quinta-feira, 24 de julho de 2008

Decadencia de Maugrim

"Venham meus caros e sentem-se, mas por favor não se sintam muito confortaveis.
O conforto vos fara baixar a guarda e aqui... isso pode ser um tanto perigoso...
Essa terra vasta é cheia de mistérios além de suas imaginações e agora me relembro de uma trágica história que vou lhes contar..."

Quem aqui já ouviu falar dos anões? Eles são um povo endurecido como as rochas que cavam em suas profundas minas, muito organizados, com um apreço grande por aquilo que constroem, sejam armas, sejam estruturas de engenharia admiravel, são dedicados à familia e à raça com absoluta presteza e vivem em torno de quatro a cinco séculos... vivem muito para nós.
E a nossa história é a história de um infeliz anão! Que dizem, até hoje, murmurra frases de ódio contra sua raça e seu rei, nas montanhas cinzentas, dizem que seu ódio é tão pronfundo que é possivel ouvir seus sussurros reptidos, carregados pelo vento, para alertar os tolos que ali não é seguro...
Mas ainda assim muitos vão! Para tentar furtar os tesouros admiraveis criados e obtidos pelo anão.
Há muito tempo, antes de mim, de você, e acho que de quase toda essa terra, Maugrim, um artesão da raça anã, renomado por sua incrivel capacidade decidiu que queria sair das terras de seus ancestrais, aprender mais, ver mais coisas e trazer metais novos, que pudesse trabalhar e criar maravilhas impressionantes. Lógico que havia uma questão maior por trás disso, Maugrim tinha seu coração preso a Luneria, uma cleriga de Moradim, o criador dos anões e ela partiria com uma expedição para as terras externas, para investigar o desaparecimento de uma patrulha das montanhas e o aparecimento de criaturas terriveis na região, suspeitavam de um morto vivo...
Luneria estava prometida ao soldado que iria liderar a expedição Regdar, um nobre guerreiro, considerado um de maior potencial de todo o reino e muito estimado por Durandor, o rei.
Maugrim se uniu a eles sobre voto de confiança do rei, que poderia contribuir com as magias que aprendera para moldar o ferro e compreender a terra, um raro mago anão, mas principalmente artesão.
Durante as viagens Maugrim tentou se aproximar de Luneria mas ela só tinha olhos para Regdar e um ódio profundo começou a se instalar no coração do nobre Maugrim. Mais tempo durante a missão e perceberam que a fonte do mal provinha de uma residencia de um mago humano, um homem que desafiava a vida e a morte, um depravado necromante!
Na torre do mago Maugrim foi capaz de evitar grandes perigos e mostrou valor maior do que nos confrontos anteriores e finalmente chamou a atenção de Luneria.
O poderoso necromante da torre atacou os aventureiros com seus servos mortos-vivos até seus limite e então foi ao encontro deles.
Já haviam se passado dias e Luneria se aproximou de Maugrim de um jeito que Regdar não gostou e começou a desejar que o companheiro morresse na incursão.
Quando o poderoso necromante chegou ao comodo, aparentemente se expondo aos aventureiros é que se deram conta que o inimigo não era um mero mago humano e sim um morto vivo também, do tipo mais atemorizante: um vampiro!
A luta foi dura contra o grupo e eles foram obrigados a recuar, uma tática bolada pelo próprio Regdar que tinha outros planos em mente: criar uma oportunidade para se livrar de Maugrim e expo-lo a um ataque direto do vampiro. O plano fracassou e eles foram encurralados, Luneria jazia inconsciente e os dois anões cercados pelos varios servos mortos vivos e o vampiro.
O ódio entre os rivais veio a tona e em meio ao combate começaram a discutir, o vampiro, interessado no conflito, ordenou que seus servos parassem e apenas observava...
Maugrim era um artesão hábil, porém não era um bom guerreiro, quando ameaçado pelo poderoso Regdar ele recuou e caiu pateticamente no chão, humilhado e em seus olhos um ódio raro ia crescendo. Um sentimento perigoso caros ouvintes!
Então o vampiro já tinha o teatro que precisava para lançar em danação pior que a morte os pobres anões e o combate que se seguiu foi uma mera encenação.
Os mortos vivos foram facilmente derrotados por Redgar e aparentemente ele havia decepado a cabeça do vampiro. Uma mentira, havia apenas decepado a cabeça de mais um zumbi, enquanto o vampiro se escondia e observava lançando suas magias mais poderosas para se ligar mentalmente a Maugrim.
Por que a Maugrim? Ora, ambos eram arcanos! O necromante não gostava dos brutos guerreiros e preferia atormenta-los, se Maugrim cooperasse receberia davida maior que ele poderia dar: a imortalidade, além disso, não que tenha vasta experiência, mas imagina passar séculos sem ninguem para conversar? Mesmo o coração egoista de um vampiro ainda é atormentado por sentimentos confusos! Eu mesmo já tive uma amiga raptada porque um desses se sentia solitário demais, bom, mas isso é outra história hehehe. continuemos...
Maugrim começou a ter sonhos durante a viagem de volta e se tornou recluso, maquinava coisas sombrias em sua mente, tinha sonhos onde elas se concretizavam.
Numa noite então decidida o vento do acaso, ou melhor, a mão do necromante, pesou a favor de Maugrim e eles foram atacados na perigosa estrada do Abismo: uma perigosa estrada na beira de um abismo profundo, no alto das montanhas cinzentas, aliás costumam até dizer que lá há uma passagem para o Reino Cinzento.
A batalha nas montanhas foi dura para Regdar, os mortos pareciam querer sua carne, e quando menos esperava uma explosão, Maugrim usara uma magia poderosa em uma parte mais alta da montanha provocando um deslizamento, mas a tragedia o perseguiu, sua vilania foi punida com a culpa de ter matado não só a seu rival, mas a sua amada: Luneria correu para tentar proteger Regdar, por dentro se sentia dividida e via as diferenças entre os dois aumentarem, queria que fossem amigos, foi seu ultimo sacrificio...
Luneria foi arrastada, assim como Regdar para o profundo abismo...
Maugrim se deixou cair na neve e os servos do Necromante o levaram.
"Te darei poder além da vida, poder até para trazer sua amada de volta, se aceitar se tornar um leal servo meu." Disse o mago maligno
Em desespero o pobre anão aceitou!
E se tornou uma depravação da honra, lealdade e longevidade inspirados por sua raça, se tornou um vampiro.
Mas o destino não foi menos cruel que isso, não conseguiu jamais retornar a seu lar,
foi escravizado por anos pelo "mestre necromante", e finalmente quando se livrou de seus grilhões, descobriu que estava muito além do seu poder manipular a vida a ponto de trazer sua amada de volta, aliás, que a vida e ele, já haviam se tornado opostos entre si.
Abandonado ele passou a vagar solitario pelas montanhas, não aceitando sequer a presença de outros mortos vivos, e canta um lamento triste, sobre sua própria história e murmurra sua própria desgraça que é carregada pelo vento para que todos possam saber...
O sinal de sua existencia são as esculturas encontradas nas cavernas das montanhas cinzentas, sempre mostrando três anões, aparentemente unidos, felizes e amigos...

Por isso caros ouvintes! Cuidado com o que desejam e não permitam nunca que os sentimentos pervesos os dominem! Ou eles saberão se aproveitar disso..."

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