quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A pedra...

À pedra nem o próprio peso pertence. Posto que na lua , ou no fundo do mar , seria diferente. Diferente no sentir , diferente no modo ou a quantidade mesmo. O peso da pedra é condicional, depende de certas causas para ser como é.  Sendo assim, o peso da pedra é vazio de existência inerente...

À pedra não pertence a forma, posto que pode mudar e já foi de outras tantas formas que não consigo imaginar, em outras condições assumiria outras formas. Pode se tornar adorno, joia sagrada, ou uma  simples pedra sobre a qual penso a respeito...  Sua forma é portanto vazia de existência inerente...

À pedra não pertence o calor que possuía quando a peguei, logo se perderá se guardar em minha mochila ou se deixa-la exposta a chuva, assim como quente a encontrei, quando jogada ao Sol. Assim, o calor da pedra é condição, dependente de certas causas para que assim possa ser  - é vazio  de existência inerente...

À pedra não lhe pertencem seus tons, suas cores. Hoje são assim , meio acinzentadas, quase piche, marcadas de um amarelo escuro em algumas partes, em outro momento foram diferentes, em outros momentos serão. E assim as cores e tons da pedra, são condição, dependente das causas que a compõem neste momento... em outro momento outras, outras condições, outras cores... assim, as cores e tons da pedra são vazios de existência inerente...


À pedra não pertence a própria sombra, nem o nome... em outros lugares teria outros nomes, em outra posições outras sombras, sob a luz mais forte, sob o Sol oculto, ou do meio dia, ou escondida na mochila...


E assim, tudo que compõe a pedra não lhe é próprio, é apenas uma forma, que já foi de infinitas outras, e de infinitas outras será...

A pedra é vazia..

Assim como eu... o caderno, a caneta, a chuva e o cheiro do ônibus, as pessoas que nele estão, as pessoas em qualquer lugar, todo vento, todo sopro, todo silêncio e grito...


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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Carta...

Sim, eu estou indo de novo. Por que? Bom, não meu intuito me justificar. Apenas escrever e se isso parecer uma justificativa ou não, é com você caro correspondente. Espero que isso seja o suficiente. Escrevo uma carta que não vou enviar, sem dizer as razões de minha partida. Eu fui, sem avisar, por um sem número delas, e por nenhuma.
Pelo gosto da busca, pelo risco e também não.
Fui pela insatisfação pelo estado atual das coisas ,
 fui para procurar os sonhos, e também não.

Qualquer justificativa que desejarem inventar estejam a vontade.

De minha parte conto: Estou tranquilo. Antes não estava. Estava triste e a perspectiva que via diante de mim não me trazia satisfação alguma, não forma um motivo... eu sinceramente , creio que elencar um motivo seria hierarquizar uma coisa dentro de uma série de eventos, acontecimentos, sentimentos e decisões que pesam.

Tudo tem sua medida... poderia dizer que "minha vida" me fez tomar essa decisão por esse lado... me questionar então se isso seria uma decisão ou apenas o fluxo das coisas. Mas nada disso tem importância, nada disso me interessa...
Talvez te interesse caro leitor... Não encontrará aqui.


Creio teria sido mais cortês avisar, creio teria sido mais amigável procurar para dizer, e escrever para todos... Mas não... eu escrevo para quem busca respostas... Peço desculpas - no entanto sem culpa alguma -  às despedidas não dadas, aos avisos súbitos e aos avisos não dados. Conversas que queria ter tido, questões que permanecem pendentes, saudades que permanecem cortantes... alguns abraços que gostaria ter dado.

Não é mais esse tempo...

Eu vou buscar
Treinar, Estudar...
outro modo de estar...
meu lugar... outros lugares...

Eu não sei,

Nunca sei...

Nunca soube...



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