sábado, 4 de setembro de 2010

É possivel perder-se de si?

Até hoje, eu acredito que sim.
Apresentados ao mundo, somos educados na cultura a aprender "nosso lugar" e a nele nos sentarmos e só irmos aonde nos é permitido ir. Na minha opinião, chegamos a um nível de controle tão severo onde nosso 'eu' é totalizado pelo que aqui chamo de cultura. Uma cultura totalitária, ela promove a dominação total do ser, o insere em centenas de padrões e convenções que se seguirmos um mínimo deles nos desfaremos em tantas milhões de partes que, primeiro: nos discernir será profundamente díficil, segundo, não faço idéia daquilo que significará o "eu".
Como um manequim, a única coisa diferente entre nós, nesse extremo da dominação, seria a roupa com a qual nos vestem (nem nos vestimos mais), e no fundo no fundo, manequins ocos, desprovidos de um "eu" que tenha cores próprias, que se afirme, desprovido de "vida vivivel".

Algumas horas eu temo que caminhemos para isso. Mas essa distopia só viria a tona se cedesse a nossa resistência. Aquilo que penso por "eu" é algo que resiste, resiste a adaptar-se e a caber no mundo que lhe é imposto, resiste por meio da sensação - de maneiras tão variadas, dentro da história, e da experiência de cada indivíduo, mas felizmente, resiste.

Bom, quem me conhece, vai perceber que pra mim, faz um danado de um sentido pensar assim.
Não me garanto razão, apenas penso sobre a idéia.

Nesse jogo de forças entre o "eu" do individuo e o "mundo", criamos nossos meios de nos mantermos nós mesmos, e ainda, estarmos no mundo. Mas a sociedade de controle está longe de ser um local propício a expressão das coisas que mais nos dizem, própricio a plenitude do ser.
Assim, resistir é uma dimensão necessária, a adatpação uma porta para um terrivel tormento, que é a possibilidade de não ver sentido pela anestesia dos sentidos do mundo, que existem em cada um de nós.

Questionar e mudar essa cultura do medo, essa cultura da dominação, se faz necessário.
Rejeitar o controle totalizante do ser.
E a energia dessas tantas multilações que sofremos, como a força que precisamos para mudar, tudo.


Desacreditar o poder. Desacreditar o controle.
Nada existe por sí só, fazemos o mundo.


Revolução do ser. Revolução do mundo. Mundos.



.

Um comentário:

Olga disse...

Por algum motivo me lembrei de você e pensei que pudesse gostar desse post: http://casodascoisas.blogspot.com/2010/09/elegancia.html

É de um blog que gosto muito.