domingo, 12 de maio de 2013

A loucura dos dedos.

Loucuras me escapam,

Pelas pontas dos dedos caçam na pele,

As feridas que não podem cicatrizar...

As feridas que não deixam cicatrizar.

E abrem, e abrem...

Como se enterrado ali, em meio a carne e o sangue,
alguma solução para um desarranjamento na alma.

A pior coisa de todas é que a maldita loucura faz sentido,
e enquanto os dedos cavam e escavam a pele, deixando seu rastro
de feridas incuráveis (que dizem respeito a outras ferida não-curadas),
por mais absurdo que a mente se absurde, o gesto continua,
a rasgar e a rasgar e quando a dor é forte demais para continuar no mesmo lugar,
a procurar por outros, mesmo no sonho, mesmo no sono...

A vergonha da loucura a faz piorar. Abre mais feridas, torna as mãos mais agitadas.
Controlar o impeto de rasgar a pele é um esforço tremendo, e a angustia de tudo isso,
é a sensação de que não vai acabar;

Ah, as feridas... meus dedos nunca acabam de arranhar.
meus medos nunca param...

E por cansaço e frustração, acabo parando,
se dependesse dessa angustia eu viraria uma grande ferida aberta e só.

Mas as unhas se quebram, o corpo se cansa ou a dor é forte demais.
A mente, inquieta, é obrigada a centrar-se em outra coisa e apaga,
não descansa, só desliga...

Pra depois voltar à mesma maldita rotina.



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