quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Um tango qualquer...

Sobre o Tango de Carlos Libedinsky - Humo.

" Na memoria, sublimada das mais diferentes formas, existe algo que se parece à esperança."

"É existe, sempre existe".

Não é amar uma forma de esperançar?
E sem que seja necessariamente espera, ou "apenas" espera?
Nos sentamos muitas vezes à porta aberta de nossas casas, esperando que alguém volte, mude de ideia e venha, antes do jantar, antes que o almoço esfrie, antes do fim do dia, que escureça,
que seja tarde demais...
Ou que chova... (ainda que uma boa chuva bem serve para nos lavar a alma)

Nos meus silêncios eu te digo. E nas minhas orações aos meus tantos não-deuses, eu sempre te digo. Baixinho, ou escondida no meio das palavras, das expressões. No meu dia, não há Lua que não me faça lembrar, não há comentário que não me faça pensar...

Nos meus sonhos eu me lembro dos teus passos, e minha memória me devolveu minhas mais queridas lembranças de você. Até já consigo ouvir sua voz, em algumas expressões perdidas por aí.

Nos meus sonhos, nas minhas utopias, a gente se reencontra.
Assim, por acaso... Diferentes.
E em mãos que sem jeito se encontram, o nosso mal jeito.
Nossos silêncios que dizem por demais...
Ao som desse belíssimo tango.

Você não foi. Nunca imagino que irá, e isso não significa que eu gire em torno de você...
Há outras músicas, outras danças, outros passos...

Compassos e acompanhantes...

[Ainda assim, morro de saudade...
Ainda assim, ouço este tango, quase todo dia.]


Não há ausência que não seja presente num suspiro de Saudade...


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