quinta-feira, 4 de outubro de 2012

As palavras...

Faz tempo, muito tempo que meus textos começaram a derreter. Evito palavras muito firmes porque não queria que as pessoas vissem solidez aonde não existe, certezas aonde há mais dúvidas que todo o resto. Eu gosto das indagações e dos derretimentos. É verdade, se tornou quase impossível tratar de qualquer assunto específico e pontual no blog.  Bom, esta é a primeira tentativa em muito tempo, pra falar justamente sobre essas palavras.

Não gosto de palavras que me prendem, tenho uma preocupação muito grande em deixar o não dito mais presente no meu texto do que é necessário dizer. Inclusive porque - no final das contas - as pessoas entendem como for, é o entendimento delas, não meu. De qualquer modo, me preocupa um pouco aquilo que digo...

Esse blog, em seus primeiros passos , é um mar de reflexões solidas, teorias apaixonadas sobre o mundo, as pessoas e as coisas... É uma expressão de um determinado tempo de mim. De um certo Thiago com o qual este de agora, mais ou menos, dialoga, especialmente no que tange à escrita.

As teorias começaram a me incomodar e as duvidas que me invadiam e a unica regra que fiz para este blog tudo entrou em confusão: Minhas idéias não eram mais as mesmas, nem a convicção, nem a firmeza e as paixões, outras. As bravatas, a prosa e os projetos foram sumindo, derretendo...

Dando lugar às minhas inconsistências, às minhas dúvidas. O blog antes tinha como objetivo "comunicar para muitos", hoje não. E o mais irônico de tudo isso é que nos silêncios que me permito, as pessoas podem ser livres para se identificar ou não, ou melhor, identificarem-se à forma delas...
E isso, de uma certa maneira, diz mais.

As palavras são encantadas pelas pessoas à sua maneira...
Não existe uma interpretação objetiva, um motivo maior...

E tudo que preciso fazer é jogar tintas numa tela branca.

Quero das minhas palavras o que elas são:

Expressão...



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Um comentário:

Olga disse...

Eu andava perdida em razões para escritos... Dividindo texto entre um blog fechado (para convidados) e um aberto ao público. Separando o que seria um eu no íntimo e uma literatura (?) Nas relações era uma de mim para mim e uma de mim para os outros... Dois álbuns de Facebook, dois cadernos de anotação... Sempre em pares!

Mas agora me quero inteira, seja pra quem for.

Quem disse que a minha história não pode ser do outro?

Eu adoro de suas palavras derretidas! É mais fácil misturar líquidos. Mesmo heterogêneos a gente dá uma sacudida e fica mais pertinho!

Quero deixar as cachoeiras se encontrarem... :)