segunda-feira, 31 de março de 2008

Dona Juliana...

Brasileira vivida, de olhar distante. Quanto cansaço traz nestes olhos?
Falo de mais uma cidadã, de mais um ser humano, que minha memoria e minhas palavras
não permitirão que durma no anonimato, sem que se façam saber lições importantes que
D. Juliana tinha e tem a ensinar.
Oh! Juliana veio de Vitoria, e vezes é possivel encontra-la pelas ruas de minha cidade, seu braço quebrado, seus olhos cansados, seus trajes simples, seu sorriso que mistura a dor e a resignação e uma suplica silenciosa por ajuda, a mão estendida, em busca de um pouco, daquele pouco que não nos faz falta e que para ela, é o de comer e beber, assim como para seus filhos e de uma dignidade rara que conservava na firmeza das palavras, no heroismo diario, na humildade e na fé,
na Alma...
Hoje, ela mora em Antonio Pereira e vez enquando vem a Ouro Preto e podemos encontra-la facimente, perto da ponte dos contos, sentada na porta daquele banco luxuoso proximo a ponte dos contos.
Mulher retrato de muitos do mundo!
Benção foi aquela que me fez retornar e ouvir suas palavras!
D. Juliana está cansada, nunca pode ter um emprego, ou viver pelos seus sonhos, não estudou e aos doze fraturou um braço, que nunca mais se recuperou, na época quase não haviam médicos, você se recuperava por sorte, o povo, dizia ela, passava muita necessidade.
E ainda passa...
Comia pão e bebia leite com uma alegria raraa para algo que nos é tão ensencial e para alguns de nós, comum.
D. Juliana mesmo cansada, vinha para está cidade, buscar um pouco de apoio para o básico de sua familia. D. Juliana tem idade para ser minha avó.
Eu fácilmente a chamaria de vó.
É preciso olhar nos olhos dos seres humanos, permitir sentir a realidade deles, permitir-se enxerga-los como iguais, como outros seres humanos, para ter dimensão de suas vidas, ainda que isso doa por demais.
E é isso a grande lição de D. Juliana.
Cansada, dizia que a vida estava longa demais, e que o mundo pertencia a mim, aos jovens.
E que os velhos, já estavam cansados demais, por tanto terem que trabalhar.
Falava, sem falar diretamente de seus sacrificios, de uma vida de sacrificios, que lhe dera um olhar cansado, um braço quebrado, uma vida humilde.
Mas naquela mulher reside a dignidade de uma nação!
"Não deveriam os jovens cuidar dos mais velhos? Estes já fizeram tanto por nós e tantas coisas têm para nos ensinar"
"É sim meu filho, mas as coisas não tem sido assim."
D. Juliana, filha das desigualdades do mundo, me deu esperanças de que a mudança é possivel, que precisa-se correr atrás dos sonhos, ficou feliz em saber que eu pensava assim.
E me avisou que quando obter sucesso, vou me lembrar dela.
D. Juliana, eu já havia visto antes, com outros olhares, distante.
Apenas como alguem que passa necessidade...
Mas neste dia...
Despindo-me de toda diferença que poderia haver entre nós fui obrigado a
enfrentar o tormento que é sentir as dores de alguem que enfrenta tanto
enquanto eu enfrento tão pouco... a classica pergunta: "Por quê?"
Eu a encarei nos olhos e agora minha alma não quer se calar para isso.
Eu a encarei como um ser humano, único e singular que era,
Me permiti sentir a dimensão de sua vida...
E sangrei por dentro por isso.
D. Juliana não me virá claramente a memoria quando meus sonhos se concretizarem...
Ela me vem a memoria constantemente, com sua imagem que ao mesmo tempo
Me trazia tristeza e esperança.
Grande satisfação tomou conta de mim depois dessa conversa.
É preciso mais que estender um pão, ou dinheiro.
É preciso dar calor, olhar nos olhos, ver da mesma altura,
despir-se de seus preconceitos e de fato por em prática
a ideia de que somos iguais.
Somos Iguais. Todos.
E ao mesmo tempo, únicos.
Ela para mim não é mais alguem que passa necessidade.
É a D. Juliana um retrato de muitos do mundo, uma sobrevivente, uma amiga, uma sábia, uma senhora, um ser humano... Que passa necessidade. Que não possuiu oportunidades na vida.
E que não desistiu, mantém seu olhar a frente, mantem sua fé em Deus, sua dedicação a familia, mantém se firme.
Ela é um ser humano como eu. Somos iguais.

