Em nome da "Segurança", sacrificamos o sangue e o suor, a vida das maiorias, para a prosperidade de uns poucos.
Toda a violência do Estado, em nome da nossa Segurança.
A justiça é o morticínio ou a tortura, para aqueles presos em suas garras - na nossa terra não é uma dama cega, mas um cão, de três cabeças e armas.
E silenciamos! Em nome da Segurança...
As grades das janelas e das portas, as nossas casas como prisões, em nome da Segurança.
Em nome da Segurança abandonamos sonhos, pessoas, lugares, nossos espaços, os bens públicos.
Em nome da Segurança, somos vigiados, medidos, pesados, comparados, colocados, encaixados, enxotados e encaixotados.
Em nome da Segurança, cuspimos na liberdade, almejamos um chicote e um grilhão, rimos dos sonhadores, dos Utópicos - em nome da Segurança, os detestamos.
Rejeitamos as manifestações nas ruas, a política do povo, só aceitamos as que vestem terno, os oficiosas oficiais "representações", é claro, em nome da Segurança.
E em nome da Segurança, tememos os mudadores, os "radicais", e todos que querem mudar algo "são radicais", indesejaveis, assim tememos as crianças, e logo, as tornamos, amedrontadas e seguidoras d'A Segurança, como nós.
Em nome da Segurança, nos calamos, e ameaçamos todos a fazerem o mesmo - em nome da Segurança.
Em nome da segurança, temer é o que mais fazemos. Em nome dela, "temer é preciso, viver não"
E pra suprimir o medo, para acabar com o medo, de tanto medo do medo, nos voltamos para Segurança.
Em nome da Segurança, vamos nos perdendo de nós, e de nós mesmos. Nos tornamos profundamente violentos, e tudo isso, porque no fundo, nosso medo é de nós mesmos...
Até onde vamos com isso? Até quando!?
Com licensa Patria Mãe Gentil, mas seus dentes estão sujos de sangue.
Com licensa, povo brasileiro, mas sua mordaça tem se matado tantos, e suas, nossas, mãos não estão menos sujas de sangue...
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