quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Demônios no espelho...

É muito frequente nos separarmos dos demônios que vemos no mundo e nas pessoas.
Para mim tem sido diferente há bastante tempo e creio que também seja assim para muitos.

Poucos dos meus demônios não são conhecidos de perto, poucos deles não conhecia de casa, poucos deles não conheci em meus anos de menino, encontrando aqui e ali, na família, na escola, caminhando comigo, escondido na minha sombra, ou me fitando enquanto me olhava no espelho.

E acredito que aqueles poucos demonios que não conheço de perto, só não me são familiares por minha ignorância, por ainda não conhece-los bem, daí as semelhanças aparecem...

Como disse um amigo meu uma vez, a gente só consegue perceber esses demônios através das nossas similaridades. Quem é realmente diferente, simplesmente não entenderia, ou sequer perceberia o problema.

Para mim, há algum tempo, estar no mundo não tem tanto a ver com "extirpar o mal". Aliás, eu resgato o mal sempre que posso, porque acredito que sua negação se fundamenta sobre uma noção de pureza muito perigosa.

Não é mais tanto luz contra trevas, mas de como ambas coexistem nas varias formas da vida, como nada é apenas uma coisa só, e como, em geral, se arvorar detentor de qualquer uma das partes é de uma enorme pretensão, simplesmente irreal, na teia complexa de relações que é nossa vida.

E não há nada que eu critique que não veja em mim de alguma maneira, nenhum demônio do mundo, que não consiga enxergar quando me olho no espelho.

E nas curas que desejo para o mundo, encontro as esperanças que tenho para mim.





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