No micro as coisas são maiores... ou talvez, tenham sua dimensão real.

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sexta-feira, 28 de março de 2008

É perigoso morrer vivo.

Não é um raciocínio muito lógico não é? Mas acho que em um dia tão estranho, espera-se palavras igualmente estranhas. E hoje eu posso ver na prática a amargura daqueles que viveram sem viver e que agora sentem-se tolhidos pela idade, incapazes de escolher, sendo que as únicas reais barreiras que os privam de viverem são eles mesmos...

Como vivemos sem viver? Simples, deixamos de tomar rédeas na nossa vida, por medo ou comodidade, por qualquer motivo que seja, permitimos que o "destino" comande nossa vida.
É como se em nós existisse uma grande bateria de vida, uma bomba, pulsante de energia de vida, se não a gastamos e morremos com ela, deixamos de aproveitar seu potencial.
Ela se desgasta a medida em que vivvemos a vida. Em que sangramos em nossas batalhas ou gozamos nossas conquistas, ela se esvai, a medida que fazemos nossas escolhas, não escolher, estar sempre a parte, deixar que o mar leve o barco da sua vida é ser tragado para uma região perigosa. Aí quando atingimos um certo ponto de nossas vidas, onde a morte é uma perspectiva, nos desesperamos. Não acham que viveram, ou acham que o tempo vivido foi insuficiente, ou que a vida foi injusta e acusam um milhão de motivos sem perceber que a vida, foi no duro, vivida como foi até agora por escolha própria e por escolha própria poderia mudar.
Bom, mas não é fácil se livrar de cadeias de quatro ou cinco séculos. De convenções tão antigas.
"Morra no momento certo." (Nietzsche)

Não há limites para minha morbidez, nem para a estranheza de minhas ideias no dia de hoje.
Tento viver plenamente, viver no meu tempo para morrer no tempo certo. Projete seu olhar a frente, sonhe com coisas maiores que você, que o fazem sentir pleno, busque-as, consuma-se na busca, alcance ou não e morra.
Acho que por ter sonhos amplos, vou me gastar e quando chegar minha hora vou ir satisfeito, feliz da vida das coisas que fiz até o ponto que fiz, todos os erros e acertos, as dores e os aprendizados e as felicidades, q não foram tão poucas assim até os dias de hoje.
Tem barreiras que eu não consigo ou sequer posso quebrar. E palavras estranhas essas são como um desabafo, por coisas que eu queria que mudassem, por pessoas que eu queria que se dessem esperança e buscassem seu espaço no mundo e vivessem.

Mas a lição ficou pelo menos para mim. Não quero fundamentar meus sonhos em "aguas rasas", mas em aguas profundas, onde eu me consuma buscando-os. Alcançando-os por completo ou parcialmente, estarei grato por ter dedicado minha vida as coisas que falam a minha alma e me tornar responsável por toda a eternidade pelas minhas ações.
É Nietzsche, me influenciou bastante, mas como você mesmo disse, cada um deve encontrar seu caminho e sua verdade. Estou fazendo isso, descobri que verdades podem ser mentiras e que caminhos são feitos de escolhas... E sigo, escolhendo, caindo, errando e acertando, pelo meu caminho.

sábado, 22 de março de 2008

Aprendendo...



"Faz escuro mas eu canto, porque a manhã jah vai chegar..."
Foi um outro Thiago que disse isso. Thiago de Mello.
E eu acho que passei a valorizar mais a lição dessa frase depois de ontem...
Tiraram de minhas mãos uma arma ruim...
Me tiraram uma venda e me mostraram outros lados.
O que dizer?
Para conhecermos a realidade é preciso ter noção de vários pontos de vista de um mesmo assunto.
E eu muitas acabei me deixando cegar por um, o ponto de vista dos céticos.
Nada contra é um ponto de vista e precisa ser respeitado. Mas cmo almejo ver o mundo de forma ampla não posso me permitir ver as coisas somente por um lado.
Existem as pessoas que são para mim balsamos de esperança. Eles não são cegos a escuridão que nos rodeia e ainda sim continuam a brilhar e iluminar... são como estrelas não acha?
E o que seria de nós sem a mágia presença das estrelas? Diria Mário Quintana e agora uso a frase e concordo com ele. Obrigado por estarem por aí, por perto, observando e iluminando, não importando a escudirão que nos rodeia.
Não importa quão frio seja o inverno a primavera chega
Nem quão longa seja a noite, o dia chega.
Tentar ver as coisas por um ponto positivo, a algo de muito importante nisso.
Afinal, como se manter esperançoso? Sem de fato, conseguir (ou se permitir) ver a esperança?
Valorizar as coisas simples e boas, ao invéz de perder-se a criticar coisas que não concordamos.
As crianças sabem fazer isso muito bem, certamente tenho muito a aprender com elas.
E agora eu estou me despindo desse ceticismo tão forte e olhando mais pro céu, abrindo meus olhos para esta importante lição, porque acho que a rigidez do ceticismo não é mais importante do que a beleza da esperança.
Obrigado...


