terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sobre uma certa falta de originalidade do mundo...

Tudo tão único e tudo tão parecido.
Dizeres do desespero ou do amor, falar sobre a solidão. Escritos sobre a política e educação, sobre a Universidade, sobre história, quer que seja. Nada do que pensei já não foi pensado antes, e sentimos diferentemente, as mesmas coisas.

E assim me acho na carência de assuntos, o que quero dizer, é que o que há de singular me escapa a palavra. E talvez me falte a arte, que ela talvez esteja justamente nisso, transformar o indizivel em palavras, o único. Ou talvez essa singularidade seja só uma impressão, como é essa minha.
Nos sentimos sós, nos magoamos com amores perdidos, ou a falta de amores, nos sentimos felizes e estasiantes quando apaixonados, cegos, e até usamos muitas vezes essa mesma idéia. Dizemos da guerra além do oceano, da corrupção e da violencia dos nossos dias, dizemos das distancias e dos medos das pessoas. E somos muito diferentemente capaz de nos indignar com a política, com a vida , com o mundo. Falamos sobre nós mesmos, e nossas transformações, e essas leituras tão unicas, tão de cada um me parecem tão absolutamente recorrentes.


Assim, correndo o risco de ser injusto, não sei o que "de novo" teria a dizer a vocês, o que mais me dá vontade, é escrever menos.
E sentar pra conversar hoje seria muito mais agradavel, do que escrever por aqui,
coisas que gostaria de dizer, com casualidade, e ouvintes, pra ouvir também.
Com formas de ser, e de estar, que dizem muito mais, do que todas e quaisquer letras, palavras e expressões eu usar, hoje, ou nesses tempos, poderei dizer por aqui.

Outros modos de outros dizeres.


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