quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Das coisas que entristecem...

O quanto perdemos tempo com os "resultados" e as "cobranças" e não podemos aproveitar a companhia de quem nos é importante. Como as obrigações que deveriam produzir uma vida prospera, se tornam muitas vezes, a causa da própria infelicidade...

Como deixamos de nos falar, por motivos frágeis, apegados à expectativa que tínhamos sobre os outros (e vice-versa) justificando para nós mesmos um rompimento que muitas vezes nem desejávamos.

Me entristece o poder capaz de cortar (ou silenciar) laços. Do sofrimento que surge com as insatisfações que carregamos sobre nós mesmos, com todas as nossas "culpas" e "deveres" a nos preencher como cacos de vidro...

Outdoors me entristecem. Com seus sorrisos brancos, com seu modo de vida, "consumo-felicidade", com sua reprodução exaustiva, a ponto de não ter para onde olhar que não me remeta à esse modo "shopping-center" de ser-estar.

Me incomoda a exclusividade das coisas. E as justificativas do privilégio...
A insanidade que ronda o senso comum, dessa desumanidade que muitas vezes tenta se justificar como Justiça.

O tédio de meus alunos me entristece, pois queria que amassem com fervor a vida a cada momento, pudessem a aproveita-la e descobrir como dela criar, sem serem compelidos e forçados a vivenciar esse tédio por tantos e tantos anos... Me entristece a violência com que aprendem a se relacionar.

E a terrível sensação de impotência diante do tamanho das dificuldades. Dos meus próprios problemas... Das coisas abandonadas.


Me entristece saber que a dor, a morte ou a doença, todo tipo de sofrimento que estamos sujeitos, passa desapercebido às nossas pequenas disputas diárias... Sinto saudades de pessoas que não vejo mais. E delas o meu respeito para evitar tamanha tolice.
Me entristece essa ruína de mim mesmo, que luta pra se recompor.
Esse sem-rumo, levado por uma maré de perguntas,
E os meus fracassos intermináveis... e essa intolerância toda...



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