sábado, 28 de junho de 2008

De outras terras...

Noite fria de inverno...
A neve caia mas não atrasava os passos do vulto que caminhava pela estrada sem iluminação...
A figura sombria se dirigia em direção a uma pequena vila, os animais se inquietavam na presença do viajante, mas ele ignorava. Tinha questões em sua mente, mais importantes que a estranheza de sua própria visita a aquele local, caminhava em passos firmes pela neve, uma longa capa escura cobria a maior parte do corpo, e o capuz lhe ocultava a face, portava consigo uma espada longa e se dirigia a passos firmes pela pequena praça da vila, a uma casa em especifico, a mais bela das casas.
A casa de Haumam Bekcderram, um rico comerciante da capital, conhecido por sua imensa riqueza e ter dado inicio a Guilda de Mercadores de Damaria, a casa era a mais luxuosa, notoriamente diferente das demais, geralmente , casas de camponeses que viviam ali sob a prodigiosa proteção do conde local.
O frio não lhe tirava a atenção, nem os animais inquietos, nem sua própria presença, tão estranha naquela pequena vila, seus pensamentos estavam fixos, focados, só existia um proposito, frio como a neve e tão inquietante quanto sua presença naquele local, vingança.
A casa era a unica casa protegida na cidade, soldados locais faziam rondas permanentes nos portões de ferro do grande solar.
O viajante não hesitou, sequer se indentificou, os guardas sequer tiveram tempo de nota-lo...

-o barulho de uma lamina cortando o ar- dois baques secos - silencio novamente-

"Sequer gritaram" - pensou

Pegou a chave de um dos guardas e abriu o portão, com um gesto rápido limpou a lamina de sua espada e entrou caminhando firme como estava a pouco, matar já não fazia mais diferença...
Como chegara a tal ponto?
Por mais mais trevas que aceitasse em seu coração, ele ainda insistia em lhe fazer a mesma e irritante pergunta...
"Como cheguei até aqui?" "Como pude chegar até aqui?" "Pra isso?"

E agora, no fim de tudo... ele hesitava...
Por que?


- Contos

Um comentário:

Mau e Ana disse...

E a resposta vinha com o eco
não havia ninguém pra responder