segunda-feira, 29 de março de 2010

De passagem?

Você para mim não passa.

É díficil te fitar por segundos assim nos olhos, sem estremecer por dentro...

É díficil te abraçar sem querer ficar assim pelo tempo que não houver...

É díficil falar assim e querer que só o nascer ou por do Sol possam dizer a hora de parar de falar.

É díficil como beijo quase dado, como abraço quase longo, como filme sem final, como caderno interrompido, cartas inacabadas...

E tudo, assim, como reticencias...


Eu bem que tento ir embora, e já vi outras luzes por aí, eu até já acho que estou forte pra ir.

Mas não sou forte contigo por perto, não sou quando me perco em você, do jeito de andar, aos cabelos que pendem de um lado proutro, do sorriso ao olhar.

Não posso negar ao que mais me diz.


Se passamos, por que tanto fica?


Como será isso pra você?




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terça-feira, 23 de março de 2010

Kendo

O respeito é quem inicia ,
O corpo aquecido, esquece-se do dia,
A mente se concentra no corpo, que agora, vive.
Ofega, inspira, concentra e continua.
Os golpes e os gritos, todo respeito, toda palavra, todo ouvido.
Nada existe para além daquilo, para além de mim.
Naquele momento, só a isso pertenço. A cada golpe novo, se esquece o cansaço que faz pender a Shinai para baixo, a cada novo golpe se encontra folego novo, espirito novo para o próximo golpe.
A cada descanço só existe o cansaço, e por ele só exsitir todo resto é esquecido.
Pode se sentir os braços pesados, latejantes, e o suor que escorre pelas costas, pelo rosto, o cabelo molhado que toca a nuca, e as orelhas, que escorre pela testa e cai ardido nos olhos.
As mãos que lutam para não tremer e para continuar lutando, as vezes machucadas.
As pernas que firmes se mantém quando a dor e o cansaço já teriam feito me dobrar os joelhos em outro lugar.
A voz, que vai, mais pela vontade que pela garganta.
E o golpe que se desfere, que prepara tudo para que se comece novamente o ciclo.
Nada penetra naquele mundo.
E no compartilhar do espaço, do treino, do aprendizado, do corpo, da dor e do tempo.
Me sinto completo.

E o respeito, que começa, termina - e continua, assim como Kendo, para além daquele próprio mundo.



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quarta-feira, 17 de março de 2010

Perdido encontro...

Perdido assim estou...
E tentando não viver as coisas apenas no plano dos meus devaneios loucos.
Tentando por um co-segundo de tempo, conseguir furtar um pouco do teu e compartilhar alguns momentos. É que não consigo (é que nem quero) me esquecer de seu sorriso, e da sua risada calorosa, e do seu olhar que brilha, como suas idéias, e poucas coisas no meu dia me fariam não me lembrar, de você.


Perdido por encontrar. Vai entender...



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terça-feira, 16 de março de 2010

Não tenho medo de suas máquinas!

Fotografem pois! Não tenho medo do que faço, pois se o fiz o fiz consciente do que fazia. O fiz pela liberdade de muitos, calada pelos simples poder de decidir o destino de muitos que se retem nas mãos dos tão poucos outros, que nunca dão as caras.
As cameras estão ali, sempre preparadas, e as fotos são tantas que é impossivel não ser fotogênico, é a mais velha-nova forma da repressão estudantil na Unicamp. Nos intimidam, nos ameaçam com fotografando nossos atos e nossas atitudes, nossas manifestações.
E, ironicamente, fotografam um dos nossos melhores momentos, quando nos unimos para impedir que colegas sejam punidos por pura perseguição política, para tentarem destruir alguns dos sonhos mais importantes da vida de vários, dentro de um país onde menos de um sexto da populaçao tem acesso a Universidade, que é completar o Ensino Superior - Se não conseguem ameaçam, seguem, perseguem, intimidam, se põem ali, como Estado e Polícia de outrora.

Suas atitudes isoladas, não me assustam, fico entristecido pelo guarda, terceirizado, que é obrigado a nos fotografar, a nos perseguir como prática corrente, a risco de perder o emprego. O que me assusta é o discurso que representa - um discurso de força, de poder centralizado. Herança, sim, de uma ditadura mal resolvida.

E é por essas e outras, que é preciso festejar - ocupar a Universidade, torna-la um espaço, antes de Vida, depois de Academia - porque a segunda nunca fará sentido sem a primeira.
É propor uma nova lógica, e reconhecer-se como Estudante e parte da Universidade.
Portanto, no direito e dever de construi-la - a Unicamp não pode mais virar as costas a tantas coisas que tem virado. A Unicamp também é nossa.



