segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Meus sagrados...

faz muito tempo que Deus pra mim é apenas mais uma palavra.
Uma palavra que arremete a coisas que eu não entendo, e não sinto vontade de me esforçar em entender. Em alguma medida me são entediantes, ou, as vezes, intrigantes, não por si só, mas pela dimensão do impacto que causam na vida das pessoas e a centralidade que podem tomar em várias vidas. As vezes se arremete a um mundo de Verdades e Respostas que me deixa preguiçoso.
Nada contra, nada a favor, curiosidade como a que possuiria por conhecer um castor ou topeira.


Os meus sagrados são sagrados do mundo, do Universo, talvez do Natural, é o som da terra que absorve a água, são as chuvas, e a neblina, é o vento e os besouros. E como nós, que somos compostos de milhares de átomos de carbono, fomos forjados nas fornalhas ancestrais que queimaram neste mesmo Universo a centenas de bilhões de anos.
Eu me fascino e me encanto, por como pode, os átomos que hoje me compõem, terem composto a esstrutura de outros animais, ter composto a estrutura de outras plantas, e até mesmo das pedras, e essa sensação de que as coias se relacionam a parte da nossa vontade de separa-las, delimita-las, denomina-las.

Que apesar de quão intensamente belo é a dimensão da vida, e como as pessoas conseguem ser universos, o quanto a vida não é assim tão grande. Que toda nossa cultuada prepotencia e dita superioridade da espécie, não se passa de uma mera fagulha num incrivel Oceano de diversidade, de energia, que não pode tentar se mesurar com a complexidade da Galaxia, das estrelas, e do movimento desse grande todo, da Natureza.

E que ainda assim, na palma da mão de um bebê, nos faz perceber, novamente, o infinito que há também em nós. E a assombrosa sensação de como as coisas se relacionam e ligam.


Meus sagrados são sagrados de dúvidas, não me dão respostas sobre coisa nenhuma, tampouco querem convencer alguem. Me são divertidos, por conseguirem me fascinar, pela beleza de quase tudo que nos cerca.

E ansiar profundamente, pelo momento em que possamos gozar disso, em Harmonia.



.

just things and Wonderwall.

"There are many things that I would like to say to you, but I don't know how..."

And maybe I'll never know.
Or maybe I just say those with things with worlds rather than words.


.

domingo, 17 de outubro de 2010

O ele que eu não conheço.

Ontem nos encontramos, as quatro e pouco da madrugada.
Ele ouvia suas musicas favoritas com intesidade, não sei a quanto tempo estava ali, mas reconheci algumas perguntas que também são importantes pra ela.
Coisas que eu não sei o que pensar sobre, que eu não tenho idéia de como tenham sido. Como terá sido ele apaixonado? Será que ainda o é? Quantas vezes terá namorado? E aquela história de que terminou com outra só pra ficar com ela?

O que terá sido transformado, naquilo que conheci de uma maneira tão confusa, e assaz, problemática?

Eu ouvi as músicas, reminiscências de uma infância sem visão, onde não a imagens, pouquíssimas, quase como se fotos mentais do passado, imoveis, mas com perspectiva, fluídas, e cheias de som, tatos, cheiros. Cheiros de memória, de pedaços de mim tão díficieis de buscar por agora. Tão distantes.

De um outro ele, que eu conheci apenas fragmentos de alguem que já mudava, e mudou tanto, e muda ainda hoje.

E é pro meu irmão mais novo, um tremendo paizão.


Assim como agora o é,

Pra mim também.



.

Pesadelos e sonhos.

Meus pesadelos me atorementam, são terriveis, desfazem o mundo, trazem a tona grandes medos improvaveis, mas não impossiveis. E as vezes, alívio grande ao acordar, posto que não continuam, que não são reais, ou aquela angustiazinha daquil ter mechido com coisas delicadas.


