segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Coração em papel dobrado...

Nos teus longos silêncios eu te vejo,
Suas mãos rabiscam freneticamente a folha,
Lagrimas te escapam, você tenta segura-las,
Nas sinuosas linhas azuis que se formam, e deformam...

Angustias encerradas,
em um papel dobrado...

"Se agora, eu fosse uma criança,
perguntaria:

Isso aí é o seu coração?"


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domingo, 18 de dezembro de 2011

Idéias em cores...

Idéias são cores,
Que se esparramam pelo acaso de alguém dearrama-las.
Todos os modos de dizer são maneiras de fazer arte, a derramar nossas cores por aí...
Cores diversas, dos mundos que somos.
E ninguem apenas "é", cada um é um encontro de nós, nos tingimos
com os pedacinhos de cada um que esbarramos por aí...
E criamos, novas cores, tons, mundos...

Elas superam a pequena dimensão de nossas vidas, se espalham, ou não,
ganham novas formas e cores, são (re)apropriadas e recoloridas ao longo dos tempos,
através de cada pessoinha...

A originalidade assim, não passa de dar novos tons, novos arranjos...
Assim, nenhum dizer é sozinho, nenhuma idéia "pertence"...

É reinventar, cores e formas que estão por aí...
Criar, derramar, escorrer, misturar e mudar...

E criando, fazer mudar...

(Idéias que movem mundos... coloridas...)

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Um sonho...

Hoje eu sonhei com estrelas cadentes. Alguém me contou que elas não iriam cair, mas estavam lá.

O céu estava pululado de estrelas, e mais ainda de estrelas cadentes, algumas nuvens, poucas, tapavam a visão por alguns instantes...
Cortavam o céu em todas as direções, algumas mais dificeis de ver, brilhavam como estrelas mas se moviam e se movendo iam deixando pedaços de si para trás.
Contei dezesseis, e ainda havia mais...
Assistiamos estasiados enquanto tentavamos continuar a a contagem...

E contei para alguém...
"A estrela cadente mais bonita que vi, desceu tanto que começou a queimar, seu rastro e seu brilho eram tão fortes... Olha!"

E comecei a ver... três, belissimas, cortando o céu em direção a terra, brilhando tão forte quanto Vênus... Tão forte quanto aquela que vi, a tantos anos.

E tão forte quanto brilhavam, se deixavam para trás,
Até que, antes de tocarem o chão...

Já não eram mais...


[Como diz o costume, e como a tantos anos, fiz um pedido...

Acordei...]


"Eu me rendo, quero a vida"


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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Brincares.../2

"Não caímos para aprender a andar? E nossas brincadeiras? Esfolar os joelhos, as vezes até rachar alguns ossos, não fazem parte? Alguns tombos de bicicleta definem o seu aprendizado. E aprender a dançar acaba envolvendo alguns pisões no pé...

E se nas nossas brincadeiras infantis o importante era brincar, estar junto ali, naquele momento. Naquela inconsciencia infantil, alheio a qualquer tombo possivel, alheio até mesmo ao fim da brincadeira. Por que é tão díficil em relação ao amor? Em relação às pessoas? Por que não levamos essa expectativa para nossas vidas?

Não é todo encontro de nós um infinito acaso?

Se somos assim tão vastos, como esperar que tudo dê tão certo?

Desentender talvez seja fundamental pra gente se entender...
Se entender nas nossas diferenças...

E tolerar é poder perceber que o mais importante talvez seja...

Estar junto."

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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Teatro da política.../1

Choraria também, as amarguras do mundo,
Toda a opressão, a injustiça do mundo
E cantaria a desesperança aos quatro ventos,
Invocaria a Revolução...
Não fossem as letras tão repetidas...

Onde a rebeldia se tornou "status" e a revolta uma tradição,
onde "historicamente" nos movemos do mesmo jeito...
onde o medo tornou a dúvida uma inimiga pública...
onde nossas certezas se tornaram punhos cerrados,
para os que poderiam estar ao nosso lado.

Não importa o que eu sinta do mundo...
Não importam as minhas amarguras compartilhadas...

Infiel à religião do "bem maior",
Meu coração disfarçado,
me tornará personagem antagonista,
no teatro político das certezas postas...


Neste mundo e n'outros.


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