segunda-feira, 12 de outubro de 2009

De Tempos...

Ao longo do tempo acabei me tornando alguem que pensa e muito fala sobre o tempo.
E hoje eu admiti falando, e agora escrevendo, que meus parâmetros de tempo sofrem de um problema: que o tempo, não é uma construção isolada, sozinha, própria.
Organizamos o tempo para organizar as coisas a nossa volta, construimos isso e crescemos lidando com essa maneira de ver o tempo, ou talvez maneiras, mas de uma certa forma, orientadas sobre uma linha geral, que muito me desagrada ou desagradava, agora já não sei, mas essa organização do tempo é importante para lidar, em parte, com as diferenças de tempo que existem entre as pessoas.
Eu forjei as minhas orientações no tempo a partir de uma grande revolta interna, acabei construindo esse conceito de uma maneira introspectiva e assim reorganizei ao longo de anos a forma como eu percebia o tempo e nessa construção esqueci-me de colocar o tempo dos outros.
O que me leva muitas vezes é a perceber que a falta que as pessoas me fazem não é a ausência delas, é uma falta exagerada, não faço idéia de quantas horas deveria possuir o dia para que essa falta pudesse ser suprida. Eu consigo muito bem respeitar o meu tempo e ele é muito orientado pelas coisas que sinto, o problema é de orientar-se o tempo assim é que não se vive sozinho, seu tempo afeta o tempo de outras pessoas, lidar com o tempo é praticamente sempre "coletivamente", confesso que para coisas minhas lidar com o tempo desse jeito me faz muito feliz - mas eu já percebi também o quanto me faz mal se eu não perceber que além do meu tempo há o tempo dos outros e é importante aprender a lidar com isso.
Parando para pensar e não deixando o desespero tomar conta, eu passo um bom tempo com essas pessoas, e o desespero perde a razão de apoio, apesar de cutucar lá no fundo.
Agora tá em tempo de aprender a lidar não só com o tempo, mas com os "tempos" que é isso que são.



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