segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Incompletos fragmentos do tempo...

A casa azul e a rua, os vários machucados dos tombos.
a risada boa... os passeios, algumas fugas.
Meu cachorro doido,
A areia e mais tombos, as fugas do banho depois da brincadeira.
As fugas pro quarto para dormir junto deles.
Meu primeiro irmão e a primeira mudança de casa.
Sem bicicleta ou nado, o videogame como primeiro "esporte"
As confusões que me confundiam.
A praia, os primos, os tios e minha avó...
E eu me perguntava, por que o mar é tão grande?
De onde veio tanta água?
A escola e o raio da díficuldade pra escrever, mas adorava desenhar...
A casa grande que me dava medo e minha lata de estimação...
O primeiro escorpião que vi e achei que fosse um carangueijo...
A primeira vez que subi no morro no meio do mato,
e a segunda e a terceira, e na quarta que fiquei perdido e ficou de noite.
Eu me lembro dos tombos e que demorou muito pra eu aprender a andar,
lembro-me das experiências naquela escola estranha, da escolinha de futsal,
onde acabei como goleiro, mais por inabilidade de jogar na linha
do que habilidade para ficar no gol, depois, isso até melhorou um pouquinho...
essa era a época em que eu seguia...
seguia e seguia, e muitas vezes caia.
Mas veio o estudo de manhã, veio a confusão, ou ela terá apenas se agravado?
E mais mudanças e crises financeiras,
e o dinheiro passou de solução ao foco do problema,
e o alvo das minhas criticas eram ele,
E com isso vieram minhas primeiras paixões, por pessoas e ideológicas, e meu primeiro ceticismo.
"Por que uns tem tanto e outros não tem nada?"
"Por que o dinheiro é tão importante? Precisa de ser assim?"
E uma chuva de sentimentos que eu desconhecia...
Os questionamentos infantis que não deixaram morrer, cresceram.
E veio a desordem, mas veio também o Kung Fu...
Minha primeira revolução
E eu finalmente aprendi a andar, e andar.
Parar de seguir era novidade.
Entre os socos e chutes a autoconfiança,
e agora o comando era: se comande.
E novos passos, novos caminhos, fortes rupturas...
a amargua que se acumulava se esparramou,
mas não deixou de ser acumulada.
Nessa época, meu segundo irmão nasceu.
E eu ganhei um irmão e meu segundo cachorro.
E eu fiz amigos diferentes, de um tipo diferente,
e me apaixonei de uma forma realmente intensa quando entrei para aquela
grande escola, que desde pequenino visitava e andava por lá.
Amigos que para ser meus amigos eu não precisava ser mais nada além de eu mesmo?
Isso é novidade.
E aprender a andar me ensinou a lidar com amargura e ternura.
Confuso, porém sem pressa. Não mais.
Já tinham coisas demais pra resolver,
e rompi de seguir uma pessoa que tive a vida toda como exemplo e aceitei trilhar meu
próprio caminho de uma vez por todas.
Não surdo aos que os outros ouvissem,
e como diria um músico que eu gostava muito
e que acabou indo embora nessa mesma época
"Se a palavra é de prata, o silêncio é de ouro"
e aprendi a falar e aprendi a ouvir.
Ainda que ansiosamente...
Minha segunda revolução.
E segui anos de luta, derrota e conquista,
vivendo e me permitindo viver coisas que me preocupava demais antes.
E depois de tanto tentar e viver "correndo , tropeçando e caindo",
me levantei e continuei.
E eu comecei finalmente a narrar de verdade e
ganhar mais gosto ainda. RPG!
E foram também meus primeiros campeonatos
e a repetencia, e um desanimo que logo, logo, foi-se embora.
O primeiro namoro, as várias experiências, pensamentos
angustias e conqustas, e o primeiro término.
Me saturei dos problemas da escola,
Me saturei de sobrenatural e de preocupações
fui caçar um canto um tanto mais tranquilo.
E reconstruir alguns pedaços de uma represa que estava trincada.
Mas não valia realmente a pena, e quando me mostraram que não valia,
marretamos tudo, até restar só pozinho, mas veio a água guardada,
e me lavou por dentro, destruindo e arrastando coisas, trazendo a tona coisas
muito velhas... muito antigas.
E não, não me cansei dos meus ideais... não me cansei de ter esperança
aliás, tudo isso, serviu em muito para fortalece-la.
E vieram mais pessoas,
Que tanto se aproximara, bons amigos
E o meu segundo namoro,
e todas as experiências novas,
as novas angustias e superações
e assim continuamos, nos conhecendo e caminhando,
E segui, ao longo desse tempo, enfrentando e vencendo
como sempre , no meu jeito de menino, andar desajeitado,
tropeçando, caindo e , tomara que por muito tempo,
me reerguendo.
Tenho quase 20 anos.
Será a vida tão curta assim quanto achamos?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Insonia...

Nem tanto do corpo... mas da alma. O que acaba me fazendo não querer ir pra cama do mesmo jeito, ainda que amanhã cedo seja importante acordar.
Há uma inquietude díficil de resolver do lado de cá. Tentando encontrar algo que nem sei por onde procurar, geralmente, tento por aqui mesmo, nessa mente louca, mas há dias não encontro muitas coisas.
Fragmentos e coisas fragmentadas e que são dificeis de juntar, entre coisas inteiras e sólidas, escondidas nas trincas dos pensamentos, nos silencios entre as palavras.
E afiadissimas, nem sempre mecher com elas pode ser sensato, ou agradavel e nessas condições, acabo fazendo aquilo que me é menos produtivo, do lado acordado, ou concreto da história.
É como se eu tivesse que conversar com alguem, ou encontrar alguma coisa e fosse realmente importante, mas que por mais que procurasse não encontrasse e ainda assim tendo um monte de outras coisas pra fazer.
Talvez seja uma boa hora pra deixar de lado as opiniões alheias e só ouvir aquilo que realmente for para me ajudar, de culpa já basta a minha, de confusão já basta essa aqui.
Ela se amarra a muitas coisas, de dentro e de fora.
Vão desde ideias, a fatos, a passado e presente e as vezes, até "criam" um futuro, geralmente aterrorizador...
Estou num quarto empoeirado e escuro que é a minha mente, e tem cacos de vidro que eu preciso juntar e limpar, para "mudar" este local e por enquanto o que sinto é que estou tateando meio cego, cortando a mão nuns destes cacos e sentindo que faço pouco progresso.
Mas escrever já ajuda, já é um progresso saber o que eu tenho, ainda que seja:
"O que você tem?" "Confusão" , ainda que "confusão" não defina muita coisa, já é uma coisa.
E como diriam vocês, se eu já to fazendo piada disso, é porque não é tão pesado assim, e realmente, não é.
As vezes não consigo explicar, por exemplo a amplitude disso, tem muito sentimento, muita história e misturado há um tanto perigoso de culpa, então fica complicado falar.
E espero que entendam que não é uma questão de querer brincar de "quebra-cabeça" no escuro e sozinho, eu não sei mesmo se tenho muita escolha, não sei se escolheria diferente.
E sinto que seja lá como for que eu vá resolvendo isso , vocês vão entender, só estou explicando mais ou menos, pra não dar susto em ninguem.

As palavras me faltam, mas não os pensamentos, mas esses não trespassaram a barreira entre eu e o blog para se tornarem palavras, vou guarda-los por enquanto e brincar um bocado, quando resolver coloco algo aqui.
E, ei, obrigado por estarem aí.
Vou dormir... Boa noite a todos.
Abraços fortes