"Tudo passa, - sofirmento, dor, sangue, fome , peste. A espada também passará, mas estrelas ainda permanecerão quando as sombras de nossa presença e de nossos feitos se tiverem se desvanecido na Terra. Não há homem que não saiba disso. Por que então não voltamos nossos olhos para as estrelas? Por quê?" (Mikhail Bulgarov, The White Guard)

sexta-feira, 21 de março de 2008

Celebrações e Mortalhas...

E a cidade parece sugar o ar em meus pulmões, como se estivesse viva...
Mas não, na verdade, se veste de morte.
A celebração da morte.
E a insatisfação dos mortos em terem o sono eterno interrompido
Está presente no frio dessas noites, no peso deste ar e em como ele não nos satisfaz...
Parecemos sempre asfixiando...
Mas também, se eu morrese e todos os anos me chamassem, iria ficar bastante indignado
afinal, e aquela história de descanso eterno? Então a gente morre pra todo ano vcs quererem imitar a gnt em vida e ficarem cantando nossos hinos por ai?
Eu não ia ficar muito satisfeito, sairia a rua por que afinal de contas, não me chamaram?
Mas não estou morto, então pago o preço dos vivos:
Cidade morta, Ar de morte e vivos em clima de morte.
Nada contra as celebrações, apesar de não segui-las eu as respeito e fazem parte da história daqui, mas acho que entendo a indignação dos mortos...
Podiamos deixa-los mais mortos não? Acho que eles gostariam, afinal, não estão?
Quem sabe assim, o ar se tornaria mais respiravel, o clima menos triste e consequentemente as pessoas mais felizes...
Poderiamos celebrar a vida? Aiaiai... mas isso é no domingo...
Eu nem me lembrava, mas pensando a respeito, é mesmo...
Mas não pintam minha cidade de vida...
Nem celebram, como celebram a morte, a vida...
Uma pena... acho que os mortos ficariam satisfeitos.
Afinal, os deixariamos descansar
e fariamos valer algo presente, que faz falta naqueles que jah foram e que ainda possuimos
A vida, e não por um dia, mas pela vida toda.

terça-feira, 18 de março de 2008

Protesto Pela America Latina e Pelos Explorados do Mundo

Hoje a America Latina sangra, ou seria mais realista dizer que ela continua sangrando. Estamos ajoelhados para o imperialismo norte americano.

Vocês realmente acreditam que a Ditadura acabou? Os conflitos sociais (assim como as diferenças sociais) têm aumentado em toda a América Latina, fruto da exploração do povo pelos donos, pelas empresas multinacionais, pelo capitalismo. Massacres na fronteira, torturas e assassinatos, vocês acham que acabou? E a Colombia invadiu o territorio do Equador e matou pessoas que lutam para mudar seu país, que lutam porque acham que assim devem lutar e a nossa mídia aqui, os trata como bandidos. A Organização dos Estados Americanos não fez nada em relações as práticas de Uribe, presidente da Colombia. A Venezuela e o Equador cortaram relações comerciais e diplomáticas com a Colombia, a tensão aumenta. A nossa mídia divulga absurdos atrás de absurdos, como a Veja e sua paranóia do "por que que Hugo Chávez quer uma guerra na America Latina?" isso sem citar mais da nossa "amada mídia burguesa!" O que Hugo Chávez faz é o que nós brasileiros(ou pelo menos nosso governantes) não temos coragem de fazer: Não aceitarmos as imposições imperialistas dos Estados Unidos.

Acreditamos sermos "diferentes" do resto dos países da America Latina, mas somos irmãos de sangue deles, sempre viramos as costas, enquanto que com o potencial que o Brasil tem, unido ao potencial das outras nações latino americanas fariam sim, juz contra a ditadura Norte Americana, contra o imperio. E nessa atitude temos permanecido há muito tempo para com resto da America, obedecendo aos designios dos imperialistas. Acreditamos que desenvolvemos, mas cadê os beneficios para o POVO? Recorde de exportações de Soja e produção? Autosuficiencia no petróleo? Que mais? E cade os beneficios para o povo? (não to criticando apenas o governo atual, mas os últimos governos desde o "fim da ditadura"(?) e o TIPO de governo que vem feito o Brasil agonizar: Neoliberalismo, uns mais outros menos!)

