quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Antônio Português...

De outras terras , filho mais novo, sétimo, de uma familia de Portugueses que havia se mudado para o Paraná, primeiro e único filho da familia a nascer em solo brasileiro. Cresceu no campo, onde que com seu pai produziam vinho, depois vieram para o interior de São Paulo, Piracicaba nem devia ser um pouco mais que uma terrinha cheia de casinhas esparssadas num meio de muita terra cultivada (imaginação minha), "Tonim português" foi pra escola até um pouco mais que a quarta série, jovem começou a trabalhar como assitente de pedreiro e assim foi até se tornar um verdadeiro mestre de obras.
Antonio casou-se três vezes, viuvo uma vez, separado outra, e agora, casado denovo ia buscar sua atual esposa no Hospital das Clínicas da Unicamp, ela era bem mais jovem, uns 27 anos mais nova que os 86 de "Seu Antônio", ele conservava o bom humor e a preocupação em bons niveis. Ficou chateado porque a esposa adoeceu porque acreditou que tinham feito macumba para ela, então ficou a comer somente farinha e água, por bem umas duas semanas até seu corpo fraquejar.
Ele tinha dois filhos que estudaram e mais tantos outros que teve em seu primeiro e segundo casamento, Antonio, valorizava o estudo e o trabalho, suspeito que quase em mesma medida, e como não pode estudar, fazia o que podia para prover isso aos filhos, uma trabalha de pedagoga ou de assistente social, outro toca, e foi pra Espanha, tocar, há uns meses atrás - mas todo esforço dele era com gosto, construiu casas São Paulo tudo afora e pelo sul de Minas também, casas de pau-a-pique ou de pedra e concreto mesmo, Campinas, Sorocaba, Piracicaba, Vinhedo, Paulinia, Valinhos, e aos seus 86 anos e ele ainda trabalha, "arrumei os azulejo do chão da casa do meu vizinho outro dia" "e direto eles me chamam pra mais algum serviço e eu vou, é lógico" - e ria quando me contava isso.
Me disse para ir em Piracicaba, disse que vou gostar de lá, disse que lá tem uns lugares bons pra se pescar e que é bem bonita.

Me disse também que o homem precisa ter "aprumo" pra poder ter saúde, como uma casa: se não tem aprumo, em poucos anos, caí.




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