quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Das muitas derrotas...

Sinto o peso de minhas derrotas a cada momento.
Parece que a cada dificuldade que se passa, outra aparece, mais ameaçadora, mais resiliente.

Aos poucos, coisas me faltam...

Cansado do que não é necessário,
          desse correr interminável,
                               das lutas sem fim,
                                               da dor que não cessa.


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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

é preciso continuar dizendo...

Tenho escrito pouco... é verdade. Das poucas pessoas que aqui vêem dar uma olhadinha, muitas encontram a pagina sem novos posts, talvez até se perguntem se desisti. Não... não creio que desistir seja uma coisa que esteja em jogo, porque este blog nunca foi um projeto, escrevo pela necessidade da escrita muito mais do que por te-la como um objetivo.

As vezes, abro a pagina, tem algo guardado, e eu quero escrever. Mas não saí, o quer que esteja dentro de mim ainda não consegue tomar forma em palavra, daí, é preciso esperar. E quando for tempo, as coisas saem...

Exatamente como agora, quando minhas mãos deslizam pelo teclado conhecido, e eu já encontro as palavras sem precisar procura-las, sem pensar, nada...

A escrita não tem sido para mim, há algum tempo, trabalho manual - de talhar textos em palavras, de escolher assuntos e montar estruturas, não...

Sou atravessado por isso, e por todas as outras cousas atrás disso...
E metade delas não sei explicar e a outra, não careço explicar.

Muito me agrada imaginar que algumas pessoas que esbarram nesses escritos, encontrem algo que os anima também a escrever... que também, atravessadas de coisas, precisam dizer...

Acho que é isso....

preciso dizer,

preciso dizer,

é preciso continuar dizendo...

Embora muitas vezes, as paginas em branco, abertas na janela do navegador, apenas continuem em branco. E eu, consciente de que insistir com algumas coisas é mais propenso a estraga-las ou transforma-las em outra coisa, escolho deixar a pagina em branco...

Se isso fosse um caderno, muitas folhas em branco.

Uma para cada vez que tentei dizer,
E não disse.

Mas não carece desespero, só não era tempo...

Agora é...


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domingo, 9 de novembro de 2014

Nervosismo e Ego...

Ontem reparei, hoje também. As cobranças de ontem, ecoam, ontem e também hoje.
Dias de ENEM, dias de passar por um exame que me permitirá ou não "fazer alguma coisa da vida", ou "dar um jeito" nela, cobranças que surgiram, cobranças que voltaram.

Essas cobranças a respeito da vida feita,em alguns casos há muito tempo. Apareceram de novo. Cheias de vigor, enchendo meus pensamentos de imagens de derrota, enchendo meu coração de medo de fracassar, me apertando por dentro em ansiedade.

O peso delas só é um indicador de que eu não as esqueci, de que continuaram aqui, vagando pela minha mente, algumas esquecidas, outras no ressentimento das pessoas que disseram, porque o que disseram feriu.

Não é culpa delas meu nervosismo, mas acredito que de meu Ego, que dá atenção às cobranças, às coisas que exigiram que eu correspondesse em determinado momento e um desejo perverso de "mostrar pra eles" como estão erradas. Esse ego que tem o desejo de se provar diante desses outros que cobraram, que através de suas cobranças feriram...

Tolamente.

De todas as coisas que ouvi, desde que abandonei a faculdade, quase todas as cobranças em relação a vida ficaram. "Mas você não faz nada da vida", "você tem que dar um jeito", "você não conseguiu terminar a faculdade", ... tantas e tantas outras... A muitas delas, quando ouvi, reagi com grosseria, me defendi e rejeitei. Mas o gesto de rejeitar, só era a evidência de que por dentro, eu brigava comigo mesmo porque já havia me dito às mesmas coisas... A defesa era a única reação suportável à cobrança existente... Porque as minhas próprias cobranças eram/são, de alguma forma, muito semelhantes ao que ouvia.

Ao menos, estou tendo a clara oportunidade de reconhecer esse ego fortalecido que existe em mim, nessa vontade de "me provar" diante do mundo e das cousas.

Mas não desejo impor a ninguém, as cobranças que ouvi, porque, pelo tempo que as ouvi, muito sofrimento me causaram, e vêm causando. Eu não tenho o direito, e não saberia prever, as consequências dessas cobranças...

Existem outros modos de dizer,

Para que possamos nos ouvir melhor,

Dentro das nossas possibilidades.





(Porque é sempre dentro dessas possibilidades que ouvimos, ou não.)





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