terça-feira, 27 de outubro de 2009

De Potência!

Sabe aquela velha conversa de que o equilibrio é uma boa?
Acho que to começando a acreditar um tanto nisso. É engraçado, porque até o equilibrio é relativo, somos mais ou menos equilibrados em diferentes aspectos do nosso ser.
Penso que sou radical, e por conta disso, desequilibrado, em muitos dos meus aspectos, em parte, eu gosto muito disso, e até me dou bem, em outros to tendo um "trampo" pra poder ajeitar.
Estive a pensar, muitas vezes, sobre a separação da razão e da emoção, que me incomodam, e pensando sobre a razão, sempre tenho a idéia de - Potência! Assim mesmo , com "P" maiusculo e exclamaçao no final.
A razão é para mim força criativa - em uma concepção muito ampla!
Quando me permito racionalizar o que sinto, as idéias sempre vem, é assim com o RPG, é assim quando vou escolher o presente de um amigo, ou escrever uma carta, é assim quando penso sobre Educação, é assim, inclusive, quando estou aqui, a escrever estes disparates curiosos!
E eu descobri ou estou descobrindo, que a razão regula também, e não é porque tem seus aspectos de restrição que é ruim, ainda que por um lado (esquerdo) eu fique tentado a pensar assim, eu reconheço que certos limites precisam existir, limites de pessoas ,espaços e tempos, porque se não houver , como lidar com os vários aspectos que temos? Como lidar com os vários mundos que perpassam o nosso? Como não invadir os espaços daqueles que gostamos?
Enfim, essas questões fazem da razão que regula, tão "de Potencia" quanto sua outra face, afinal de contas, permite nossa expressão mais sincera, que sabe ponderar limites e criar com espontaneidade!

Reflexões que estavam aqui dentro e queria compartilhar.


Obrigado.


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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sobre o fogo descuidado.

O fogo que queima -Aquece

Sem cuidado - fere.

Se não controla sua respiração -se extingue.


Falta-lhe aprender a respirar!
Quem dera o fogo fizesse natação.


Um dia há de fazer!


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Sobre abraços de serpentes.

Abraços de serpentes abraçam
e também sufocam.


Abraçar requer noção do espaço -
Dos corpos e das almas.

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

De Tempos...

Ao longo do tempo acabei me tornando alguem que pensa e muito fala sobre o tempo.
E hoje eu admiti falando, e agora escrevendo, que meus parâmetros de tempo sofrem de um problema: que o tempo, não é uma construção isolada, sozinha, própria.
Organizamos o tempo para organizar as coisas a nossa volta, construimos isso e crescemos lidando com essa maneira de ver o tempo, ou talvez maneiras, mas de uma certa forma, orientadas sobre uma linha geral, que muito me desagrada ou desagradava, agora já não sei, mas essa organização do tempo é importante para lidar, em parte, com as diferenças de tempo que existem entre as pessoas.
Eu forjei as minhas orientações no tempo a partir de uma grande revolta interna, acabei construindo esse conceito de uma maneira introspectiva e assim reorganizei ao longo de anos a forma como eu percebia o tempo e nessa construção esqueci-me de colocar o tempo dos outros.
O que me leva muitas vezes é a perceber que a falta que as pessoas me fazem não é a ausência delas, é uma falta exagerada, não faço idéia de quantas horas deveria possuir o dia para que essa falta pudesse ser suprida. Eu consigo muito bem respeitar o meu tempo e ele é muito orientado pelas coisas que sinto, o problema é de orientar-se o tempo assim é que não se vive sozinho, seu tempo afeta o tempo de outras pessoas, lidar com o tempo é praticamente sempre "coletivamente", confesso que para coisas minhas lidar com o tempo desse jeito me faz muito feliz - mas eu já percebi também o quanto me faz mal se eu não perceber que além do meu tempo há o tempo dos outros e é importante aprender a lidar com isso.
Parando para pensar e não deixando o desespero tomar conta, eu passo um bom tempo com essas pessoas, e o desespero perde a razão de apoio, apesar de cutucar lá no fundo.
Agora tá em tempo de aprender a lidar não só com o tempo, mas com os "tempos" que é isso que são.



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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Sobre eu e a Política...

É provavel que muitos se perguntem, ao ver toda minha irritação e minhas criticas porque eu continuo a me envolver com o que a Isa chama de "Política cinza"...
"Política cinza" pelo seu anacronismo e falta de senso critico, pelo esquecimento das pessoas e sua falta de coerência. A política "macro", dentro do CA das "Ciências Humanas" ou o próprio Diretório Central dos Estudantes, estão saturados dessas macras de um tipo de política que previlegia os cegos e os intolerantes, que destroi os espaços de debate político e consequentemente atrapalham as construções a longo prazo e uma nova possibilidade de Política.
Eu não sei definir o que é Política, eu sei que é muito importante para mim, e eu reconheço nas minhas relações e o que eu defendo nos meus discursos (num sentido bem amplo), também a reconheço nesses espaços desgastados do "movimento estudantil", de CAs , DCEs e Grêmios.
E não só por reconhecer mas por perceber que dentro das malhas intrincadas da Política que hoje permeia o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, existe um espaço interessante para potencilizar o alcance que tem essa Política cotidiana, construída da nossa postura em relação ao mundo e as coisas.

A questão é que eu me sinto bem quando enfrento as dificuldades inerentes ao se colocar em público, mesmo quando a atmosfera é desfavoravel. É porque acho interessante e coerente constestar nos espaços que "Política cinza"se apropriou, trata-se de publicizar que outras vozes , que defendem outras idéias estão aparecendo, e dar a oportunidade de que as pessoas se indentifiquem e discussões surjam.

Trata-se de ir contra a velha idéia de que a Política é feita pelos esclarecidos.
Acreditando que na verdade não existem os mais esclarecidos, ou conscientes, mas "consciências diferentes".

E assim se o espaço político público é o espaço onde coletivamente deveriamos resolver e nos acertar com nossas diferenças, o esvaziamento e esse uso "elitizado" dos espaços Políticos, não apenas do CA ou do DCE, mas de toda a nossa estrutura política brasileira, representam a nossa dificuldade daqueles que participam e se apartam, em lidar com as diferenças de pontos de vistas, de perceber as pluralidades das consciências e lidar com elas.


É por isso que eu compro com gosto a irritação e o desgaste que me trazem as discussões da "Política comum".





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