terça-feira, 31 de março de 2009

Excesso...

De pulmões cheios,
De ouvidos zumbindo,
De olhos vidrados,
De musculos tensionados,
De cabeça cheia.
Tantas coisas,
de tanto eu, tanto
em mim,tudo
muito.
Palavras demais,
imagens demais,
idéias demais,
cheiros demais,
barulho demais,,
força demais,
movimentos demais,
pensamentos demais,
sentimentos demais...
Eu a mais...
Excessos em mim.
Excesso de mim...


.

domingo, 29 de março de 2009

Apatia...

Veneno inodoro , manuseie com cuidado.
Suspeito que hoje se "institucionalizou-se" a regra da Apatia, "a política? Pra que?" - "ah mas vai ser sempre assim mesmo" - "Ah mas ele não trabalha" - "O governo não faz as coisas direito" - "Deus quis assim" - expressões vigentes da lei macabra que tem gerado um grande problema para todos nós, num sentido bem amplo, não falo de Brasil, falo do mundo.
Por que acho isso?
Oras, primeiramente, no meio onde estou a desorganização política dos estudantes imobiliza o movimento estudantil, infelizmente um mero fantasma, frente ao que era durante o regime militar, aliás momento onde estava na clandestinidade.
Concordo que formas de controle diretas, como a ditadura, têm como reação resistencias diretas, como o combatimento armado, ou a alta mobilização popular, como foi o caso do movimento estudantil na época da ditadura, hoje o controle é sutil, a resistência das minorias... ainda!
Onde é que se encaixa a política? Na minha opinião, na aplicação da ideologia de uma época, de uma cultura e de um povo na organização da sociedade. No final das contas, o povo só tolera aquilo que tem predisposição para tolerar (e muitas vezes são condicionados a tolerar certas condições). A consciência dos povos reflete diretamente na política e consequentemente na sociedade que se organiza a partir dela.
A exaltação da apatia política, e a apatia de uma forma geral, são irracionais, não representam a maior capacidade de lidar com a diversidade humana como afirmam uns, mas justamente o contrário: é na política onde as questões sociais mais delicadas vêm a tona para serem discutidas e tratadas não em nivel individual, mas em nivel de toda a sociedade. É lá onde as questões delicadas da sociedade e da convivência humana vão vir a tona em suas piores formas: a violencia , dos corpos e das idéias.
Nada contra aqueles que optam pela apatia política, me entristeço, mas é válido, é um direito essa escolha (suspeito inclusive, influenciada pela política, mas deixemos de lado esse ponto) e deve ser respeitada. O que eu não concordo é com a exaltação dessa apatia, que vai além da política.
Nossa apatia com os famintos, com os pobres, com a violência, física e mental, com a degradação ambiental, com a escassez de saude, a asfixia do sistema educacional, me impressiona como ignoramos, como passamos apáticos a tudo isso, que , curiosamente caí na apatia política: porque nessa sociedade "organizada" em que vivemos, seria o local onde resolveriamos todos esses outros problemas a que estamos (nunca todos nós, graças a Esperança) apáticos.
Não, não digo isso com o fim de causar mais pessimismo e desesperança, eu acredito em mudança, senão já teria ido embora, e esse post é um alerta, um alerta para os perigos da indiferença, um chamado a ser diferente.
Suspeito que a solução está nisso: diálogo.
Precisamos todos conversar. A humanidade precisa conversar mais.
Não acho que essa apatia seja natural, mas há uma tentativa de naturaliza-la, não vejo porque entregar a política nas mãos de uns poucos burocratas, não vejo porque manter-se acreditando que "assim vai ser" se as coisas não vão bem.
Se é a consciência de um povo que determina suas condições minimas de organização política, vamos aumentar nossos níveis.
É muito díficil falar aos que estão a mais tempo expostos ao discurso apatizante,
Acredito fielmente que através da Educação, ampla, essa feita na vida, não apenas nas salas de aula, seja uma solução em potencial para o problema.
Pra educar é preciso diálogo.

.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Construindo novas coisas Sob luz de estrelas e da Lua,

Vou me catando,
Em fragmentos espalhados pelo chão e pelo tempo,
Diferente de outras as coisas,
Atraves das ações e do pensamento,
Construindo novas coisas
Sob luz de estrelas e da Lua,
Num mundo novo,
De um novo eu.

segunda-feira, 16 de março de 2009

É preciso pensar na espada...

Espadas desembainhadas,
Podem cortar ou proteger, as mesmas que cortam correntes, cortam gargantas.
Quem move as espadas são as mãos. Quem move espadas somos nós.
Se movidas com leviandade podem ferir as pessoas a nossa volta, podem ferir e até matar.
É preciso pensar na espada, saber que pode ferir e proteger, que pode ser bela ou feia, que pode ser pacifica ou beliciosa e tudo dependerá de como a guiamos.
Pensar na espada é uma questão de respeito: Consigo próprio e com os outros, a medida que podemos nos ferir e ferir os outros.
Afinal, "Nenhum homem é uma ilha na sua totalidade".

segunda-feira, 9 de março de 2009

Umas primeiras conclusões...

