segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Reminiscências de 2008...

Sempre me perguntam, e sempre dou respostas diferentes.

Por que você foi mesmo para Belo Horizonte?
Por que Campinas? Uns vão além, por que História, por que longe? Pra que?

São muitas respostas e certamente alguns pensariam que isso é falta de convicção, confusão, as vezes até pé no chão. E eu concordo, sou cheio dos três: convicções fracas, confusões e muitas vezes sou um sonhador.
Mas por mim é isso mesmo.
Cheguei de Ouro Preto denovo, e não é fácil voltar pra cá, há um preço que esse lugar me cobra, que me doí demais que é não ver meus irmãos crescerem, reservo-me a oportunidade de ver, talvez e tomara, meus filhos crescendo, já que eles já não vai dar, não o tanto que gostaria.
E essa dor me reviveu esses pensamentos.
Por que mesmo eu saí de BH?
Não existem motivos mentirosos, existem motivos que mais ou menos eu entendo, outros que eu sei que são mais guardo pra mim mesmo, e outros que fazem sentido e influênciam em certa medida. No limite, nem eu entendo porque que é que eu fui pra BH, mas é algo que começa lá nos meus seis anos de idade, e segue, se aprofunda aos treze, complica-se a partir dos dezessete e que aos dezenove era insuportavel.
Eu não sei explicar, eu só senti que precisava ir.
O estágio, o emprego, o estudo e a experiência fazem até sentido e são em certa medida fatores que influenciaram, mas poucas pessoas foram capazes de perceber o que realmente me movia (move?), e menos ainda foram capazes de aceitar.
No fundo, lá no fundo, eu tinha uma voz dentro de mim que intuia que seria bom sair naquele momento, mas era coisa boa pro coração, não necessariamente "pras expectativas de outros".
E 2008 foi um ano de quebrar expectativas alheias.
Eu fui, então, pra Belo Horizonte, contraiando muitos, sendo apoiado por uns poucos, que nem sempre entendiam minhas reais razões, ou as mais profundas, que era o simples fato da minha alma "pensar ser uma boa idéia".
E o mesmo se aplica à história e à Unicamp.
Não fui nunca de me importar com o nome da instituição na qual se está, eu simplesmente não enxergo essas coisas direito. E também nunca fui algeum de me preocupar com "os estudos" intrisecamente ligado à academia, eu costumo me ligar mais a pessoas e lugares, então por mais interessante que fosse a grade do curso de História daqui, não seria motivo forte suficiente para me retirar de Ouro Preto. Oras então, o que faço aqui?
Sabe, novamente eu acho que ainda não descobri, me movi simplesmente pelo que me gritava alto por dentro, a ansia de sair, de arriscar, de outras coisas, sem dúvida a influência de uma grande amiga marcou forte minha vontade, mas não foi a coluna vertebral dessa decisão, na verdade, eu até acho que faça parte, como uma coisa toda junta, tudo isso que falo, de sentir, de interno, de mim, mais as coisas a volta, mais a influência dela, mais a grade e o lugar, tudo isso formou uma coisa grande, e me impeliu a ir.
Foi necessário romper com uma série de coisas e mais, foi necessário mergulhar profundo dentro de mim, para que eu fosse além dos meus próprios limites.
Um profundo que antes eu teria medo, que hoje eu coexisto com tranquilidade.


As coisas nem sempre são tão complicadas e cheias de motivos,
e podem me achar um irresponsável, mas sim, eu tomei duas enormes decisões na minha vida, simplesmente porque "me dizia muito a alma" seguir daquele jeito.


E sabe, eu tenho sido bem feliz assim.



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