sábado, 28 de março de 2015

Das vigílias...

Tem noites que se estendem assim, num silêncio de se afogar - e eu me perco. Entre musicas velhas e textos antigos, procurando interlocutores para uma conversa vazia de meio de madrugada. Procuro repetidas vezes por alguém pra dizer, daí das coisas que nãos são tão vazias assim, e nada. Repito, quatro, cinco, seis vezes a mesma música. Não sei o que fazer, em meu peito tem uma ancora que me prende, o que posso fazer, se não escrever? Esperar?

Eu já espero e nem percebo,  ou percebo e finjo que não sei. Bobagem, era só dormir, deixar o outro dia chegar, mas me acompanha a sensação clássica da insonia: A sensação de que o dia está incompleto. E deitar a cabeça no travesseiro dum dia incompleto é de uma inquietude terrível. Então eu me gasto, desgasto até que por exaustão caio...

Não há bons raciocínios, provavelmente se empobrecem também minhas palavras; Uma coisa sem graça, uma palavra perdida, uma noite em claro. Um troço que incomoda, âncora feita de medos e anseios;


Mas aguardo.

                                                                                      [Num esforço repentino - escrevo - admito: esse pedido de ajuda que eu guardei numa garrafa e lancei ao mar.]




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