segunda-feira, 9 de março de 2009

Umas primeiras conclusões...

É, a História é relativa, quanto aos documentos, interpretações e mais, além da inserção histórica da fonte do documento, como, por exemplo, no caso dos registros de um soldado alemão no front durante a segunda guerra mundial e ainda os historiadores estão inseridos no seu próprio conceito histórico, por exemplo, um historiador soviético da década de 70, ou um historiador brasileiro do século XX, e a própria subjetividade de ambos (que já havia citado anteriormente também)
Que bizarra "camada" que se sedimenta sobre o "conhecimento objetivo!
Nessa perspectiva, dentro ainda da leitura anterior, muda-se a pergunta que tentavamos responder: Ao invez de pensarmos "O que é História" passamos a nos perguntar "Para quem é a história?"
Nossa! Isso faz muito sentido. Aprendemos verdades históricas em nossas instituições de ensino por que? Se a história é relativa e tudo é muito dependende a sua visão da História, como podemos dar provas objetivas de histórias? (como ainda usamos dar provas, aíaíaí!)
Lá vou eu polemizar esse troço.
É como se os pensamentos da história acadêmica, não alcansasse ou ecoasse no ensino da História nos outros segmentos da educação. Ou seja, um número muito limitado de pessoas tem a oportunidade de aprofundar-se nesse assunto essencial.
Oras, se a História é relativa e aprendemos verdades, significa que a História está sendo usada, daí vem, por que? Pra quem?
Quantas justificativas dentro da história não foram usadas para defender ideologias? O que é muito estranho afinal, é uma história ideológica defendendo aliás a própria ideologia! É quase um principio de auto afirmação.
Não que sejam afirmações mentirosas, mas entre uma história ideológica e uma história "real" (que não acho possivel alcançar) existe uma grande diferença. Pois então, há essa vulgar utilização da História e, talvez meu imediatismo não permita (o que é imensamente possivel), mas não vejo mudanças significativas ou questionamentos incisivos, fortes a esse grande problema.
E olha que interessante, a sensação, inicial, de perder o referêncial é nauseante, putz... ainda estou, acho até que gripei em função disso, mas é uma sensação "libertadora!" , porque nos desapega, literalmente, das verdades, as afirmações vêm sempre de um questionamento implícito, especialmente quando são justificadas em cima da História e principalmente quando se tratam de aspectos subjetivos, como as intenções políticas de um país num dado momento de sua história, ou afirmações com argumentos na história para sustentar uma ideologia, por exemplo "a sociedade não pode ser justa porque ao longo de toda história da humanidade o homem nunca foi".
Uh! A vida é até mais bonita quando você não tem que se preocupar em refutar coisas desse tipo, e se quiser refutar, só basta dizer: "prove." e teremos mais uma polêmica.
Por que então estudar História? Possivelmente para construir um conceito meu, mas no meu caso é para dar aulas, que ainda, ainda mais depois dessa, não faço idéia de como vou fazer isso até mesmo porque adoraria compartilhar essas reflexões com qualquer aluno meu, acharia fantástico discutir teoria da História em uma aula de ensino médio ou até mesmo na sétima ou oitava série com as devidas adaptações.
Não se trata de descontruir, desesperar um garoto, mas ensina-lo a ver a História sobre uma outra perspectiva que, provavelmente só teria acesso, se fosse cursar História (é só observar quanto eu, minha turma e grande maioria dos meus veteranos ficou pasmo quando descobriu ou raciocinou sobre isso).
Saber que a História pode ser usada, que não é exato, por mais obvio que pareça, é bem interessante deixar isso claro, que por isso se liga as relações de poder, que se liga a formação e manutenção de uma série de fatores de poder, como ideologia, como a constituição de uma sociedade e outras muito mais.
Esse tipo de reflexão, de crescimento representa um passo interessante na construção de um senso critico, da não aceitação das "verdades absolutas" e do retorno de um principio questionador e menos objetivista.
Tudo isso, é o que mais desejo as pessoas, potencializar a capacidade das pessoas de construirem suas próprias idéias, que é assim que se transformarão e a tudo mais.
O resto...é história.

Nenhum comentário: