segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Silêncio e kung fu...

Aos meus companheiros de treino, os de muito tempo os de pouco e os que ainda não esbarrei...

Quando falava, falava muito. E acabava por ouvir pouco.
Num determinado ponto, sobrecarreguei tanto as coisas, que tornei o ambiente insuportável (para mim e provavelmente pra outros.)

Perdi de vista a beleza das formas com as quais as pessoas se apropriam do kung fu. E passei a acreditar que minha relação era de alguma maneira "mais verdadeira"... Tal convicção me afastou e me isolou. Na época pensei ser culpa dos outros, que acreditava que não levavam a tradição a sério...

Desconsiderando o quanto desconheço. Desconsiderando (ou diminuindo) outras experiências e possibilidades... e por fim tornando impossível minha própria prática.

Não é um mea-culpa, nem um pedido de desculpas, nem um fazer de vitima para ganhar admiração alheia, é uma reflexão, mais seca que o usual sobre o que me aconteceu.

Eu dava kung fu por algo "garantido" pra mim... e por muito pouco não me isolei completamente.

E sou, de fato, muito grato, pela maneira como fui recebido de volta.

Hoje então, eu prefiro o recuo, o espaço, e tentar prestar mais atenção nos sentidos que as pessoas constroem. Eu que ando com as certezas meio abaladas , me parece mais que apropriado tal movimento... e parar de supor saber tanta coisa...

E agora, mais que nunca, a metáfora da xícara cheia faz sentido...


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