diversidades se esbarrem e congreguem.
É dar a chance, sem respostas claras, mas como anseio sincero de construir algo que "nos faça pertencer mais", que nos recobre a identidade, e a autonomia - uma profunda concepção de comunidade, que poderemos um dia, talvez, ser.

Eu acredito, profundamente, nisso. As eleições fizeram parte do processo, contraditório que tenha sido, para construção dessa singela porém ousada Utopia - tudo o que precisavamos.

Bons frutos espero, precisaremos de bons braços, e bastantes, pois muita terra há que se trabalhar.



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