sábado, 29 de janeiro de 2011

Sob o pendulo da foice...

E qual teria sido o último assunto que tocamos?
Lembro-me ter sido algo idiota, mas eu gostava. Apesar das dificuldades estavamos ali, não é?
Estou me precipitando? Medo é coisa do futuro pelo visto, expectativa do ruim? Me parece perigoso colocar em palavras o medo daquela face osséa oculta sob o manto, sua foice como um pendulo ameaçando os frágeis fios de prata que nos unem - me parece um mau agouro falar dela, mas não posso negar, nem deixar de ser sincero, correndo o risco de atrair a confusão, ou até um pouco de indignação dos meus mais assíduos leitores (que são poucos, creio).
Não me lembro do último assunto, me lembro da gostosa sensação de estar ali, e de que a idiotice do que conversavamos não previa tudo o que aconteceria.
Como estaremos após tudo isso? Quem seremos?
Como estará se sentindo? Como estará passando o tempo para você?
Lerá, em alguma ocasião minhas palavras? Sinceramente, essas, esperaria que não.

Mas o que espero mesmo é que esteja de volta, para falarmos mais trivialidades e assuntos idiotas enquanto cegamente fitamos o futuro, sob os risos entorpecentes da nossa agradavel tolice presente a parte das ranhuras na pedra ou nos discos...

Feliz Tolice, toda a tolice que poderia me imaginar.

Fique bem logo, volte para casa, estamos com saudades.


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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Tregua...

As pazes não duradouras eternas. Ou o pressagio de outra guerra.
Terrivel é saber que me acostumei tanto a elas, tanto ao conflito, que meu corpo se ajeitou as formas de suas violencias, e violentou-se. Sob meus ventos internos, ninguem vê, sou um homem preso numa armadura - travado, por debaixo de placas metalicas, para lutar, lutar sempre.
E eu quis tanto tirar, quis tanto depender um pouco. Eu já precisei, já precisei de muita gente, mas eu sempre quis não dar conta. E num gesto terrivel de arrogância sou obrigado a dizer, que para a minha infelicidade, eu não caí. Quem sabe a queda fosse remédio que fizesse a guerra parar, já que não poderia ser travada sem guerreiros. Ou quem sabe o apelo ao amor de quem vem sendo destruido por tanta violencia, o apelo de morte, a fraqueza do corpo, não o sensibilizassem.
Mas não.

Tudo é uma tregua. E eu ouço atentamente os sons no silêncio, atento ao inicio da minha próxima marcha, da proxima batalha.

Eu , que já nem lutar mais quero, não para isso, não pra morte.


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O ele que eu perdi, que nos perdemos.

Custamos, a duros fios, a duras penas, nos encaramos com tranquilidade.
Aos treze eu declarei guerra ao seu modo de vida e as suas formas de pensar, e nunca mais lhe dei paz. Não poderia, eu me destruiria se permitisse que aquilo continuasse.

Nos perdemos, e eu achei que meu exilio pudesse traze-lo de volta, ao menos aos outros, que não merecem o peso de guerras que lutei e nem minhas de verdade eram. Guerras infindaveis, de mundos alquebrados, que não se entendiam, nunca se entenderam.

E isso nos afastou. E mesmo que a sirene não tocasse, ou as luzes vermelhas e azuis não chegassem, isso o cortou. Mas ele nunca entenderia o meu mal. Meu mau.

De gritos entalados, de furia incontida, de todo o amor que briga constantemente dentro de mim, com um ódio e um rancor desconhecidos, para lá de muito díficeis de serem perdoados.


Hoje eu só quero o silêncio, e tregua.

Eu que amo a vida, me recuso entregar a morte.

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domingo, 9 de janeiro de 2011

Eu me importo...

E gostaria de poder dizer que me importo, e as vezes o faço.
E que falta você não faz? E o quanto não gostaria de dizer que te gosto?

É isso, cansei desse medo, eu gosto mesmo e ponto.

Corro apenas o risco de demorar muito até você ler isso.




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sábado, 8 de janeiro de 2011

De amar e barbas

Tive um sonho estranho onde confundi Alvo Dumbledore com Paulo Freire. Coincidência?
Até agora a forte impressão que das idéias dos dois: fortemente apoiadas no amor.
Até que não, fica aí a homenagem aos mestres. Haha






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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Vozes no banho...

Eu as escuto quando estou debaixo do chuveiro. Competindo com o barulho da água que caí e bate no chão, e no meu corpo, o barulhinho de vozes agitadas. Sempre, há muito tempo.
E se algum um dia gritar enquanto eu estiver tomando banho, vai se deparar com a estranhissima cena de eu sair do banheiro todo molhado e só enrolando na toalha, perguntando com os olhos bem abertos: "Que aconteceu?".
É, sem tudo o que poderia dizer, parece até engraçado.

Tem cicatrizes que simplesmente não fecham...

Ou abrem, quando a gente decide voltar a brincar com as facas.


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