terça-feira, 30 de junho de 2009

Cansaço...

Se o fardo pesar demais, posso recostar minha cabeça?
Cansaço do espirto, nem minhas melhores noites de sono curam.
Cansado da surdez da alma, da dureza das palavras , dos conceitos e preconceitos.
Cansado de modelos, e julgamentos, até de objetivos!
Cansado das formas, das definições!
As vezes penso que isso é uma cultura de infelicidade!
Me pergunto: até que ponto ela faz sentido?
Até que ponto precisamos dessas coisas?
Não quero perder a possibilidade de fugir da estrada, de voltar atrás no que disse,
de me sentir confuso, de não definir nada, de não possuir objetivo.
Eu só quero ir, não importa o "aonde".

terça-feira, 16 de junho de 2009

Cheiros...

Adoro cheiros.
Não definem por si só, o olfato é muito intuitivo.
Cheiro de coisas e pessoas, cheiro de lugares, de memórias.
Cheiro de pensamentos, de posturas, de causas, formas, atitudes e consequencias!
Tudo que sei não passa de um impulso olfativo - mera intuição - não tenho certeza sobre nada que sei, nem isso.
São apenas uma combinação de perfumes e odores que fazem sentido de uma determinada forma,
Quase sempre retorno à inesquecivel - memória! (hehehe)
Mas não é angustiante, na verdade, eu me divirto mais do que quando tinha "todas as respostas".
Descobri que respostas podem estar erradas,
E que ter todas elas ia ser de uma chatisse monumental também!
Que mentiras e verdades jogam do mesmo lado do tabuleiro,
Que minha vida, minha existencia é bem menos ideal que isso tudo,
E por ser bem mais ampla, é mais divertido ter um "amplo olhar" (ou talvez "cheirar") sobre ela.
O olfato me favorece, deixa no ar, linhas de coisas curiosas.

"Como você sabe disso?"
"Oras, eu não sei, apenas cheiro..."

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terça-feira, 9 de junho de 2009

Releituras...

As vezes, por graça ou curiosidade, releio coisas escritas nesse blog, que já tem alguns anos de vida. E eu tantos mais. Não sei nem se de idade mesmo, mas de idéias, me sinto em outra idade.
Releio minhas certezas, minhas indignaçoes, meus projetos, meu comunismo inerente, com risos no rosto. Não sendo ironico comigo mesmo, ou acreditando que tenha sido ingenuo, mas acreditando que foram fases muito boas, não me arrependo de nada.
Eu não costumo apagar posts - Registrar a memória, manter a história, sabe? Não dá pra deixar na sala de aula hehehe...
Seguindo a linha, minhas escolhas me levaram a outros pensamentos, me desagrada definir a mim mesmo como "comunista", "revolucionário", "liberal", "autoritário", "capitalista", cansei desses conceitos.
Cansei-me de conceituar o mundo, só me confundia e me fazia preocupado com caraminholas que era um saco sem fundo de pensamentos não muito produtivos dentro da minha cabeça, mas não abandonei meus projetos, nem minhas Utopias, para falar a verdade, minha sede de Utopias aumentou.
Minha crença nos projetos macropoliticos se fixa por um fio, o fio do exemplo, certas práticas políticas devem ser mantidas, por uma questão de postura, uma postura de contestamento em relação "esse determinado de estado de coisas", do qual tenho profundo desejo de mudar, e se há espaço para a participação nesses espaços "macropoliticos" então é importante pra mim, fazer parte. Resquicios do velho moralista que mora em mim, e ainda há varios, não sou radicalmente contra a moral, só não me preocupo em ficar reforçando ela diariamente.
Dá muito trabalho e é pouco proveitoso.
Passei a pensar sobre coisas sobre as quais não pensava, e ver de outro jeito.
A dar valor as coisas que eu não dava tanto valor em outros tempos, hoje, estou interessado pela experiência dos sentidos, e me furto horas a pensar sobre como eu penso o meu mundo através do que sinto, sobre como minhas primeiras memórias se dão mais pelo que senti, do que pelo que pensei, ainda hoje, há resquicios desse hábito de lembrar de pessoas, através das sensações, do tato, do cheiro, do jeito de olhar e falar, eu adoro.
O discuso inflamado não desapareceu, aparece em seus momentos.
E tem sido dificil escrever sobre coisas que não sei por em palavras.
Enfim...
É um prazer compartilhar isso.


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Sem...

Talvez a minha falta de palavras,
Não signifique que eu não entenda.
Mas que apenas aprendi a demonstrar de outras formas.
Possivelmente prefiro.
Eu percebo o mundo, mais fortemente com o que sinto.
E com sentidos que mostro o que aprendi,
Com a nostalgia dos tempos que brincam em minhas memórias.


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