sábado, 6 de dezembro de 2008

O Capitalismo e a Crise...

Crise no sistema, crise financeria, desvalorização das bolsas, pacotes para empresas privadas, medidas do governo para salvar a economia, aumento dos preços, férias coletivas, demissões...
A grande maioria dos trabalhadores só têm uma idéia, provavelmente, dos últimos três termos que disse, uma pena eu diria, afinal, se entendessem, entederiam o cumulo do absurdo.
Começa com a grande diminuição do poder de compra da classe média norte americana, o frequente endividamento das familias, a hipotecagem das casas para salvarem-se das dívidas, depois disso o descompasso do aumento da inflação (que eleva as taxas e o custo de vida) com o aumento dos salários, leva 30% das familias americanas a contrairem dividas na hipoteca, o sistema começa a entrar em colapso: os bancos se vêm com um grande problema financeiro devido à inadimplência, para sanarem as dívidas vários moradores vendem suas casas, ou as "dão" para o banco como forma de reduzir a divida, porém com o grande número de imoveis que entra nessa situação o preço dos mesmos caem, bancarrota sequencial de bancos norteamericanos, outros setores financeiros obviamente começam a ser afetados.
A crise se agrava, atinge dimensão continental e agora mundial e o que vemos?
Competindo com os absurdos da crise, vêm os pacotes bilhonarios, vã tentativa de amenizar o problema da crise: A crise têm suas raízes entravadas na lógica capitalista, o acumulo de capital como objetivo, meio e fim do sistema, logo, o emboprecimento frequente de uma classe, o excesso de capital nas mãos de um grupo reduzido, nas mãos de uma classe.
A contenção real da crise dentro do sistema, se dá na "queima", "destruição" de capital, ou seja, destriuição de forças produtivas (empregos e seus trabalhadores) e produtos (frutos do trabalho), desestabiliza-se o mercado internacional e consequentemente o mercado interno da grande maioria (para não dizer todos) os países, fica exposta aí a fragilidade do sistema capitalista. Fragilidade ou lógica? 1929 ~ 1960 ~ 1980 ~ 1998 ~ 2008 São meras coincidências devido a algum problema externo, ou outra coisa? São anomalias? Ou ciclos?
É por isso que não acredito na "humanização do sistema capitalista".
Um sistema que ciclicamente leve a humanidade para uma situação de caos intenso, que ameaça inclusive a sobrevivência desta, que opera unicamente sobre a lógica da acumulação de bens, da supervalorização do individuo sobre a sociedade, da liberdade de uns em detrimento da liberdade da maioria, aliás, da própria liberdade submissa ao capital.
Essa crise ainda não tomou suas proporções mais terriveis, mas chega a nós a passos que a mídia não tem tanto interesse em divulga exceto como pequenas notas "insignificantes".
Mas na lógica capitalista, quem paga a conta da crise economica? Quem perde os empregos?
Observa-se: 15% do PIB da União Europeia utilizado para salvar monopólios financeiros, nos EUA as contas já chegam a 33% do PIB deste país e no Brasil, a Caixa Economia Federal têm aval governamental para comprar ações (em geral "títulos podres" de empresas falidas!) para salvar empresas quem muitas vezes nem nacionais são, sequer estatais, até mesmo a Petrobrás sentiu os duros efeitos da crises que aos poucos se agrava, nenhuma medida, nem sequer uma mera medida provisória, foi feita para proteger os empregos dos trabalhadores, seus interesses, sequer preservar o preço dos alimentos.
A quem nesse país, serve realmente o Governo, a quem serve, nesta lógica, o Governo da grande maioria de países?
Quem não acredita que essa crise seja um fruto desse sistema, por favor, prove.

Eu poderia escrever mais, muito mais a respeito, mas quero tentar reduzir um pouco o post, na esperança de que ele seja mais "livel" que o normal.

Enfim, vou me...

Até a proxima (que virá em breve),

Thiago

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