terça-feira, 23 de março de 2010

Kendo

O respeito é quem inicia ,
O corpo aquecido, esquece-se do dia,
A mente se concentra no corpo, que agora, vive.
Ofega, inspira, concentra e continua.
Os golpes e os gritos, todo respeito, toda palavra, todo ouvido.
Nada existe para além daquilo, para além de mim.
Naquele momento, só a isso pertenço. A cada golpe novo, se esquece o cansaço que faz pender a Shinai para baixo, a cada novo golpe se encontra folego novo, espirito novo para o próximo golpe.
A cada descanço só existe o cansaço, e por ele só exsitir todo resto é esquecido.
Pode se sentir os braços pesados, latejantes, e o suor que escorre pelas costas, pelo rosto, o cabelo molhado que toca a nuca, e as orelhas, que escorre pela testa e cai ardido nos olhos.
As mãos que lutam para não tremer e para continuar lutando, as vezes machucadas.
As pernas que firmes se mantém quando a dor e o cansaço já teriam feito me dobrar os joelhos em outro lugar.
A voz, que vai, mais pela vontade que pela garganta.
E o golpe que se desfere, que prepara tudo para que se comece novamente o ciclo.
Nada penetra naquele mundo.
E no compartilhar do espaço, do treino, do aprendizado, do corpo, da dor e do tempo.
Me sinto completo.

E o respeito, que começa, termina - e continua, assim como Kendo, para além daquele próprio mundo.



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