sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A Ironia da mudança...

Podemos plantar as flores, mas não faze-las crescer.
Não sabe a Árvore como serão os frutos que nutre, nem a mãe, sobre seus filhos.
Conhecemos as plantas, já formadas e as pessoas em meio às suas trajetórias e embora façamos diferença sim, não determinamos...
Criar a mudança, controla-la é como tentar mudar o fluxo de um rio com as mãos.

Ninguem muda ativamente a vida de outra pessoa. E a forma como mudamos raramente será a forma como esperaríamos que aquela mudança ocorresse.
Não raro a vontade de mudar e a força que fazemos sobre o que queremos mudar, cria resistência.
É como uma flor que morre afogada no excesso de cuidado de seu dono.
E assim como a flor, essa vontade de mudar nos faz ser como "donos" pra cima de todas as outras coisas e pessoas.

A mudança não precisa de nós. E para nosso ego-humano isso é uma ofensa insuportável.
Como somos triviais no meio de tantas coisas.
Não, mentira... Nós simplesmente, fazemos parte...
Mas não aceitamos só "fazer parte", ansiamos por mais...

Nos cultivamos para lidar com as coisas assim. Mas sempre escorregamos e caímos e as coisas tendem a sair do controle...

A mudança está além de nós.
No máximo somos criados por ela.

A mudança ocorre.

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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Outra...


E na peça que falta, a procura, e nela, a diferença.
                                                                       [na pele...]

Coisas que nos dizem mais do que por inteiro...

Que dizem mais do que nós mesmos sabemos.

Inscritas e escritas em nós, por nossas histórias.

'Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.'

Suas marcas,
e as minhas.

[E o quanto me marca...]

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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Pele...

A pele marcada me lembra,
O que eu sei que não esqueci.

As mãos inquietas inscrevem e me lembram.
Minha pele é um pergaminho.

O que não se deixa passar pelo coração, o corpo alimenta, 
negação é o nutriente da permanência.

Esquecer é mais parecido com rio do que com tumulo...


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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Paz..

Como conseguir a tranquilidade da água diante de tanto barulho?
Cercados por máquinas e compromissos, pelo tempo contado, eletrônicos e mais eletrônicos e a pressa.
Certa vez me disseram que para conseguir concentração precisamos de locais calmos...

 Mas será que aquele que consegue desviar-se de tudo, cercado pelo silêncio que o embala na direção de seu próprio foco, está mais concentrado que aquele que o aprendeu a faze-lo em meio ao tumulto?

Não, imagino que ambos conseguiram se concentrar. Um aprendeu a faze-lo em meio ao silêncio, o outro em meio ao tumulto, não é uma questão de oposição, entre o silêncio e o barulho, mas o caminho que percorreram, os porques que os levaram a esses caminhos.

Quem sabe concentrar-se no silêncio, não necessariamente o sabe faze-lo em meio ao tumulto. Mas contrário é também bastante possível, quem sabe concentrar-se em meio ao tumulto, poderá encontrar no silêncio uma perturbação surpreendente.

a paz para mim é parecida ao vazio, está associado a perda, ao largar-se.
Silencio, mas por dentro.

Ninguém poderia buscar pela paz, porque não está naquilo que se conquista, mas no que se perde. 

Só poderia encontra-la quem parou de procurar.

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