É, a História é relativa, quanto aos documentos, interpretações e mais, além da inserção histórica da fonte do documento, como, por exemplo, no caso dos registros de um soldado alemão no front durante a segunda guerra mundial e ainda os historiadores estão inseridos no seu próprio conceito histórico, por exemplo, um historiador soviético da década de 70, ou um historiador brasileiro do século XX, e a própria subjetividade de ambos (que já havia citado anteriormente também)
Que bizarra "camada" que se sedimenta sobre o "conhecimento objetivo!
Nessa perspectiva, dentro ainda da leitura anterior, muda-se a pergunta que tentavamos responder: Ao invez de pensarmos "O que é História" passamos a nos perguntar "Para quem é a história?"
Nossa! Isso faz muito sentido. Aprendemos verdades históricas em nossas instituições de ensino por que? Se a história é relativa e tudo é muito dependende a sua visão da História, como podemos dar provas objetivas de histórias? (como ainda usamos dar provas, aíaíaí!)
Lá vou eu polemizar esse troço.
É como se os pensamentos da história acadêmica, não alcansasse ou ecoasse no ensino da História nos outros segmentos da educação. Ou seja, um número muito limitado de pessoas tem a oportunidade de aprofundar-se nesse assunto essencial.
Oras, se a História é relativa e aprendemos verdades, significa que a História está sendo usada, daí vem, por que? Pra quem?
Quantas justificativas dentro da história não foram usadas para defender ideologias? O que é muito estranho afinal, é uma história ideológica defendendo aliás a própria ideologia! É quase um principio de auto afirmação.
Não que sejam afirmações mentirosas, mas entre uma história ideológica e uma história "real" (que não acho possivel alcançar) existe uma grande diferença. Pois então, há essa vulgar utilização da História e, talvez meu imediatismo não permita (o que é imensamente possivel), mas não vejo mudanças significativas ou questionamentos incisivos, fortes a esse grande problema.
E olha que interessante, a sensação, inicial, de perder o referêncial é nauseante, putz... ainda estou, acho até que gripei em função disso, mas é uma sensação "libertadora!" , porque nos desapega, literalmente, das verdades, as afirmações vêm sempre de um questionamento implícito, especialmente quando são justificadas em cima da História e principalmente quando se tratam de aspectos subjetivos, como as intenções políticas de um país num dado momento de sua história, ou afirmações com argumentos na história para sustentar uma ideologia, por exemplo "a sociedade não pode ser justa porque ao longo de toda história da humanidade o homem nunca foi".
Uh! A vida é até mais bonita quando você não tem que se preocupar em refutar coisas desse tipo, e se quiser refutar, só basta dizer: "prove." e teremos mais uma polêmica.
Por que então estudar História? Possivelmente para construir um conceito meu, mas no meu caso é para dar aulas, que ainda, ainda mais depois dessa, não faço idéia de como vou fazer isso até mesmo porque adoraria compartilhar essas reflexões com qualquer aluno meu, acharia fantástico discutir teoria da História em uma aula de ensino médio ou até mesmo na sétima ou oitava série com as devidas adaptações.
Não se trata de descontruir, desesperar um garoto, mas ensina-lo a ver a História sobre uma outra perspectiva que, provavelmente só teria acesso, se fosse cursar História (é só observar quanto eu, minha turma e grande maioria dos meus veteranos ficou pasmo quando descobriu ou raciocinou sobre isso).
Saber que a História pode ser usada, que não é exato, por mais obvio que pareça, é bem interessante deixar isso claro, que por isso se liga as relações de poder, que se liga a formação e manutenção de uma série de fatores de poder, como ideologia, como a constituição de uma sociedade e outras muito mais.
Esse tipo de reflexão, de crescimento representa um passo interessante na construção de um senso critico, da não aceitação das "verdades absolutas" e do retorno de um principio questionador e menos objetivista.
Tudo isso, é o que mais desejo as pessoas, potencializar a capacidade das pessoas de construirem suas próprias idéias, que é assim que se transformarão e a tudo mais.
O resto...é história.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Reflexões sobre História...

