quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Sobre amor...

Quero que meu amor seja livre da pretensão de guerra ou posse:
 Não tenho, nem pertenço, a ninguém que amo ou já amei...
 Assim não há quem ou que se conquistar, nem ser conquistado - desejo não ser, nem tornar ninguém, um "território" ou algo para ser tomado...

Quero abandonar qualquer pretensão de "imortalidade": Pessoas e sentimentos , mudam, de certa maneira, morremos várias vezes em nossas vidas (assim como o que sentimos) e várias vezes renascemos - nos recriamos, mudamos, até morrermos de fato... e ainda assim, muita incerteza paira sobre essa última morte...

Aliás, nem quero viver nessa separação entre "o que sentimos" e "o que somos", porque, de uma certa maneira, como ser senão através daquilo que sentimos?

Não quero ver as rupturas e separações sobre as lentes do fracasso. Não que não existam relações bastante infelizes e pouco saudáveis, mas rupturas não são necessariamente evidência disso. E ao menos em minha experiência, vejo que é mais comum de se insistir em algo que faz mal, que simplesmente aceitar "o fim" (até mesmo porque vivemos orientados por noções de fracasso e sucesso e nos pesa muito o sentimento de que algo "deu errado" então muitas vezes, em grande angustia, tendemos mais a persistir do que a perceber...)

E assim sem poder ter ninguém, eu gostaria apenas "estar com", e reconhecendo nossa limitação no tempo, "pelo tempo que for possível"... e tornar mais pleno o presente ao invés de minguar em saudades do passado ou nas possibilidades daquilo que poderia ser e não foi...



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"Destornar"

E ver tudo aquilo que um dia você acreditou ser, se desfazer.
E se tornar novo, n'aquilo que caminhou por tanto tempo,

Mais e menos se tornam mais próximos.
O que se tem a dizer diminuí.

E se abre a porta a outros sons...

De outras vozes,

Outras vezes

e sabores.


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