E agora , beirando um conflito "do nosso lado" e nada, apenas informações confusas, propaganda evidentemente contra as FARC , contra Hugo Chávez e qualquer corrente que vá contra as idéias Capitalistas ou as imposições norte americanas,
Cadê a liberdade nisso? Onde é que está a Democracia que tanto os E.U.A. dizem defender?
Ou estarão eles na verdade defendendo os interesses próprios no mundo? ( *pasmo!* "Não acredito que os E.U.A. podem estar fazendo isso conosco!" *cara de assustado e desiludido*)
Se fala muito em violações de Direitos Humanos... Eis aqui alguns:

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III)
da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948

Artigo I

Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.


Artigo III

Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo XXIII

1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses.

Artigo XXV

1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.

2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.


Sabe, a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 é bem "burguesa", afinal, morrem milhares de famintos, vão para a criminalidade milhares de desiludidos sem oportunidades na vida. Criaram um Direito a propriedade e com isso, tornaram a Terra milhares de terras, por que se não tivesse propriedade, de quem seria a Terra? Não seria de todos nós?
Que violação maior dos Direitos Humanos, que as intervenções militares dos E.U.A nos diversos países do mundo? Do que a FOME? Do que a MISÉRIA, o DESEMPREGO, a FALTA DE HABITAÇÃO? A FALTA DE SAÚDE?
Direito a Dignidade, à livre escolha e emprego, de ir e vir, de não ser torturado ou preso injustamente? Onde estão os direitos dos excluidos da nossa sociedade? Nas prisões, nas favelas, embaixo das pontes e viadutos, buscando comida no lixo, ou peregrinando sem rumo, trabalhando quando na verdade deveriam estar estudando, onde está a dignidade deles?

Sabe por que nossa sociedade exclui?
Porque o capitalismo não se adapta a estabilidade, então cria mecanismos para que sempre exista diferença, afinal de contas se alguem tem muito, em excesso, vai acabar faltando pra alguem. Porque afinal de contas, não existiria relação de exploração entre patrão e empregado, se não existissem meios de produção, o próprio lucro é uma ferramenta de desigualdade e esse capitalismo financeiro cria mecanismos para que o desequilibrio sempre permaneça, quer ver só?
A especulação, o capital volátil, os empréstimos bancários (aliás guardar dinheiro em bancos privados já eh um péssimo negocio) , compra e venda de ações (empresas de capital aberto), fora o poder político que as grandes empresas têm: um poder sobre a economia de um país, relação de dependencia. Então não somos independentes ora bolas! E nem livres e nem gozamos de uma linda e bela democracia.

Contra tudo isso surgem os movimentos de mudança social, o MST, as FARC, os Oaxacas no México e até o poder paralelo que surge dentro das favelas, (afinal de contas, eles acabam dando suporte a população desses lugares, coisa que o governo não faz), são movimentos antagônicos à exploração, à desigualdade gerada pelo sistema vigente.
E nós somos contemporâneos de mais uma crise que continua, aliás pelo mundo todo, por que não há fome soh na America, ou na Africa, há fome no mundo inteiro! Há desigualdade social está no mundo inteiro, acabando conosco! Nos fazendo viver nessa roda de hamster, no sempre continuado processo de luta pela sobrevivência e competição CONTRA nós mesmos.
Quem se não nós, o povo, para mudarmos isso?
Fica aqui meu protesto , minha indignação contra a violação massissa dos Direitos Humanos provocadas pelo capitalismo, pelo imperialismo Norte Americano.
Meu prostesto contra à violação do território Equatoriano por parte da Bolívia, contra Uribe, contra a CIA, contra os E.U.A , contra a O.E.A que se tornou um orgão tão útil e "ajudador" como a ONU.


