quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Co-medimentos...

Quero um encantamento assim - encantado, mas também preguiçoso.
Dedicado, mas esquecido e as vezes relapso também,
Não quero uma paixão exponencial, sempre crescente, desmedida.

A quero morna, assim, até um pouco sem graça,
Ou melhor, que não precise ter graça o tempo todo,
Só em alguns momentos.

Quero uma meia verdade,
Uma dedicação comedida,
Uma entrega reservada,

A quero tanto,
Como uma tarde preguiçosa de domingo.


[E deitar no chão pra olhar o céu]


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domingo, 16 de dezembro de 2012

De[s]afeto

Afeto é fato,

De efeito, naquilo que mais falta...

Desfeito em silencio de mim...

Desafeito,

De nada, nenhuma, do desafeto em  pó

Defeito do tempo


[E mais nada...]

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Não-palavras...

E no que eu não digo, tanto digo.
Que não me cabe em palavra, nem em alma...

Que as vezes desconheço, ou finjo desconhecer.

Que o corpo diz, o tempo todo,
Que todas as não-palavras contam,

Não há segredos nos meus olhos,
Nem minhas mãos,
Ou nos abraços...



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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Coisas demais...

Desde pequeno mãe sempre brigou muito por causa da desorganização de minhas coisas. Até hoje, na republica onde moro, por uma certa ordem às coisas é complicado. Não gosto de guardar as coisas que quero ter à mão rápido, cadernos, lápis canetas e essa mesma justificativa vai se aplicar a copos, livros, textos da faculdade. O resultado é uma mesa onde ninguém mais lembra qual é sua cor, nem tem dimensão de quantas manchas de café e coca-cola já grudaram as folhas todas por baixo.
Mas há outra sujeira, a sujeira que faz tudo continuar parecendo sujo mesmo quando colocamos "os textos no lugar". É o excesso, os lugares onde estamos, quartos, salas , casas, estão abarrotados e de coisas, eletrônicos, brinquedos, papeis, papeis e papeis, contas, livros textos, etc. Vamos comprando coisas, e cada vez menos espaço existem para colocar essas coisas... Cada vez mais a impressão de estarmos num ambiente cada vez mais sujo.
Ficamos sem espaço que é ocupado pelas coisas e mais coisas que acumulamos. E não adianta passar um pano, empilhar as coisas de um lugar para o outro é só mudar a bagunça de lugar, não importa o quanto você varrer, essa sujeira não é pó.
O problema está na quantidade de coisas que se tem, o no mal hábito de sempre adquirir mais e mais. Daí, a sensação mais forte que me vem depois de dar uma geral na casa (e olha que ainda faltaria muita coisa) é que não ficaríamos tão orgulhosos do que temos se cada um de nós, por conta própria tivesse de zelar e cuidar por tudo o que tem. Eis a mais simples solução para a desigualdade social, que cada um só possa ter aquilo pelo qual possa cuidar e zelar. É uma brincadeira, mas me divirto ao pensar de que não daríamos conta, de que o nosso modo de vida excessivo, ficaria expresso diante de nós, e quando nosso cansaço fosse o limite, deveríamos parar e jogar fora, ou passar adiante, tudo aquilo que não conseguimos manter.


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