E lá vem, uma semana para lá de intensa! Sem dúvida há muito sobre o que falar, mas hoje, quero falar de História!
Primeiro, estou chocado, há algum tempo eu já não tinha crenças nas "verdades", elas geralmente impedem que se continue a questionar e por isso são um tanto quanto nocivas a qualquer campo do conhecimento, mas refletir sobre isso na História torna as coisas um pouco complicadas.
Minhas primeiras reflexões são baseadas numa leitura incompleta do livro "História Repensada" de Keith Jenkins.
De acordo com o autor, o costume de refletir de "como pensar a História", e são recentes as publicações nesse campo. (Ainda há muito a falar disso...)
A História se relaciona com o passado, portanto, o historiador nunca está em contato com seu objeto de estudo diretamente, com o passado, apesar de conseguir obter "fragmentos" do passado, no presente e trabalha-los. Se o passado como realmente foi é a "verdade" que a História buscou por tanto tempo, então, como podemos alcança-lo?
Existem teorias que acreditam que em determinadas condições é possivel, através de um método rigoroso de analise, para impedir "interpretações" do historiador.
Porém, todo objeto de estudo é passivel de leitura e ainda, seriam as leituras, todas de mesma forma? Cada historiador seria capaz de perceber um objeto estudado apenas de uma forma?
Temos um problema, daí vêm os métodos com suas práticas, porem, qual critério para escolher um método de "fazer a historiografia"? Você pode se indentificar com Marx, Hegel, Weber, talvez prefira algo mais atual, como a Escola dos Anales, ou uma visão feministas, cada qual com sua metodologia para analisar a História, como dizer que um é mais correto ou preciso que o outro?
Pode-se desconsiderar a subjetividade humana: Tanto de quem produz a fonte histórica ( como os registros de um monge do Séc. XII) como as de quem lê e interpreta tais registros, o historiador?
Nessa perspectiva, desconstruimos as verdades e nos colocamos num campo incerto, se é para relativizar ou não tudo, nesse momento não me preocupo, mas uma dúvida mordaz me abocanha as entranhas da minha alma:
Como ensinar História nessa perspectiva? Por que até agora o ensino de História não mudou?
Esse texto é ousado, ainda nem terminei de ler o que preciso ler, por isso não vou terminar de falar disso agora, eu prefiro deixar as dúvidas e pensar nelas também.


Boa reflexão a todos nós!

E que venha a História, a Unicamp e tudo mais o que for possivel!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Muitas coisas!

Muitas coisas! As vezes me sinto cansado e nada tem a ver com o calor, mas com a quantidade de coisas novas.
Emoções fortes e pensamentos a mil!
Várias coisas se aprende, certas outras não se esquece.
Um mundo inteiro novo, com muitas perspectivas que se abrem de forma simultanea, ao mesmo tempo ruptura, ao mesmo tempo continuidade.
E isso, sem dúvida, é incrivel!

domingo, 1 de março de 2009

Um respeito primordial...

Grandes sentimentos estão represados em mim, dos quais tento com dificuldade escapar.
Outrora me questionava: Existe um modo correto de seguir a vida? Um jeito "melhor"? Qual seria? E qual seria o parametro para escolhe-lo? Será que nossas escolhas teriam valor se a vida tivesse uma lógica tão simplista e objetiva? As coisas não são tão simples, não é possivel conceituar e prender em padrões certas coisas.
Aos poucos vou entenendo que não existe um caminho certo, que os caminhos são válidos se sinceramente acredita-se neles, o mau hábito de julgar pessoas se torna algo muito mais cruel, quando pode faze-las duvidar de si mesmas, ou nas palavras de Nietzsche, de tornarem-se a si mesmas , ainda mais quando a importância das pessoas que "julgam" é grande demais.
Tal reflexão me leva as varias vezes em que fui "juiz" das pessoas e ataquei suas perspectivas e optica sobre o mundo. Talvez a arrogância, ainda muito na época, de que meu modo de ver as coisas fosse "superior" me levasse a esse erro.
Começo aos poucos a perceber denovo a dimensão da vida, e é ela que prova, de forma maior que consigo expressar, que a vida e a existência de cada um, as perspectivas, sonhos e modos de levar a vida, são muito válidos e deveriam ser respeitados em integridade.
Não temos certezas sobre nossas próprias vidas, erramos, acertamos, erramos denovo, aos poucos, melhoramos, mesmo os que se recusam a lutar são obrigados a encarar a vida e enfrentar suas dificuldades, somos incoerentes com nós mesmos, procuramos e lutamos por nossa auto-completude diária e anda assim, uma vez ou outra deslizaremos e erraremos denovo com nós mesmos. Não há nada de errado nisso, chama-se Humanidade.
Então, quem somos para julgarmos um ao outro?
Naturalizar essa reflexão é bem mais díficil do que escreve-las,o respeito pelas idéias e pela perspectiva de cada um, porque entende que tudo é "um grande acumulo sobre um olhar" e que "o olhar é de cada um" é um crescimento que eu almejo.
Sendo assim, rejeito qualquer julgamento, sobre mim ou feito por mim.
Deixe que cada um tenha sua própria perspectiva da vida.
Se permita ter sua própria perspectiva da vida.
Não é uma questão do caminho correto, mas da própria estrada.