Meus sonhos de hoje também são pesadelos. E no mundo belo, das coisas esperadas, de cenas tão bonitas, que daria para gravar um filme, o acordar, e o desfazer-se de tudo aquilo, que havia sido real no sonho, o voltar ao mundo, e a falta daquilo que não teve.


Em resumo, prefiro ficar acordado.


.

Madrugosidades...

Voltar de madrugada sozinho para casa, implica, mesmo cético, em medos antigos.

Fantasmas, espíritos e assombrações saem de todos os cantos e sombras pra me assustar, sabe se lá o que mais.

De madrugada, voltando pra casa, em Ouro Preto. Sou um completo covarde, um medroso de marca maior, e evito olhar para a escuridão, para não delinear os olhos de trevas que de lá do fundo da escuridão e da mente, me perseguirão.



.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O Ri(s)o e o Fósforo.

Pequenas contigências me afetam, e eu, costumo olhar por cima dos ombros.
Pequenas coisas, o atraso do salário, a falta de passagens nos horarios apropriados num dia específico. Posso então me manter aqui por mais 5 ou 6 dias, que com certeza serão bem aproveitados, mas que também o seriam no "outro mundo".

Confesso, estou com saudades de lá. E de acordar pra ir pra uma aula, natação de tarde, as festas e as conversas (que também tenho aqui, mas que são de outras esferas mesmo.)

Mas também, me encuca um medo de certos olhares de repreensão, e ter que ficar ouvindo aquelas bobagens que me incomodam tanto não pelo que eles olham, e comentam, mas justamente por o fazerem, odeio ser colocado numa caixa, interpretando meus "As" e "Bês" dentro de um quadro de "sucessos e fracassos" do qual já tentei me retirar a tanto tempo. Me incomoda ter que ficar lidando com essas coisas.

E tem os compromissos também não? Não os da Academia, porque, certamente, se não conseguir voltar hoje, pouca diferença realmente fara, se chegar sexta ou quinta, já que não tenho aula.
Mas tem reuniões, encontros, conversas, tem jogos para serem jogados e narrados por aí, coisas a serem escritas, lidas, mechidas. E elas, ao contrário das diversas coisas, não gosto tratar como obrigação, gosto de ir num ritmo prazeroso, ainda que tenha lá minhas perdas, eu as admito e continuo. Mas o que farei eu?

Muitas das coisas não dependem de mim, mas contam comigo, sim. E por não pensar a partir desses "deveres e teres", não me sinto na obrigação de voltar, não faz tanta diferença.
Na verdade, a vontade de ficar, talvez seja vontade também de fazer falta por lá, testar? Talvez, ainda que possa ser desagradavel a idéia, mas talvez sim.

E já vieram os que sentem falta, reclamar o sumiço. E como queria dizer que fiquei feliz por saber.

Agora espero pelo meu pai acordar, para conversar com ele sobre as pequenas contigências, avisadas sim porque poderia ter comprado as passagens ontem, ou anteontem, mas quem iria saber? Não é tão comum assim todas as passagens pós almoço ja estarem esgotadas, logo as 6 e 30 da manhã.

E na boa, eu faço isso. Me exponho a essas coisas e é isso sabe?
Né nem questão de não aprender, ou não ouvir, é a prioridade mesmo.

Não gosto muito de ficar preocupado com essas coisas.
Me preocupo com outras, as que chamo de "mais complicadas".

Ainda não sei, se fico ou se volto, muitas coisas se aparecem, e esses pensares são exercícios gostosos e não desgastantes. Ajudam a pensar coisas sobre as coisas, das coisas que a gente faz, entenderam?

Enfim, quando decidir, descobrirão.



.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Censura dos nossos tempos...

Ou a falácia da liberdade de expresão e no geral, a falácia da "democracia" dos nossos tempos.


Acabo de ler uma noticia sobre um processo que a Folha de São Paulo entrou contra o Blog "Falha de São Paulo", que tinha como intuíto criticar o jornalismo de forma diferente e humoristica.
A Folha acionou advogados e quase chegaram a multar os dois irmãos responsáveis pelo Blog.

