terça-feira, 22 de maio de 2012

Dizer...

São quatrocentos e cinquenta e dois emails não lidos,  trinta e duas atualizações, duzentas e cinquenta  os publicações em grupos, ah, claro, os vinte grupos e mil e setenta e seis amigos.

Houve um tempo onde a desinformação era filha do escuro e do afastamento, onde desconheciamos por estarmos longe demais, por não termos como observar, não esbarrarmos, não conhecermos. Também, pouco fazia diferença, os preocupados em estar informados acerca de "tudo e todos" somos nós, e assim, vemos, mas não enxergamos.
 A preguiça me toma por completo diante de tantos emails não lidos, mas ainda me dou ao trabalho de hierarquiza-los, e perco (e aqui é perder mesmo) um puta de um tempo a procurar o que é afinal que eu vou ler. E leio, e as vezes respondo, noutras não.

Com quantos isso seria diferente? Já mal tenho vontade de escrever para os outros. Estamos todos tão ocupados em mostrarmos coisas, em dizer - e talvez tenhamos passado tempo demais sem poder.
Mas eu não consigo ler o que esperam, e duvido que alguém o consiga - e mais ainda de alguém que queira, é coisa demais.
E assim me pergunto, dizer quando? Pra que?

A nossa cegueira, é luz demais. E a nossa surdez, barulho demais.
Perdemos a fala, no meio de tantas coisas ditas..
E, não raro, só temos vontade de dizer mais - e demais.

Dizemos até no nosso modo de ouvir. E desalcançamos.
E, como se não bastasse, acreditamos ser os mais bem informados do mundo.
"A geração da informação..."

"Seven billion, eighty million three hundred sixty thousand people
and only a few of us can see the connections.
Today we will send over three hundred billion e-mails,
nineteen billion text messages.
Yet, we still fell alone" (do seriado Touch)
 
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