E que a informação sirva a vocês, leitores deste blog, para pensarem a respeito e procurarem se informar mais!
Pensar é necessário é o fundamento das grandes ações!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Garota Flor

Ousadia minha? Talvez, mas falei tão naturalmente...
"Ela é uma pessoa que eu fácilmente chamaria de irmã."
Temos muitas idéias parecidas, e modos,também, parecidos de lidar
com problemas semelhantes, por mais "igual" que isso pareça.
Não, não somos iguais, mas em algumas coisas sim.
A Cidadã do mundo, com tantas idéias e tão forte opinião.
Que para longe viajou e voltou recentemente
A garota nada convencional,
Ao meu ver uma grande pessoa e uma nova amiga,
Que recentemente conheci e nem com a distancia precisei lidar.
E hoje num surto de inspiração se tornou impossivel guardar
meus pensamentos para mim mesmo e, digamos, tive um empurrãozinho
para lhe dizer essas palavras:
É um prazer conhece-la,
Sê sempre você, como só vc mesmo sabe ser, o seu jeito de ser.
Sim, este post é pra você mesmo Flora,
pessoa que eu a pouco tempo conheço e já admiro muito.
Conte comigo!

quarta-feira, 12 de março de 2008

Uma garrafa para os pensamentos...

Embota minha imaginação, corta minhas asas.
Redoma meus pensamtos, me sufoca.
Me ilude, engana, finge meu estado.
Estar mal, mal estar.
Meu estado, mal estado.
Finge bom, mas só finge.
Prá uns é solução,
Prá mim é quase um inimigo.
E sim, eu vou a um juri antes de recorrer ela.
E quanto menos recorrer para mim melhor.
Hoje eu dou pancadas no vidro.
Como posso querer me sentir assim?
Falsamente bem?
As vezes é preciso reconhecer que é necessário
E hoje, dou pancadas no vidro.
Minha imaginação quer respirar.
E talvez, esse post seja um suspiro,
sinal de que já estou conseguindo sair da garrafa denovo.
Talvez medo de não conseguir sair dessa garrafa.
Depender dela como alguns dependem, chamam de lar.
E julgam solução, eu não.
Garrafa de pensamentos,
Tarja preta,
Multila a imaginação e os sonhos,
Cria estados falsos de conforto,
Quando não se está confortavel,
Tão logo possa, logo eu a abandonarei.
Agora eu acho que já consigo respirar,
Bom sinal, daqui a pouco já volto a sentir o mal estar.
Pelo menos, meus pensamentos não vão ficar engarrafados.
Meu bem estar não depende disso.

segunda-feira, 10 de março de 2008

O que dizer?

Nunca senti a felicidade tão longe do abstrato. Ontem e esse último fim de semana são para mim agora momentos gravados fundos na memoria e no coração.
Geralmente as pessoas procuram situações complexas, diferentes , inusitadas, que as façam sair da rotina e sentir coisas diferentes, eu gosto disso mas dessa vez foi diferente... a distância acabou nos ensinando a valorizar cada contato, seja ele um abraço, um telefonema, uma msg no celular , um email ou uma carta , cada um deles acabou se tornando especial e os momentos simples se tornaram singularmente importantes e foi essa simplicidade que trouxe mais a tona ainda essa sensação de felicidade, definitivamente estar na ponta dos pelos dos coelhos é muito importante... Nossa! E são tantas coisas não é? E nem pareceu real porque não conseguimos conceber a realidade de uma forma tão simples e tão plena, tão feliz... "Utópico"... que expressão melhor? E todas as preocupações e o tempo pararam. "Como é que as pessoas conseguem achar que a felicidade não é possivel?".
E os risos aparentemente sem motivo, e as mãos dadas, e o caminhar despreocupado, e os olhares sinceros que diziam mil coisas , e a "noção de nós mesmos", e o carinho das palavras, e o carinho do silêncio, e o calor dos abraços e dos beijos e uma despedida com sabor de "até amanhã", marcaram muito fundo na alma...

terça-feira, 4 de março de 2008

Erupção política.

