terça-feira, 19 de abril de 2016

Tempo...

Sempre díficil dizer do Tempo...
As vezes prefiro me esconder atrás de Tempos,
Para não cair no risco, ou não assumir a responsabilidade,
De dizer - que aqui é quase uma forma de tocar - Tempo...

Sempre gostei da palavra inexorável,
   Rasgada e dura como soa, incomoda aos ouvidos,
Tão parecida quanto aquilo que define,
Acho que é a que tem mais alcance para primeiro dizer do Tempo...

As rugas, as marcas nas mãos, a perna machucada,
Os olhos que aos poucos deixam de ver,

As pedras que se dissolvem em areia,
   Montanhas que se curvam em pó...

Estrelas que nascem e morrem,
  E cujas luzes permanecem para nós no céu, mesmo depois de terem se apagado;

Faces que aparecem e desaparecem de nossas vidas,
 Que nas pontas dos dedos, encontram-se, e depois, não mais...

Tempo do que pode ser - a expectativa, tempo do que poderia ter sido, lamentação,
Tempo do que foi, passado que observamos (e esquecemos), Tempo que é...

Sombras do relógio de Sol, ponteiros no pulso,
Algum tempo para dar corda no coração,

Tempo do contador, tempo das contas, tempo para a pressa...

e o tempo fora do tempo... do intangível, do inalcançável, do inimaginável...

Do alcance a distancia,
       Tempo,
         Perpassa
           Atravessa
             Expande
              Recolhe
                 Voa
                    Para...