quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Naufrágio.

As palavras não se formam nas bocas de um afogado.
Gritar a plenos pulmões só o enxeria mais rápido de água, só o enfraqueceria para sobreviver.


Naufrágio de tempos, uma tempestade que choveu em outros verões agitou os mares da Terra e da Alma novamente. Morrerei afogado? Questiona-se o tripulante desorientado.
Atingidos pela tempestade de súbito, mal conseguem se salvar, afogam-se, em sentimentos de saudade dos que amam nadam contra o que parece ser inevitavel. Mas esse Capitão já afundou outras vezes, e os bons marinheiros do mar, sabem que uma tempestade dessas não vem de Gaia, não é natural, pode vir de um semi-deus ou semi-deusa, enfurecida, talvez ludibriada, tempestades passageiras.
O Capitão sabe quem lhe mandou essa, e seus sentimentos de saudade são saudados pela tempestade que arrebata seu návio.
Sabe que dessa história é criminoso e é vítima também. Sabe que Ela o é tanto quanto ele.

São uns ladrões: Roubaram a alma e o sossego um d'outro.



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