É por isso que eu não tenho medo de vossas máquinas.


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segunda-feira, 15 de março de 2010

E talvez...

Talvez eu devesse me segurar mais, medir as palavras, as presenças e as passagens.
Deveria diminuir o ritmo, ou talvez, não sei.
Não, não é assim, comigo não é assim, e eu não quero mais me conter, nas minhas perguntas e dúvidas, no meu medo do "se isso" ou "se aquilo", eu só vou, com esse sorriso desavergonhado, e as palavras que fluem naturalmente, minhas vontades mais sinceras são geralmente as minhas vontades mais loucas;
E eu que nem quero que as coisas sejam tão complicadas, complico-me tanto nessas linhas de vida que esbarro por aí - quando na verdade, o que me ocorre é assim tão bom, de não caber em mim -
Tão bom, assim, de vontade de encontrar, de aparecer, de vontade assim de falar por longas horas, de procurar loucamente por qualquer coisa para que se possa convidar, para poder compartilhar alguns momentos, algumas risadas, palavras e de nós mesmos;
De não saber o que falar, de não saber o que fazer, mas ainda sim, se entregar,
naquilo que não se sabe o que é , nem pronde vai, e me perder por aí, num mar daquilo que me torna mais eu.


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quarta-feira, 10 de março de 2010

De ires e vires, vou me também...

Doí as vezes encarar certas coisas.
E doutras a gente interpreta do jeito que for e sente qualquer coisa que for, mesmo raiva. E eu já senti muita.
Hoje, estou desarmado. Agora, e minha raiva colapsa em si.
Eu não queria nenhum argumento, eu queria um olhar limpo, eu queria acreditar, eu não queria denovo velhos fantasmas me atormentando, especialmente uns tão doloridos.
E eu consegui ir, e talvez a um pouco de mérito na raiva, que apesar de me queimar por dentro em ansiedade, me ajudou a ser sincero com meu afastmento, comigo mesmo.
E hoje ela pode ir embora e vai, porque eu te entendi.
Não posso negar que ainda há em mim uma certa amargura mal localizada, mal acabada, de desintendimentos que foram, a partir de hoje eles perdem a importância, e aos poucos, vão embora. Eu queria as palavras faladas, eu queria ouvi-las, e queria ver também. Mas tudo bem que não as tenha assim, você me deu elas como pôde, agora, entendida as coisas, eu não quero ficar por perto, para não me trair denovo;

Obrigado;

Sem força pra dizer mais, nem lembrar lembranças que nos dizem tanto a alma;

Me encerro aqui, por enquanto.


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terça-feira, 9 de março de 2010

Perguntas ao poder...

Existirá algum poder nesse mundo que passando a dimensão humana,
que não seja um poder-hipocrita?
O que realmente podemos?
E porque podemos tão diferentes assim?
Donde vem? Por que?



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sexta-feira, 5 de março de 2010

De caminho e encontro.

Depois do grito vem o silêncio.

E da confusão a calmaria, ao menos, um pouco.
Aos poucos as coisas começam a entrar nos eixos, ou em outros, quem sabe?
Uns fios muito tênues se alteram, volto a perceber as cores das coisas, respiro a plenos pulmões.
Meu corpo e minha alma perguntam incessantemente, clamam por vida e futuro.
Pra onde irei? O que quero?

Encontros que mais ou menos por aí, pessoas importantes que aparecem pelo caminho.
E cuja simples presença, ali e na sua vida, já dão animo a caminhada, e o passo é retomado.


O corpo ainda se recupera, a alma também.
Mas coisas mudaram. Ou talvez, eu.




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segunda-feira, 1 de março de 2010

Grito!

Eu gritaria se fosse capaz. E também se fosse tolo.
Mas desvio o olhar, e também, o ódio.
É só pra não ferir, é só pra não rasgar, pra não descarrega-lo assim, tão violentamente.
É meu mesmo, e eu guardo. Sua existência só insiste em me lembrar que odeio tanto, por amar tanto.
São tantas as contradições que a paz não pode calar essa inquietude inflamada que dei nome de raiva. E nem os músculos doloridos, a ansiedade, ou o sono perturbado podem dar conta disso tudo que se queima. Perguntas que faço sem cessar. Mascarás, barreiras, paredes e névoas que cansei que me cercassem.
Saiam! Não são bem vindas! Quero apenas que diga palavras que condizem com o brilho ou a escurdião de seus olhos.
Apareça!
É toda essa fuga que me faz duvidar da sinceridade! Tão evasiva!


Chega!


Vou embora.



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