quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Sina de Orfeu...
Eu me escondi e neguei para mim mesmo por muito tempo, até que não me foi possivel negar mais. Você havia morrido para mim, ou era assim que queria que fosse.
Mas me lancei à sina de Orfeu, ainda que não seja Hades quem tenha te levado. Aceitei que estava morta, para descer ao erebus e tentar te convencer a voltar dos mortos, negar sua morte, e dizer que está viva.
Sem olhar para trás, mesmo que você não volte.
Mas que ao menos que você possa ouvir que está viva!
E que são muitas as cores das flores nos caminhos.
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terça-feira, 20 de setembro de 2011
Compreender...
De apreender e aprender, junto. Abraço compartilhado, no entendimento conjunto daquilo que muitas vezes, não entendemos muito bem.
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terça-feira, 13 de setembro de 2011
A tal da era digital... /1
Curiosa forma é como aparecem nos nossos textos essas referências a essas coisas por demais novas. Em breve, veremos poemas que falarão de conversas de msn perdidas, e já temos músicas com algo como "vou te apagar do facebook". (E eu acho lamentavel tais musicas...)
Enfim é só uma curiosidade. Por tempo relutei em admitir, achava muito mais bonito escrever sobre as cartas ou as conversas. E raramente penso no blog quanto um "espaço", aqui é quase como se fosse o espaço de catarse da minha mente, e eu tento deixa-lo desimportante descarregando textos em outros lugares, mas tenho preguiça de organizar os textos escritos a mão, por isso perco muitos.
Então para preserva-los, e organiza-los, para ver o trajeto de minhas próprias perspectivas e memórias, escrevo mais aqui mesmo. E assim, não dá mais pra não admitir.
Eu gosto desse blog.
E eram importantes as mensagens no celular.
Que coisa essa "tal da era digital"...
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A perda da memória...
Relutantemente, se cansou da minha insistência em preservar, palavras de outro tempo.
De pessoas que já não estão mais. Preservar o que disse, e o que ouvi (li, no caso).
Mensagens carinhosas chegadas em quaisquer hora, para contar-me quaisquer coisas.
Mensagens surpresas, mensagens que davam frio na barriga. Para encontros, ou só pra quebrar a monotonia do dia, mensagens de saudades e de insistencias, pequenas brigas , pequenas discordâncias.
Fragmentos de conversas e dialogos, pedacinhos de nós, espalhados naqueles pequeninos kilobytes de textos.
Que passaram a só existir por ali. Como memória, do que já não é mais.
Apagaram. Eu não tive coragem, dúvido que teria.
O cartão de Memória se cansou da minha insistência de lembrar.
Me presenteou com sua súbita amnésia.
E eu mesmo, já não lembro mais.
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Homem-Martelo.
Homem-Martelo.
É uma ferramenta para transformar o mundo. Há pregos a serem batidos por aí, outros há serem arrancados, ele molda o mundo através do seu poder. Mas para isso, ele precisa ser moldado. Não importa, ele é o homem martelo, feito para martelar o mundo.
Se sente tão poderoso o homem martelo! E tão responsável! Que não pode se permitir duvidar, desconhece suas fraquezas, nega suas crueldades. E suas impurezas devem estar escondidas lá no fundo, no cabo do seu martelo. Porque o homem-martelo pode mudar o mundo.
O homem-martelo tem direção, e um caminho bem traçado.De cima para baixo! E qualquer prego fora do lugar, será martelado. Pois o homem-martelo lhes conhece bem o lugar!
O homem-martelo é sempre um solitário. Porque o martelo não pode se misturar aos pregos. O que o homem martelo não sabe, ou não admite, é que é o seu próprio martelo.
O homem-martelo é o homem moderno! Superou as bobagens do coração. Sua razão guia sua grande cabeça de aço, a fazer o seu novo mundo. Os pregos estão sempre errados, não podem entendê-lo martelo.
E o homem –prego que um dia foi, não pode admitir ainda ser. Porque é maior que ele o proposito a cumprir, mais um prego a ser martelado. É sempre isso! Mártires, heróis, tiranos e ditadores. Martelos do mundo - mas antes martelos de si mesmos.
Porque nossos primeiros mundos serão sempre os nossos mundos. E o homem-martelo que se impõe ao mundo, se impôs primeiro, sobre si mesmo.
Matérias primas de sua própria violência. São assim, os homens-martelo.
Feitos, moldados, nas suas próprias marteladas. Modeladores, marteladores, do mundo.
Martelos martelados, feitos de pregos afinal.
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sábado, 10 de setembro de 2011
Adoentado...
E o corpo adoentado, sem esquecer os meus esforços para assim mante-lo, é um espelho claro da minha mente.
E assim como a garganta inflamada e catarrenta, não duvido muito diferente assim estar,
o meu espirito.
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