segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Sobre eu e a Política...

É provavel que muitos se perguntem, ao ver toda minha irritação e minhas criticas porque eu continuo a me envolver com o que a Isa chama de "Política cinza"...
"Política cinza" pelo seu anacronismo e falta de senso critico, pelo esquecimento das pessoas e sua falta de coerência. A política "macro", dentro do CA das "Ciências Humanas" ou o próprio Diretório Central dos Estudantes, estão saturados dessas macras de um tipo de política que previlegia os cegos e os intolerantes, que destroi os espaços de debate político e consequentemente atrapalham as construções a longo prazo e uma nova possibilidade de Política.
Eu não sei definir o que é Política, eu sei que é muito importante para mim, e eu reconheço nas minhas relações e o que eu defendo nos meus discursos (num sentido bem amplo), também a reconheço nesses espaços desgastados do "movimento estudantil", de CAs , DCEs e Grêmios.
E não só por reconhecer mas por perceber que dentro das malhas intrincadas da Política que hoje permeia o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, existe um espaço interessante para potencilizar o alcance que tem essa Política cotidiana, construída da nossa postura em relação ao mundo e as coisas.

A questão é que eu me sinto bem quando enfrento as dificuldades inerentes ao se colocar em público, mesmo quando a atmosfera é desfavoravel. É porque acho interessante e coerente constestar nos espaços que "Política cinza"se apropriou, trata-se de publicizar que outras vozes , que defendem outras idéias estão aparecendo, e dar a oportunidade de que as pessoas se indentifiquem e discussões surjam.

Trata-se de ir contra a velha idéia de que a Política é feita pelos esclarecidos.
Acreditando que na verdade não existem os mais esclarecidos, ou conscientes, mas "consciências diferentes".

E assim se o espaço político público é o espaço onde coletivamente deveriamos resolver e nos acertar com nossas diferenças, o esvaziamento e esse uso "elitizado" dos espaços Políticos, não apenas do CA ou do DCE, mas de toda a nossa estrutura política brasileira, representam a nossa dificuldade daqueles que participam e se apartam, em lidar com as diferenças de pontos de vistas, de perceber as pluralidades das consciências e lidar com elas.


É por isso que eu compro com gosto a irritação e o desgaste que me trazem as discussões da "Política comum".





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3 comentários:

J.L.Tejo disse...

Não há agrupamento humano sem política ("polis", cidade). O homem é um ser político por natureza.

Brecht tem uma fala interessante, e bem conhecida, sobre o "analfabeto político". Lembra que as mais diversas questões (do preço do feijão ao menor abandonado) têm origem em decisões políticas.

Não podemos ficar alheios à política, portanto. Sempre me causou estranheza ver pessoas no Orkut, por exemplo, se declarando "apolíticas". Parece que vivem em outro mundo.

A questão aqui talvez seja que tipo de política se faz, e visando o quê. Concordo que haja muita lama, muita ignorância, muita má-fé, muita hipocrisia e calhordice.

Mas há que se fazer política. A mudança depende, justamente, disso.

Vaca Profana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vaca Profana disse...

Oi Thiago!
Pois é, eu sei bem porque dei o nome de Política cinza p/ essa forma de "construir" política...
Na verdade, o que eles colocam como "alienados" se refere a qualquer um que questione as palhaçadas que fazem.
Tenho esperança de que nossos grupos de debate/ ação tomem de volta de certos grupos "mal-intencionados", para ser fofa com eles, os espaços de construção política que são nossos enquanto estudantes, e assim, finalmente, realmente poder politizar as ações.
Essa galera com sua argumentação profunda como um pires se vale de argumentos morais e conformistas para explicar seu insucesso, como "as pessoas são egoístas" ou "as pessoas são alienadas" ou "a sociedade está assim mesmo". Curioso pensar que eles, teoricamente, falam em agir contra o sistema, mas o reproduzem sem um pingo de senso crítico.
E quando falam em democracia, aí a piada é maior ainda, já que eles são os primeiros a fazer todo mundo engolir o que eles pensam, porque certos grupos "mal-intencionados" de fora da universidade(estou de bom humor hoje) tiraram as NOSSAS pautas enquanto estudantes...
É mole?
Bom, eu vou indo...
Gostei muito da reunião nossa de hoje, e da conversa que teve a ver com este post tb!
Intés!