Aqui aproveito para criticar essa atitude do Jornal, e adotar também o "Censura eu, Folha".


Existe, propagado entre nós, a falsa noção de que "podemos dizer". Inclusive muitas vezes quando exaltamos a nossa possibilidade de dizer o que quem pensamos o fazemos, não é? Dando inumeros exemplos, e exaltando como é bom o nosso tempo, como estamos em um país e um mundo "democrático e livre".
Porém, pensando bem, eu me perguntei, qual é a relevancia de eu poder xingar, por exemplo a Folha , aqui pra mim mesmo na frente desta tela, sem nem me dignar a escrever sobre isso? A PUBLICAR isso? Eis uma palavrinha importante não? Publico. Tornar Público.

Um discurso qualquer ganha relevância social a medida que tem condições de se propagar pela sociedade, a medida em que é publicizado e discutido, isso o poderia tornar efetivo, uma forma de organizar as insatisfações e mobilizar-se. Alteram até onde alcançam, e alteramos nas nossas vidas quando demonstramos que podemos falar, a questão é , até onde podemos ir?

Publicar algo, criticando diretamente alguem (pessoa juridica ou física) representa, pela atual lei do Estado, ofensa, passivel de punição e processos, como provavelmente foi o caso da "Falha". Isso é censura.

Por outro lado, há a intensa "pulverização de nós", somos realmente levados a sério? Eu não sei, ainda é uma questão em aberto para mim, mas acho que existe uma especie de força que amassa e desvaloriza esses dizeres cotidianos nosso, torna seu alcance limitadissimo e reduz muito sua capacidade de alterar e de se propagar.
Deve, creio, se relacionar a uma certa descrença "do individuo" que penso existir.
De qualquer forma, os comentários que eu solto na cantina, contra X ou Y, não precisam ser censurados, é isso que quero dizer, somos "educados a censurar" esses "pequenos discursos", ou coloca-los na categoria de "reclamações do dia".
Se por outro lado a lei reprime qualquer expressão social de pensamento livre, então, temos uma censura completa, enfeitada, mas completa. Essa censura cínica dos nossos tempos ainda vende propaganda de vivermos no tempo do pensamento livre, na era da democracia.
É isso, vendem suas propagandas, gritam até nos ensurdecer, e aí censuram nossas vozes baixas pela força de seus gritos, e quando gritamos pela força de suas leis.


Socialmente amordaçados estamos.

Quem fala mesmo, e fala demais, é quem tem capital.
E quando falamos o que não gostam de ouvir. Censuram.


"Censura Eu, Folha".





.



-----------------------------------------------------------------------------

http://falhadespaulo.tumblr.com/

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Isadora.

Ela é uma força que só, é uma mulher, mãe, amiga, companheira de encontros e lutas, de longe uma das pessoas mais fortes que eu conheci.

E hoje, é dia de celebrar!

Por todas as suas experiências ao longo de todas essas primaveras até essa nossa de agora, pelo trajeto, mas também por aquilo que você se tornou. Porque você não cabe nos conceitos do mundo, e nem terá de temer isso, e que, acho que igual a mim, tendemos mais a ficar cada vez mais fora deles, do que ao contrário, e a autenticidade dessas suas coisas que vibram aí dentro, é tão incrivel e bonito de ver.
Você inegavelmente, consegue se afirmar com aquilo que você é, e tenho certeza, que com o tempo, todos que te amam, aprenderam te entender, e não só isso, quando passam a entender, conseguem, sem dúvida, se encantar ainda mais.
Porque você é uma liberdade viva e se mechendo. Hahahahaha.
é um convite a sermos mais nós, a sermos mais livres.

Vaca profana, porra louca, minha amiga, A Isadora!

Prazer imenso é poder compartilhar mundos contigo!



Um forte abraço!

Thiago