... Hoje eu estou com os olhos e a língua afiados, e meus pensamentos não conseguem pensar em Microcontroladores e PICs, em rotinas complicadas, em lógicas específicas, não sem antes desse desabafo político. Porque hoje eu estou irritado em como as revistas ficam dispostas na banca da minha cidade (creio ser a única por aqui) , estou irritado com o que as pessoas procuram naquela banca, geralmente, aquilo que esta "a mostra": Mídia "comum" manipuladora e tendenciosa, as revistas de preocupação essencialmente com imagem e estou irritado com como as pessoas aceitam tudo que lhes dizem de bico calado. Estou indignado com as condições de trabalhos regulares como os da polícia militar e atendentes de lojas, lixeiros , secretárias, como trabalham, como os salários no nosso país são diferentes e enquanto todos fazem seu serviço alguns poucos ganham dinheiro para "investir em empresas" e não desempenham nenhuma atividade economica decente, apenas especulação ( que diga-se de passagem não tem nada de decente).
Hoje de pensar em instrumentação eu penso em industria e penso em mais-valia. E penso como nosso sistema USA até mesmo os desempregados. Afinal: Se existissem muitos empregos, os salários não poderiam ser tão baixos e tão diferentes entre si, mas não é isso que o grupo dominante aceita ou deseja. Hoje eu estou cansado, da idéia que passam de que uma ideologia, que um sistema político,0 acaba porque um país que o utilizava deixou de usa-lo (e isso jah tem tempo, estou me referindo ao termo "fim do socialismo" que irritantemente eu li hoje no Almanaque Abril 2008, sobre o fim de URSS). Estou chateado com as perspectivas egoísticas de vida se preocupando apenas com ascensão pessoal , com dinheiro e dos comentários do tipo"Você vai passar fome" a respeito do que eu quero fazer pro resto da vida.
Hoje eu não consigo parar de pensar de como podemos estar fazendo uma idéia errada do que são as FARC, de como Cuba vai ficar após Fídel, de como a direitada está papagueando besteira na mídia(nossa, e bota besteira nisso), de como a política está desorganizada e me perguntando quantos serão os que sofrem da "apátia política", mal que mata tanto quanto qualquer outra doença. Hoje eu não estou com paciência para alienação, comodismo e crença de que as coisas não podem mudar.
Hoje eu queria ler textos políticos , pesquisar, estudar, mas não posso. É porque essa semana é minha última barreira entre eu e a História, para as coisas que eu gosto e pretendo fazer para o resto da vida. E esse é o motivo desse desabafo. Para descarregar minha mente do excesso de pensamentos, para que eu consiga estudar tranquilo, mesmo assim eu armazeno uma parte dos meus pensamentos, eles serão uteis quando eu tiver um tempo livre.
Vou ficando por aqui, tenho que estudar e ver se formo.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Olhando no espelho.

Meu sono e meus sonhos se tornaram uma brincadeira. Durmo pouco e sonho muito, mas dos sonhos adormecidos, preferia os meus sonhos acordados. Não durmo bem, porque meus sonhos estão conturbados, não sei o que tem haver, mas é como se uma parte de mim ainda estivesse a absorver tudo o que está acontecendo e tentando se livrar do excesso de coisas absorvidas no passado, libertando-as. E esses sonhos, pseudo-pesadelos, eles pegam minhas ideias recentes, pegam fatos antigos, pegam meu medo do futuro, mastigam e tornam "realidade" , me atormentam com possibilidades tortuosas e por isso acordo. Chego a conclusão que acordar as 9 para seis, e não me pergunte por que a exatidão no horário, é melhor. E é a primeira vez que prefiro minha realidade aos sonhos noturnos, porque aqui meus problemas são reais, mensuraveis, possiveis de resolver, nos meus sonhos suas dimensões aumentam, estarei eu os tornando maior? Existe essa possibilidade, mas gostaria que não fosse.
Muitos desses sonhos tem haver com minha culpa, "minha cruz pesada". Fico me perguntando o que o "maquinador de sonhos" tem feito com os meus... ou aonde meu espírito tem ido quando adormeço. É um sonho ansioso, ele espera e cria resultados dessas esperas e da forma como um pessimista o faria, cria resultados infelizes. Por quê? Acho que deveria perguntar sobre "o que eu tenho feito nos meus sonhos?" faria, talvez, mais sentido.
Dizem que eh preciso refletir para desinternalizar essa cruz pesada. E aqui estou, a contar, o que uma parte de mim tem feito. Mas um fato relevante... é que eu não sou metade, sou inteiro e provavelmente não tenho sido ansioso somente nos sonhos, nem me culpado excessivamente somente neles. Mais complicado que enfrentar todos os absurdos que vejo, é enfrentar a mim mesmo, tirar de mim mesmo coisas que eu plantei a tanto tempo, colher meus furacões...Que idéia a minha de enterrar esses ventos.
E apesar deles estarem "bagunçando" bastante as coisas, eles estão equilibrando algo que há muito tempo precisava de equilibrio. Pesando o outro lado da balança.
Porque por mais paz que eu emanasse, estava em guerra dentro de mim. E agora, eu busco a paz e enfrento uma guerra por isso. Eu escolhi isso. É hora de superar o passado e parar de passa-lo, de me "queimar em minha própria chama", de me confrotar acordado ou dormindo.
E, não, não tenho feito isso sozinho.