sábado, 15 de maio de 2010

Algumas idéias.

Estou um pouco cansado e pouco convencido de que a política se faça assim tão grande.
A vejo em migalhas frente ao que me mostram, não vejo sistemas, nem mundos, nem tampouco lógicas de macros assustadores, ou quer que seja, vejo, primeiramente e acima de tudo pessoas.
Onde estão esses grandes macros, todas essas explicações e sistemas, se não nas esferas de nosso penstamento? E apesar de nos ajudarem a refletir sobre os mundos que no cercam, não deixam de ser modelos, e portanto incapazes de dizer da "realidade". Talvez, não seja necessária uma resposta tão grande, e é daqui o meu ponto de partida - penso que não precisamos.
Meu problema estar em pensar "o modelo" como "mundo".
Se eu sempre usar uma luneta , para tentar enxergar o mais longe possivel, poderei enxergar "pequenos recortes do horizonte", talvez, eles digam sim, algo sobre algum aspecto do mundo, mas pouco sobre o todo. Sem essa luneta, não enxergo tão longe, porém, não abro mão da minha visão mais ampla, e mais diversa: a visão da minha volta - o meu mundo sensivel, comum a tantos outros que compartilham de espaços e experiências comigo.
Por que não abrir mão dessas tantas certezas? Esse apego a certeza das coisas, diz muito mais do que apenas sobre a política moderna, vivemos presos a idéia de verdade, as nossas certezas, criamos concepções de mundo, fundamentados em resposta e as inseguranças e dúvidas, são razão muitas vezes, dos nossos mais profundos temores.
Mas na ânsia de responder a tudo, evitando no máximo a angustia e o medo da incerteza, fechamos nossos mundos, nossos olhares, trocamos nosso olhos por lentes-de-luneta, e para enxergarmos o que queremos, abrimos mão do enxergar onde estamos, e os que estão a nossa volta.
Por que não fazer o caminho inverso?Não é desconhecer o mundo um exercício interessante?
Assim, penso numa política perguntadora, duvidadora. Que não tem muitas respostas, mas que procura aproximar as pessoas, fazer com que estas se encostem, no sentido de que "se percebam", uma política que busca no cotidiano das pessoas, e através da experiência prática, faze-las se sentir parte de um espaço, perceber os outros desse espaço e assim reconhecer sua capacidade de altera-lo, e sim, isso tudo numa dimensão de individuos.
Uma politica de fazer sentir, uma política pra pegar, pra encostar, uma política de cada um.
E assim, do meio da gente, tornemos o debate e o espaço político, construidores.
Uma perspectiva de política cotidiana, do gesto, da empatia, do aprender a ouvir e a falar.
E nessas coisas, aparentemente, ou tradadas como, tão pequenas, poder mudar todo um modo de ver e se relacionar nos mundos - mudando talvez, esse mundão maior, que é tão díficil assim de ver.



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Um comentário:

Vaca Profana disse...

oi Thi...
Lindo post...
O pior para mim quando se enxerga tudo com a luneta é que com ela não enxergamos as nossas mãos o que fazem.
E de nada adianta falar de um mundo todo e de uma "política errada"que há no mundo sem pensar e refazer algo condizente com nossas mãos.
Eu mais do que nunca estou para dentro de mim, de um mundo pequenino, de observar tudo o que faço...E como isso é difícil, difícil demais.
Saudades de discutir com vcs, de fazer com vcs...Saudades de política!
Segunda eu sairei da toca p/ ir a Unicamp, tenho uns pepinos p/ resolver por lá e vou aproveitar p/ fazer um social - se é que eu aguento perambular sem parir - bora se encontrar?
Pq se não nos virmos agora, depois só me visitando mesmo, hehehe
A não ser que eu comece a parir de andar 2m; hoje fui ao supermercado e comecei a ter uma contração atrás da outra...heheh
Beijo, se cuida.
Amo vc!=)