segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A Pedra, o caminho e o caminhante...

Desde criança, lhe mostraram uma grande pedra, e que seria necessário carrega-la, que era seu fardo. No começo, a pobre criança ficou amedrontada e chorou muito, mas logo começou a carregar a pedra, ela era fria, enorme, não ria, não chorava, não gritava e nem falava, era sem graça e muito dura e pra ajudar era má vista do lugar de onde a criança viera. Sim, era muito jovem para ter começado a caminhar mas sabe se lá por qual motivo era necessário e como todo Caminhante, teria de escolher os seus caminhos e atingir seus objetivos. a criança passou por muito tempo acompanhada da pedra, até conversava com ela, e ela, apesar de muito silenciosa ensinava muito. A criança passou a ver o mundo com outros olhos, não importava aonde fosse, levava um pouco da pedra consigo e passava boa parte do tempo com ela. Não que gostasse dela tanto assim, era um pouco amedontradora sua presença, mas estava começando a se acostumar. A presença da pedra era importante, seus braços se tornaram fortes por causa dela, e suas pernas firmes, e por não conviver muito com outras pessoas, as via com profundo respeito e sempre as tratava bem, julgando que assim, ignorariam o fato de que escolheu carregar a pedra. Sim, a criança já estava na idade das escolhas, e sua pedra era praticamente uma amiga, uma conselheira, e quando pode abandona-la, ele não quis, quis levar consigo um fragmento dela ao menos, e sempre que precisasse buscar força no que ela o havia ensinado. A observação, a força, a firmeza. caminhante se tornou mais velho e continuou a carregar a pedra, lembrando- se diariamente de fortalecer, de firmar e observar, mas as pessoas, não entendia porque não se aproximavam como havia acreditado, ansiava por isso mas não acontecia e retroceder já não era uma escolha, todos os ensinamentos da fria e silenciosa mestra haviam arraigado certos valores a sua alma que ele não gostaria de abandonar.
Mas ai que com a observação passou a ver as flores que haviam na estrada, muitas cheirosas, porém tão venenosas como doce e agradavel era o cheiro que as acompanhava, outras tão singelas e belas que encantavam e o fizeram parar, se recostar na pedra e observa-las por muito tempo, umas , sumiram, eram um simples devaneio, outras porém ele não esqueceria, umas até o acompanharam por um tempo, e outras de vez enquando ele as via e até conversava com elas.

Hoje caminhante segue seu caminho e apesar das mãos calejadas, do fardo sobre o ombro, do olhar cansado, das cicatrizes na pele, ele segue, olhando adiante, sentindo falta de flores do passado.

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